O toque insistente da campainha me acordou, parece que alguém esqueceu o dedo no botão de propósito. Saio da cama chutando as cobertas, irritada desço as escadas tão rápido que quase tropeço nos últimos degraus.
— Ok, já ouvi! — grito para a porta — Estou indo!
O barulho cessou quando o intruso percebeu que a porta seria aberta, giro a chave e abro o suficiente para fuzilar o visitante impaciente. Não esperava encontrar Blake Hard com as mãos apoiadas no umbral da porta, a mesma roupa da boate, a expressão fechada indicando que desejaria estar em qualquer lugar, menos ali.
— Posso entrar ou conversaremos no corredor? — indaga impaciente, a ironia destacada em sua voz.
Afasto o corpo para trás, abrindo a porta o suficiente para ele entrar.
— Mudou de ideia? — pergunto debochada, as mãos na cintura.
— É assim que recebe as visitas? — seu olhar percorre meu corpo, dos pés à cabeça.
Na pressa de descer, não lembrei de colocar um robe por cima da camisola de seda, um número menor que o meu.
— Obvio que não! — caminho até a cozinha procurando algo para fazer, encho a chaleira com água e coloco para ferver. — Mas não tive escolhas, uma vez que um maluco perdeu o dedo na campainha. — acuso irritada.
Blake se apoia na ilha da cozinha acompanhando meus passos, atentamente.
O encontro na boate foi explosivo, um lado meu desconhecido atacou Blake com todas as forças para defender um menininho praticamente órfão.
— A ideia de ter um filho não me agrada — faço uma careta — Mas se ele for um Hard, precisa viver como tal.
— Ele é um Hard! — bufo indignada.
Alice não mentiria no leito de morte, ela não faria isso.
— Um exame de DNA provará isso.
Sim, provará, mas basta um olhar no menino para confirmar o parentesco. Os dois possuem cabelos loiros escuro, um traço não herdado da minha família, grandes olhos castanhos esverdeados e um furinho no queixo.
Antes de encontrar Blake na boate, fiz uma pesquisa rápida na internet para saber mais sobre ele, o homem de gelo como é conhecido. Em praticamente todas as fotos, o homem está com uma mulher ao lado, os tabloides o descrevem como sentimentalmente inalcançável. O mais velho de quatro irmãos, montou sua empresa ainda na universidade, alcançou o sucesso financeiro sem a ajuda do pai milionário.
— Sabe, ainda não sei seu nome. — ele exibe um meio sorriso, outras mulheres achariam extremamente sexy, mas sou vacinada contra esse tipo de homem.
— Cassandra...Denils — respondo hesitante, ele pensa um pouco tentando fazer as conexões.
— Por que esse nome não é estranho? — indaga para si.
Talvez porque o sobrenome Denils esteja ligado a uma modelo internacionalmente conhecida que acabou de morrer?
— Diga você! — nossos olhares se cruzam e por um instante vislumbro a mudança de cor, quando ele está irritado seus olhos ficam totalmente verdes.
— Você é bem irritante, sabia? — Blake se levanta, contorna a ilha e fica a centímetros de distância, tão próximo que consigo sentir seu coração e a respiração irregular.
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| DEGUSTAÇÃO | Culpada | Os Hard I |
RomanceDisponível na Amazon https://www.amazon.com.br/dp/B0DDYDKPLS Esse livro faz parte de uma série com quatro livros. Blake Hard foi abandonado por sua mãe muito pequeno, ele não confia nas mulheres e as usa da mesma maneira que fazem com ele apenas po...