#6 - Pessoas Que, Por Po**a Nenhuma, Jamais Ficarão Famosas

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Alba entra no quarto de Edite, luzes apagadas, janelas fechadas. Edite deitada e encolhida embrulhada pelos lençóis. Alba coça as têmporas com as pontas dos dedos. Ela liga o celular e coloca sobre a cômoda. Alba caminha e senta em uma poltrona perto da cama de Edite. Única fonte de luz vem da sala.

_Vai trabalhar hoje não, meu bem?

Edite fica em silêncio, cobre a cabeça. Alba levanta-se e sai do quarto. Edite pega o celular sobre criado-mudo, liga o celular, rapidamente coloca o aparelho sobre o móvel, logo, cobre a cabeça novamente. Alba entra na sala, ela traz um caneca de café. Alba senta na poltrona. Edite descobre o rosto, depois senta de forma lenta. Ela pega a caneca de café, Edite olha para Alba, olhos extremamente vermelhos. Edite olha para fundo da caneca.

_Edite, tenha-se ao seu tempo.

Edite sorva vários goles curtos de café.

_Ele pode estar em qualquer lugar. _Edite tem voz levemente rouca. _Posso já tê-lo visto! Estranho essa sensação de tudo, e logo depois, esse tudo é uma coisa inventada.

_O que não é inventado, Edite!? e outra, sinal que não somos tudo que o genes propõe. Somos também do ambiente que vivemos.

_Sim, sim! Não me desfaço das memórias que sei por causa de meu pai,... . Vejo parte de minha personalidade, e sei que foi de Nelson que absorvi. Mas...

_O que?

_Mas ai vem um trecho da minha história que não está escrito. Não tenho acesso a essa substancia para escrever, como um filamento do DNA que ainda não sei de qual ancestral eu pertenço... !

_Querida, vamos procurar seu pai... Tem todo direito de saber... Ainda que seja para rejeitá-lo, você tem esse direito.

Edite adquire um olhar de estranheza para Alba!

_Jamais vou acostumar com esses seus comentários esquisitos.

O que eu disse? _Alba fica surpresa.

_Nossa mãe deve ter alguma coisa dele para me mostrar. Não é possível!

_Mas aqui... Vai abandonar o projeto...?

_Claro! _Edite respira forte e pega as mãos de Alba. _meu bem! Desculpa! Mas não tenho cabeça para isso agora... Vou escrever... mas, sem toda essa responsabilidade e empenho. _Alba tem uma respiração longa.

Edite levanta, caminha em direção a porta do quarto. Alba olha o percurso da irmã, levanta e pega o câmera sobre a cômoda.

_Entendo, vamos dá um tempo!

Edite, quase tocando na maçaneta da porta, para por um momento; logo, olha para uma janela em que luz incide por uma pequenina fresta da persiana.

_O que foi? _pergunta Alba surpresa e mantêm o câmera ligada. _gosto quando você dá essas paradinhas.

Edite fica parada por um instante. Muda o olhar lentamente até que encontrar olhos aflitos de Alba.

_Não, não, Alba! Vamos continuar! Tenho que continuar. Isso vai ser bom para me entender; preciso organizar esse caos de informações que se instalou em mim. E escrever vai ser ótimo!!

Alba abre um grande sorriso. Pega a câmera e segue Edite. Edite vai até seu computador e liga. Coloca um bloco de notas ao seus lado, liga uma luminária. Alba coloca a câmera novamente sobre o móvel, sai do quarto. Edite escreve compulsivamente. Alba volta com uma garrafa de café, enche a caneca e entrega para Edite, logo, ela deixa do lado da irmã. Alba senta na poltrona e observa Edite em êxtase.

As Amazonas dos Zodíaco - Capitulo ZeroOnde histórias criam vida. Descubra agora