Alice: Como ela tá tia?
Lú: Na mesma, não quer ver ninguém, não quer sair, já mandei o Felipe procurar uma psicóloga, mas ele diz que é o tempo dela, já faz três meses Alice - A Lari perdeu o bebê, houve uma invasão no morro, ela estava na rua e acabou caindo. Nesse período ela não aceitou receber ninguém, já tentei todas as formas de contato, mas ela sempre me ignora.
Alice: Vamos dá o tempo então - suspirei
Lú: Como ta a nossa menina?
Alice: Ela chutou
Lú: Que maravilha, você vai mesmo para Salvador sábado? - disse enquanto mexia a panela
Alice: Sim, aqui tá muito perigoso - ela assentiu - não quero expor a Malena a esse tipo de perigo agora é, vou tentar conversar com os meus pais
Lú: O outro lá já sabe? - perguntou no mesmo instante que o Lucas entrava na cozinha
Lucas: Já sei de quê? - virei o rosto
Alice: Estou indo para Salvador sábado
Lucas: É o quê? - sentou ao meu lado e virou o meu rosto - Não quero nem tu fora desse morro e tu quer ir pra outro estado? Tá pensando que é brincadeira essa guerra Alice?
Alice: Não quero criar minha filha no meio disso
Lucas: Pensasse nisso antes de ser casar com traficante - meus olhos encheram de lágrimas
Alice: Grosso - ia me levantar, mas ele me puxou
Lucas: Alice - me fez encara-lo - Vocês duas são as pessoas que eu mais amo, eu não vou deixar nada acontecer a nenhuma de vocês, mas eu não posso te proteger lá
Alice: Então para com essa droga
Lucas: Não é tão fácil assim - disse colocando a mão na minha barriga e a Malena começou a se mexer - Como tá a princesa do papai? - disse conversando com a Malena.
Estou há três meses morando no morro, sem poder sair, por causa de uma guerra com outro morro, só saio quando é algo relacionado a médico e com uma quadrilha atrás de mim, o quarto da Malena tá sendo montando na minha antiga casa com o Lucas, mas ele mora com a outra lá. Nesses três meses só a vi uma única vez, ela soltou piada e desde então nunca mais a vi. Tento contato com o meus pais, mas somente minha mãe que responde.
Alice: vai chegar um caminhão com os móveis da Malena, vou te mandar o nome da loja pelo WhatsApp- ele assentiu
Lucas: Tá precisando de algo?
Alice: Liberdade - disse saindo
Coronel Narrando
Lú: Ela tá um pico de nervos, deixa ela - passei a mão na cabeça assentindo. Esses últimos meses tá sendo um inferno, o terror tentando invadir toda semana, a Alice como o foco central e a Bruna enchendo o saco
Lucas: To partindo - fui em direção a boca, assim que entrei o Noronha veio falar comigo
Noronha: Tem que mandar a Bruna e a Alice pra longe cara - encarei o mesmo
Lucas: Tá maluco porra?
Noronha: Estamos perdendo gente todos os dias, o terror tá forte, a Bruna daqui a uns dias ganha bebê e a Alice também, vai fazer o parto na sua casa? Tá muita gente protegendo as duas, precisamos de soldado, manda a Bruna pro pai e a Alice pra Salvador - O LC entrou na sala e me jogou um número
LC: O numero do coroa da Alice
Lucas: Que porra é essa?
LC: Não tem como mais Coronel proteger as duas, ou você escolhe a proteção de uma, o que ainda é arriscado ou despacha as duas - passeei a mão na cabeça, só estresse
Coronel: Cadê a Larissa?
LC: Na mesma aínda
Coronel: Manda ela se ajeitar que ela vai pra Salvador também, é bom que acorda pra vida
LC: Coronel
Noronha: É o melhor no momento - disse cortando o LC - Resolve aí com os coroas, que eu vou resolver o tráfego com o Lc - disse saindo com o mesmo, encarei o número na minha frente, esse filho da puta do pai da Alice pode até ajudar, mas não vai deixar ela voltar, aí vai ser outro pepino, liguei primeiro para o pavão
Pavão: Fala
Coronel: Preciso que a Bruna vá pra aí
Pavão: Não consegue proteger nem a tua mulher, moleque mesmo
Coronel: Sabe que a guerra tá intensa, prometo proteger ninguém
Pavão: vou ligar pro Noronha e resolver o transporte, mas você fica me devendo uma
Coronel: Beleza - desliguei e resolvi ligar para o outro Pau no cuAntônio: Alô - respirei fundo
Coronel: Aqui é o Coronel, o marido da Alice
Antônio: Eu sei quem você é, o que você quer?
Coronel: A segurança da sua filha
Antonio: Achei que com poder que você tem, você fizesse isso
Coronel: O morro tá em guerra, quero saber se tem como você proteger as duas?
Antônio: Você é um filho da pura mesmo - respirei fundo pra não mandar ele se foder - Que tipo de perigo?
Coronel: Um inimigo antigo, a Alice é alvo principal
Antônio: Filho da puta, olha onde você colocou a minha filha
Coronel: já sei porra, vai proteger a minha mulher ou não?
Antônio: Voh proteger a minha filha, não estou te ajudando
Coronel: Já entendi, vou te mandar o transporte como
Antônio: Eu vou organizar o transporte da minha filha - Disse me cortando - não confio em você pra nada.
Coronel: Ok, fico no aguardo
Antônio: Tem como um helicóptero pousar aí?
Coronel: Tu acha que eu vou deixar você pousar com um helicóptero aqui? Tá de sacanagem, né?!
Antônio: Vai, e sabe porque? Por que não vou arriscar minha filha ser bombardeada em um carro, vou te passar as instruções e tu vai seguir direitinho- o pai da Alice é um filho da puta, ele montou um esquema de pegar a Alice no alto do morro e ela já vai pousar no prédio da mãe dela, ele é dono de uma empresa de segurança, que vai vigiar o prédio 24 horas por dia, da portaria as pessoas que entram.. espero que ele realmente consiga protege-las
Antônio: Ela estando aqui, nunca mais me ligue - disse isso e desligou - o inferno nem começou
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Criptonita
General FictionA história se passa no Rio de janeiro, pode ser considera mais um clichê ou não. Conta a história de Alice, uma mulher que tinha tudo pra se dar bem e se deu, a não ser por ser casada com um dos maiores traficantes do Rio de janeiro. A história vai...