CAPÍTULO 3: APRENDENDO A MANEIRA DO MUNDO: A MANEIRA MAIS DIFÍCIL

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- Leslie - Nunca vou me esquecer da primeira vez que o vi. Ele olhou para mim da frente da classe, e os seus olhos azul-escu-ros ganharam a minha atenção. Seus belos traços e seus cabelos dourados eram irresistíveis. Ele era alto (aproximadamente 1,57m), esportista, popular... tudo o que eu poderia sonhar. Sim, a partir daquele dia eu sabia que havia encontrado o homem dos meus sonhos! É claro que, quando você é uma garota de treze anos e está na oitava série, bem na aula de computação da Senhora Johnson, você enxerga o mundo com olhos que pensam saber tudo, principalmente sobre amor e romance. Quero dizer, o cara era maravilhoso e popular! O que mais era preciso? Por quase treze longos anos - está bem, talvez uns três anos, eu estivera esperando pela maravilhosa e extraordinária experiência chamada "namoro". Eu estava mordendo a isca, prontinha para entrar em cena. Naquele dia inesquecível, quando o vi pela primeira vez, eu sabia que não poderia esperar mais. Simplesmente, eu precisava ter um namorado e queria que fosse ele. Por várias semanas fiquei sonhando com Johnny (este não é o seu nome verdadeiro). Subitamente, a computação tornou-se a minha matéria favorita Duvido que eu tenha aprendido mais do que ligar o computador, mas gastava tempo suficiente estudando os olhos, os lábios e a personalidade de Johnny. Perguntava-me se algum dia ele viria conversar comigo. Eu já havia percebido que ele olhava em minha direção algumas vezes, sempre lançando um de seus sorrisos arrebatadores, mas nunca nos havíamos aproximado o suficiente para termos um diálogo. Meu dia de sorte chegou quando a Sra Johnson nos colo-cou juntos para fazermos aula de laboratório. Johnny mostrou-

se tão satisfeito com aquilo quanto eu, e não demorou muito para começarmos a tagarelar e rir como se fôssemos amigos de longa data. Ele possuía uma personalidade que combinava com a sua aparência. Eu ansiava por estar cada vez mais próxima dele a cada dia. - O que é que está rolando entre você e o Johnny? Era a pergunta que minhas amigas me faziam nos corredores. Eu dava uma risadinha e contava tudo o que ele me dizia. Falava sobre as cinco vezes que ele sorria para mim em apenas uma hora! E perguntava-lhes com um sorriso confiante. - Tudo isso deve significar alguma coisa, vocês não acham? E elas me asseguravam: - Até o fim da semana ele vai te convidar pra sair, com certeza! Eu estava ganhando rapidamente atenção e popularidade com aquela amizade com Johnny. E eu curtia muito tudo aquilo. Finalmente, o dia chegou! Por intermédio de um de seus amigos "escudeiros", ele me convidou para sair. Fiquei eletrizada! Eu nem sabia o que dizer. Preciso dar uma explicação àqueles que ainda não chegaram a viver o melodrama da oitava série: "sair" não significa que o cara a está pedindo em namoro (a maioria de nós não podia namorar oficialmente), mas que ele deseja que você seja a "sua garota". Isso significa dar as mãos no corredor da escola, falar horas e horas pelo telefone e fazer questão de que todos os seus amigos sempre se refiram a vocês como sendo um casal. Aos treze anos, "sair" a promove da condição de uma "menininha" à de "adulta-madura-em-sério-relacionamento". Nós nos considerávamos um tanto "modernas". Todas nós vivíamos em nossa própria novelinha de oitava série, o nosso mundo era construído ao redor de cada "relacionamento". Então, quando Johnny me convidou para sair. eu havia finalmente, aterrissado nesse mundo e estava adorando cada minuto dessa nova vida!

No princípio, sair com o "homem dos meus sonhos" era algo sensacional. Talvez eu tenha sido bem avoada na oitava série, mas eu tinha sólidos padrões de moral. E Johnny, além de lindo e popular, também tinha sólidos padrões de namoro. Algumas de minhas colegas já estavam se envolvendo com caras e trocando de namorado como quem troca de roupa. É, eu sei que estamos falando de garotas de treze anos, mas é a triste verdade! Elas estavam começando a experimentar drogas e álcool, e muitas delas tinham notas muito baixas no boletim. Eu fora educada em um lar cristão e sabia distinguir o certo do errado, por isso tentava evitar amizades com tais tipos de pessoas. As amigas com quem eu andava tinham uma tendência para mentir, enganar, fofocar e falar palavrões, mas não eram más e isso aliviava a minha consciência. E, embora Johnny fosse popular e bonito, ele não me pressionava a transar com ele. Eu tinha certeza de que havia encontrado o melhor dos dois mundos. Eu e Johnny nos mantivemos como "um casal" durante o restante do ano escolar. Começamos a passar cada vez mais tempo juntos. Toda vez que falávamos pelo telefone, gastávamos, pelo menos, uma ou duas horas. Ele satisfazia minhas necessidades de sentir-me apreciada e amada. É claro que eu tinha certeza de que meus pais me amavam, mas o meu relacionamento com Johnny era totalmente diferente. Na realidade, isso significava que uma pessoa popular e atraente do sexo oposto estava escolhendo ter um relacionamento comigo! Eu compartilhava meus pensamentos, sonhos e emoções com ele, e ele me escutava e me entendia. Seus elogios e sua apreciação permitiam que eu passasse por um período que, caso contrário, seria de muita solidão e insegurança. - Eu te amo. Ele me dizia apaixonadamente todos os dias. Tenho de admitir que, no começo, achava muito estranho aceitar o "amor" de um cara de apenas quatorze anos que havia alcançado altura suficiente para andar na montanha russa do

Romance à maneira de DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora