CAPÍTULO 8: SEM GAROTA NUMA SEXTA-FEIRA À NOITE?

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- Eric – Gulp! O restante do meu sorvete desceu garganta abaixo. Enquanto esfregava minha camiseta cheia dos restos da casquinha do sorvete, sentia meu ser sendo inundado por um sentimento de frustração. "Se eu tomar mais um, vai me custar mais oitenta centavos ", calculei tristemente. Na faculdade, oitenta centavos era muito dinheiro, o que era suficiente para deixarmos de lado qualquer desejo de comprar mais um sorvete, mesmo em uma sexta-feira à noite Voltei minha atenção para a conversa ao redor da mesa amarela de plástico. Eu e meus colegas estávamos dando um tempo aos livros e relaxando no McDonald's. Falar sobre trabalho de escola seria um crime. Estávamos prontos para nos divertir! Ao engolirmos os últimos restos de nossa "recompensa semanal", a conversa se desenrolava entre comida, futebol, carros de corrida...e garotas. "Garotas?!" Minha mente exclamou em satisfação. "Adoro falar sobre garotas!!!" Garotas eram o meu tema favorito desde os tempos de Cindy McFarlane, período em que enfrentei meus dilemas da puberdade. Havia muitos risos, alguns suspiros e até lágrimas, quando alguém nos lembrou do fato de estarmos todos sem namoradas em uma sexta-feira à noite. Ao enxugar a lágrima dos olhos, minha mente se afastou da conversa ao redor da mesa e voltou à conversa que eu tivera com Deus alguns meses antes. "Espere um pouco, Eric!" Repreendi a mim mesmo. "Você entregou a área de relacionamentos a Deus, lembra-se? " Uma parte de mim se lembrava, mas a outra se recusava a ser saudosista e a se entregar às memórias daquela noite.

O Cirurgião Deus havia realizado um trabalho profundo em minha vida desde que concluíra a amputação na área de relacionamentos. Eu havia rendido o meu controle, correndo o risco de permitir que Ele fizesse o que desejasse nessa preciosa parte de minha existência. Mas, em vez de Deus estar dando gargalhadas de júbilo e dizendo Agora eu te peguei, parecia que Ele estava me assegurando suavemente que iria abençoar-me muito além do que eu imaginava, se eu continuasse a confiar Nele. "Espere aí, Eric!" Parte de mim se manifestou. "Você não se lembra de que Deus prometeu que Ele tinha uma pessoa muito especial pra você? " Aquilo parecia acordar a outra parte de mim que ainda estava lutando com aquela coisa de "confiar em Deus". Deus havia me prometido uma princesa! Meus amigos podiam estar falando sobre pizza de bacon, mas eu não conseguia acompanhar a conversa. Eu estava na "Terra do Nunca" refletindo no fato de que, se era verdade que Deus estava separando uma linda garota para mim, "provavelmente, ela deve estar por aí neste exato momento!" Nunca havia considerado aquilo. A menos que ela fosse vinte anos mais nova do que eu, ela deveria estar caminhando em algum lugar da terra naquele exato minuto. Minha mente não conseguia aquietar-se. "Bom, se ela estiver viva agora, gostaria de saber onde ela se encontra em nossa esfera global. Estaria em um barco no Lago Michigan? Em uma padaria em Jerusalém? Andando de elefante no Zaire? Ou estaria engatinhando de fraldas em Newark, Nova Jersey?" Eu não sabia qual era a cor de seus cabelos, o tom de sua voz, a cor de seus olhos - ou mesmo a data de seu nascimento Mas, pela primeira vez em minha vida, eu estava percebendo o fato de que ela deveria estar provavelmente "por aí, em algum lugar" "Ela deve estar por aí, em algum lugar!" Minha mente gritava jubilosamente. Então, tive um pensamento assustador. "Que será que ela deve estar fazendo agora?" Um raio luminoso de pânico me atingiu, enquanto eu pensava nos possíveis lugares em que ela poderia estar naquele exato momento. Espera aí! Disse comigo mesmo. "Hoje é uma sexta-feira E se...

Não! NÃO! Não pode ser verdade!" Minha mente berrava. "É melhor que ela não esteja... com... um RAPAZ!" Não conseguia pensar em outra coisa a não ser que era uma sexta-feira de lua cheia e, se eu pudesse escolher, certamente escolheria estar com uma garota. Depois de me recompor do horrível choque causado por aquele pensamento, outro ainda pior surgiu em minha mente como gelo escorrendo pelas costas. Não! Não!! NUNCA! Eu bufava dentro das paredes reverberantes de meu crânio. Tudo o que a minha torpe imaginação enxergava era um otário com o braço no ombro de minha futura esposa, enrolando-se nela como uma cobra, o suor de colônia pingando de seus poros, movendo seus enormes lábios descontrolados e chwmak! Beijando-a! Meu rosto ficou vermelho como um tomate. Meus olhos faiscavam como crateras borbulhantes. Soquei meu punho na outra mão aberta, jurando fazer com aquele cara o mesmo que havia feito com o resto da casquinha de sorvete. Eu estava furioso! Aquele bandido sem escrúpulos estava beijando a MINHA esposa!! Com a brandura de uma pomba, era como se Deus tivesse descido até mim. Em meio ao meu delírio alucinado, de alguma forma, Ele falou ao meu coração: - Eric, você deseja que sua esposa seja pura, não é? - Pode crer, Deus! Ela tem de ser pura! Gritei em minha mente. - Será que o Senhor não pode me dar o endereço desse cara? Quero lhe apresentar seu túmulo novinho em folha. Doce e calmamente, Ele me respondeu: - Eric, é muito bom que você deseje a pureza. Mas, se você deseja que ela seja pura, será que ela não deseja o mesmo de VOCÊ? Pense nisso. Nunca me esquecerei daquela sexta-feira. Não sei o que meus amigos pensaram sobre o meu silêncio, mas não me importava. Meu coração e minha mente estavam sendo consumidos por aquela conversa sobre pureza.

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