Capítulo 5 - Quer sair comigo?

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— Talvez esteja frio mesmo... — Olho pro chão.
—  Você é indecis... — Antes que ela terminasse de falar, ouço alguém me chamando.
— Bonnibel, vem aqui! — Era Gumball.
— Já volto. — Me levanto e saio pela porta.
Chegando na sala vejo Gumball escorado no Marshall mudando de canal na televisão.
— Me chamou por que? — Chamo sua atenção.
— Ah, só queria perguntar que horas são... Tô sem celular. — Dá de ombros.
Procuro meu celular pelo meu bolso e logo o acho, o pegando para ver que horas eram.
— São 13:12 – Já digo indo logo pra escada pra evitar minha situação típica de vela.
— Valeu! — Ouço sua voz distante já que estou em frente da porta do quarto de Marceline.
Abro a porta enquanto aproveito pra checar minhas notificações, e Marceline estava deitada lendo um livro qualquer.
Abro minhas mensagens e vejo que Finn me mandou umas 4 mensagens.
Sempre houveram boatos de que Finn gostava de mim, e eu ficava sabendo.
Eu nem tenho tanta intimidade com ele, e ficar lidando com gente que gosta de mim enche meu saco. Me dando conta que tinha que responder sua mensagem, bufo meio alto.
— Que foi? — Marceline nota desviando sua atenção de seu livro.
— Ah, é o Finn.
— Explica direito, não tenho bola de cristal. — Ela soou rude. Ou eu que sou sensível mesmo.
— Ele fica me mandando mensagens mas não gosto muito de responder.
— Então não responda. Simples.
— Desse jeito ele pode acabar ficando magoado, melhor não.
Marceline levanta de sua cama rapidamente e pega meu celular antes que eu pudesse reagir.
— Dá isso aqui. Finn é meu colega. Não posso deixar ele se iludir desse jeito! — Ela começa a digitar algo que não consigo ler pois ela ficava se desviando de mim, já que eu estava tentando pegar meu celular.
— Marceline, devolva-me!
— Espera! Pronto. Pode pegar de volta.
Ela me entrega o celular despreocupada e volta para sua cama esperando minha reação à sua mensagem enviada ao Finn. Pior que eu nem sei o que ele me mandou antes dela sequestrar meu celular.
Abro o chat.
Finn disse:
"Oi Bonnie."
"Tudo bem?"
"Eu estava ansioso pra te perguntar isso"
"Quer sair comigo um dia desses? Haha."
Marceline respondeu:
"Oi. Não, não tenho interesse em sair com você. Talvez em outra vida? Mas você é legal, deveria sair com a Caroço :)"
Ter honestidade é bom, mas não dessa forma.
Não acredito que você mandou isso! Ele vai ficar chateado Marceline. — Olho pra ela com o tom de repreensão marcado no meu rosto.
— Ele vai me agradecer depois. — Ela ri e volta sua atenção ao livro novamente.
Finn visualiza a mensagem e manda um simples "Ok".
Decido sair do quarto e ligar pra ele para esclarecer que não fui eu quem escreveu tal mensagem grosseira.
Ele atende de primeira.
Alô? — Finn parecia estar meio abalado.

Marceline

Bonnibel saiu do quarto irritada com o celular na orelha, provavelmente foi ligar para o Finn. Talvez fui áspera ao escrever aquela mensagem, mas é necessário para ele sair dessa e procurar alguém que realmente goste dele. Que drama, sinceramente.
Drama é uma das coisas que eu aprecio apenas em ficção. Na nossa realidade ela é completamente desnecessária, então volto a focar na história de meu amado livro. Harry Potter. Meu livro favorito, com certeza. Cada página te prende de uma forma incrível. Quem sabe eu vire escritora algum dia? Nah. Acho que não tenho o jeito pra isso. Talvez cantora?
Antes que eu pudesse completar minha linha de raciocínio, Bonnibel entra no quarto de cara fechada evitando contato visual comigo.
— Ele te deixou chateada com alguma coisa?
— Não. — Continua com a mesma expressão indiferente enquanto mexe em seu celular.
— Então o que aconteceu?
— Ele comentou comigo que você falou merda de mim no intervalo daquele dia.
— Como vocês chegaram nesse assunto? — Óbvio que eu tinha xingado ela, eu estava irritada com o fato dela ter me xingado primeiro. Mas não entendo o por quê dele ter contado isso à ela.
— Ele perguntou onde eu estava pra ver se eu estava sozinha e eu disse que estava aqui, na sua casa. E... Ah, não importa. Eu nem te conheço direito. — Ela afirmou com a entonação de uma pergunta. — Por que me recebeu toda simpática sendo que fala mal de mim pelas minhas costas?
— Não queria decepcionar meu irmão arrumando briguinha logo de primeira com a irmã do namorado dele. E eu até tinha esquecido que você me insultou primeiro. — Fechei meu livro. — Não se faça de coitada, hoje tentei ser legal.
— Pois é, não conseguiu. — Ela se levanta e sai do quarto às pressas.
Como nos damos bem em um segundo e no outro já estamos discutindo por coisa boba assim? Eu conheci ela essa semana, ela não deveria ligar tanto pra coisa de pouco caso. Que seja.
Não se passam nem 15 minutos e já ouço batidas na porta de meu quarto.
— Pode entrar.
— Marceline. — Marshall adentra o lugar com o semblante preocupado e confuso.
— Sim? — Me finjo de sonsa.
— Eles já saíram. O que aconteceu pra Bonnibel apressar o Gumball a ir embora? Ela parecia estar irritada.
— Foi apenas um mal-entendido. Não se preocupe.
— Sendo um mal-entendido ou não, vocês têm que se dar bem! Isso é importante pra que não haja problemas no futuro do meu relacionamento com o Gum. — Ele pousa a mão em meu ombro. — Espero que entenda.
— Entendo, vou me esforçar. — Digo sem certeza, não sei se consigo lidar com alguém como a Bonnibel.
Marshall sai do quarto.
E eu me pergunto se consigo me "desculpar" com ela amanhã.
Mas vou tentar, pois meu irmão sempre se sacrifica por mim. Tenho que retribuir de alguma forma.
E essa forma é conseguir me tornar amiga de Bonnie, querendo ou não.
Amanhã vai ser um longo dia.

Nicotina - BubblineOnde histórias criam vida. Descubra agora