Capítulo 4

137 6 0
                                    

Capítulo 4
Marta narrando
Quando vi Manuela chegando eu entrei em desespero, vi ela caminhando em nossa direção e não sabia como ela estava ali. Eu não havia contado a ela e pedi para meu marido que também não contasse, mas ela soube e está aqui e está com um olhar triste e com olheiras de uma noite mal dormida misturada com lágrimas, parece muito frágil minha menina. Celi continua com insistência de querer ver nossa mãe, porém ela não tem esse direito, e nem quero que tenha.
-Marta, por favor eu tenho o direito de ver-lá
Não ela não tem -penso-
- Em primeiro lugar fale baixo ou quer que todos saibam? Em segundo eu não quero que as pessoas saibam de nossas situações, terceiro não é por que deu seu cartão Black para meu marido pagar a conta do hospital que ganhara algum direito aqui nem sei de onde esse dinheiro  veio. - ela tá pensando o que? Que vai chegar aqui, esbanjando dinheiro sujo que irei deixar ela conviver em nosso meio? Ela já perdeu esse direito a anos quando escolheu proteger aquele marido dela depois daquela cena desprezível no jantar dos Castros.
-Celi: Mas Marta entenda uma coisa eu paguei então nada mais justo. Alem do mais, já esta combinado. A proposito, não te devo satisfação alguma sobre minha vida, mas se quer saber  esse dinheiro é da nossa herança, nunca toquei nesse dinheiro.
-Marta: eu não combinei nada, mas depois falamos disso- escuto um grande barulho no quarto em que minha mãe está, corro em direção ao quarto e me deparo com Manu no chão inconsciente. Celi chega atrás e para por uns segundos falando – mamãe – a interrompo gritando pra ela sair do transe
-  Vá procurar alguém para me ajudar, rápido ! - ela sai a procura de alguém mas antes seu olhar vai de mim para a maca e de novo pra mim. Ela volta minutos depois acompanhada de um médico que olha a situação, abaixa e confere sua jugular e logo em seguida segura as duas pernas de Manu para o alto em coisa de segundos ou minutos já me perdi no tempo que para mim foram grandes horas, ela abre aqueles lindos olhos, piscando fortemente. – graças a Deus
–  Mamãe ? - Fala manu com uma carinha de ponto de interrogação. O médico se abaixa e afere a pressão de Manu e informa
–A senhorita a sua pressão está muito baixa, já se alimentou hoje?
– Não Sr não tive tempo tomei um suco mas não foi muito - não acredito que Manu está se descuidando desta maneira penso enquanto ela responde.
– Então acho melhor ir a até a área de alimentação lá no térreo e se alimentar ou do contrário irá apagar novamente, vá para casa e descanse. – Finaliza o médico.
-  Obrigada doutor, ela vai em 2 minutinhos – Informo agradecendo enquanto o médico se despede saindo corredor a fora.  Manu balança a cabeça em confirmação enquanto se levanta colocando as mãos na mesma como se estivesse a segurando para não cair do pescoço, vai direto olhar a avó, e a abraça com cuidado por conta dos aparelhos, vejo seus olhos cheios de lágrimas. Coloco a mão em suas costas acariciando a levemente a consolando.
– Vai ficar tudo bem, meu amor. Digo, ela se inclina mais uma vez e dá um beijo leve mais cheio de amor no rosto de mamãe.
– vamos meu amor, você precisa se  alimentar. Continuo e então ela balança a cabeça em concordância dá uma última olhada em sua avó enquanto se vira para sair. 
Tinha me esquecido que está pessoa tola ainda estava aqui. – Ainda aqui? Pergunto e vejo que Celi está com os olhos cheios de lágrimas também. Aposto que é fingimento penso.
– Para de fingir que se importa sua, sua, sua – Manu me interrompe – Mamãe por favor – Respiro fundo e saio a deixando lá, sei que ela não seria louca de falar algo na frente de Manuela que a idólatra, sem saber de nada que aconteceu.
- Por que sempre a trata tão mal? Titia não merece isso, ela é uma pessoa boa, sinto falta dela. – Pergunta Manuela
-Manu ainda não é o momento de falarmos deste assunto. Como foi de viagem? Como está aqui? Quem te contou sobre sua avó Carmem? –  Respondo
- Sempre isso, nunca quer falar deste assunto. E estou aqui por que entrei em um avião, já ouviu falar sobre eles, né? Eles sobrevoam cidades e pousam em grandes pistas. E quem me contou? Hahaha mamãe me faça rir. Esta pessoa deveria ter sido a senhora, ou estou enganada? Vamos logo comer, pois quero voltar para ver a vovó. – Esbanja Manuela pouco alterada
-Nem pensar, depois de comer você vai para um hotel descansar. Digo tentando acalmar os ânimos.
Manu: – eu não vou para um hotel, se eu for descansar, isto é, se eu for, aí irei pra casa, ou não posso mais ir pra casa? – Meu Deus ela não pode ir pra nossa casa, como vou sair desta? Como vamos explicar a ela?
– Po pode, mas é claro, sem problemas, é que achei que queria ficar mais perto do hospital. –Respondo e penso aflita o que esta acontecendo comigo? Dando justificativas,e ainda gaguejando. Será que ela percebeu algo?
– Tudo bem mamãe, mas não abro mão de ir até em casa, para o meu quarto e rever as minhas coisas. - Ela responde.
Meu Deus ela não reparou, obrigada Deus. Caminhamos até a área de alimentação do hospital pedimos uma comida qualquer e nos sentamos em umas mesas que tinham ali, meu telefone apita e vejo ser Pedro perguntando onde estamos, ele disse estamos? Então ele sabe que ela está aqui. Mandei pra ele que estávamos na área de alimentação e 5 minutos depois ele já estava sentado junto a nós.
– Estava por perto, querido? – pergunto e ele balança a cabeça em concordância respondendo
– Sim estava cuidando das contas do hospital – Não quero tratar deste assunto na frente de Manu, então balanço a cabeça e só. Nossos pedidos chegam e Pedro pede um suco para nos acompanhar.
– Com licença, vou ao toalete – Digo me levantando da mesa.
Eu preciso parar com isso, mas só mais uma vez, é a última, não vai mudar nada. Faço minhas necessidades confiro no espelho se tem algo de errado para que ninguém note . Tudo certo então volto a mesa com mais energia, Manu acaba sua refeição e pede para Pedro a levar em casa. Pedro me olha sem saber o que responder. Não tem mais jeito, vamos ter que contar a ela.
- E então papai, vamos? Não quero ficar muito tempo lá, só o tempo de descansar um pouco e voltar para ficar com vovó.
-  Eu não sei qual será a reação de Manu, não sei se ela irá superar isso, sempre a mimamos muito, cuidamos para nunca faltar nada, só espero que nos perdoe por isso. Dou um beijo em sua testa e ela vai com Pedro em direção ao estacionamento.

O preço da liberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora