Capítulo 6
Manuela Narrando
- Como assim tem mais? - Papai respira fundo e responde
– Não sei como começar te contar isso minha querida. – Ele começa a coçar a cabeça, que é uma mania dele quando o que tem que falar é sério, suspira e diz. – Já te conto, estou ficando com sede, vou comprar uma agua de coco, você aceita ? Balanço a cabeça em confirmação e o observo indo em direção ao quisque enquanto me sento em uma das cadeiras que estão por perto.
Fico pensando em tudo que papai falou, as coisas não parecem ter sido fáceis para nossa família, vovó doente, papai afastado da empresa, revezando com mamãe no hospital, a empresa aos cuidados de Alexandre. Meu Deus eu precisava ter vindo antes, mas como? Não tinha como eu saber, vovó me ligava as vezes, era bem raro, mamãe e papai sempre me falavam que ela estava bem e estava viajando, por que ela sempre viajava então não estranhei a atitude deles. Mas eu precisava estar aqui, eu precisava apoiar eles e ajudar a cuidar de vovó, maldita a hora que me decidi ir estudar fora, por que tinha que ser tão longe? Aqui mesmo eu poderia ter estudado, Rio de janeiro tem ótimas faculdades, e eu poderia, eu deveria ter ficado.
De longe observo papai voltando em minha direção, quando do nada ele começa a correr e fazer gestos com a mão, sem entender sinto no mesmo instante um pano molhado com um cheiro forte cobrir meu nariz. Tento me mover mais me sinto fraca e em menos de segundo só consigo ver borrões e me sinto perdendo completamente a consciência.Pedro narrando
Quando saio do quiosque vejo uns homens se aproximarem de Manu, me desespero deixo os cocos, caírem e saio em disparada até onde ela está, mas os homens colocam algo no rosto dela que ela apaga no mesmo instante, continuou correndo mas eles foram mais rápidos e a colocaram ela em um Corolla todo preto com vidros escuros, e saem com o carro, corro em direção ao meu carro e disparo atrás deles, eles perceberam que estou na cola deles desvio de alguns carros e eles aceleram mais ainda, meu Deus não deixe que eles levem minha menina.
Eles entram em uma rua e depois em outra e eu continuo atrás, até que eles conseguem pegar uma distância e os perco de vista, continuo a procurar e procurar e nada, subo e desço a favela mais próxima e nada do carro, vou até a delegacia e faço um boletim de ocorrência de sequestro, dou todas as informações e fico esperando a chegada do detetive para explicar a situação – eles levaram minha menina, não tem como chamar com urgência?- o policial escuta e parece que nem liga – senhor o delegado está atendendo outro chamado, o senhor terá que esperar – o policial fala.
Passa em média de 2 horas e meu celular toca, é a Marta, esqueci completamente de ligar, falei que assim que conversasse com Manu iria ligar para ela e informar tudo. Mas com o acontecido não quis preocupa-la. Infelizmente terei que atender e não sei como explicar a ela sem que ela entre em desespero, já basta eu.
Ligação on: - Querido- respiro fundo e respondo – Oi Marta- escuto barulho dos aparelhos do quarto de Carmem ao fundo e uma conversa – você esqueceu de ligar? Como foi com Manu? Tenho uma novidade muito boa, você nem vai acreditar – neste momento vejo o policial fazer um sinal de que o detetive chegou. – desculpa querida tenho que ir, te ligo daqui a pouco- quando vou desligar ela pergunta. – tá acontecendo alguma coisa? A mamãe acordou, acredita, isso é um milagre, nem os médicos estão acreditando. Ela acordou falando algo que vocês estavam em perigo, mas acho que ela estava sonhando e despertou falando isto – não sei como ela sabe disso, meus Deus isso é muito estranho – isso é ótimo querida, mas tá tudo bem, te ligo daqui a pouco – ligação off. Desligo antes que ela pergunte mais alguma coisa. Vou em direção a sala do detetive e passo a ele tudo que passei ao polícia antes, explico cada detalhe do que vi e até onde os segui, ele vai anotando tudo e me pergunta se lembrava da aparência de algum dos homens, não me recordo da aparência, somente me recordo do carro e que também estavam de roupas pretas. Ele fala pra eu esperar alguns minutos enquanto analisa a situação, eles me dão um copo de água e falam pra eu sentar novamente no lado de fora da sala. Fico alguns minutos esperando, o que parece uma eternidade, esse tempo todo aqui e minha menina está sei lá onde, sabe se lá sofrendo algum tipo de abuso. Sou chamado novamente a sala, e sento de frente ao detetive. – e então, o que vão fazer a respeito? – ele olha para o papel e me análisa atentamente. – então Pedro, e o seguinte, por enquanto não podemos fazer nada, única coisa que podemos fazer e mandar alguém para casa de vocês e esperar algum tipo de pedido de resgate, já mandei alguns policiais para o mirante do Leblon para fazer algumas perguntas, mandei mais alguns para onde o senhor informou que os perdeu de vista, infelizmente no momento não a o que fazer, a não ser esperar. – eu não estou acreditando nisso – como vou ficar sem fazer nada esperando uma ligação que pode nem vir?- isso não faz sentido – senhor Pedro é o máximo que posso fazer no momento, mas você poderia me enviar uma foto de sua filha que enviarei para o jornal local para ajudar na investigação, mas não poderá ser publicada até uma possível ligação dos sequestradores, pois pode ser perigoso para ela no momento- envio a foto para o telefone dele, ele analisa e balança a cabeça. - o senhor vai ser escoltado até em casa, um policial vai ficar na casa com o senhor e outro no lado de fora de vigia, peço que informe para toda a família para não divulgar qualquer coisa sobre o que aconteceu pelo menos até completar 48 horas, qualquer publicação a respeito pode piorar a situação – isso é um pesadelo. Por que não esperei chegar em casa para conversarmos, isso tudo é culpa minha. Apertamos as mãos depois de ele passar mais algumas informações sobre os policiais que vão até em casa comigo. Vou para o carro e um carro da polícia vem atrás. Alguns minutos depois já estou em casa e resolvo não falar nada para Marta por enquanto, ela me mandou uma mensagem falando que não precisava ir hoje para hospital que era melhor descansar um pouco e pedir para a empregada fazer algo para comermos. Respondo a mensagem dela, e vou tomar um banho enquanto o policial instala um tipo de gravador no telefone da casa e um aplicativo em meu celular. Mais tarde vejo como contar tudo para a Marta, prefiro que não seja por telefone.Fim do capítulo, não esqueçam da estrelinha. Bjs
VOCÊ ESTÁ LENDO
O preço da liberdade
RomanceO preço da Liberdade: Livro para inspirar o frio na barriga e o amor que existe dentro de vocês. Manuela, filha amada e responsavel , 19 anos cursando faculdade de Engenharia Cívil em uma das universidades mais cotadas dos EUA, descobre que sua avó...