Capítulo 3

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Os primeiros minutos foram constrangedores, eles apenas conversavam entre si e eu senti-me como um peixe fora de água. Nunca me sentia à vontade quando conhecia novas pessoas, considerava-me um alguém introvertido, talvez por isso não tivesse muitos amigos, para ser sincera, a Luna era a única que me aturava e que me conseguia arrastar para espaços socias deste género. Senti uma dorzinha no peito, um remorso ao vê-los interagir e rirem uns com os outros. Respirei fundo, talvez se eu tentasse me enquadrar veria que não é assim tão difícil.

- Então...- Comecei e quatro pares de olhos me fitaram no mesmo instante, óptimo, o silêncio já estava a ficar mortal quando murmurei - Mais uma bebida?- Bufei, isto não era para mim. Ergui o copo e uma sobrancelha.

- Cla...Claro, o Sebastian acabou de pedir.- Respondeu a Luna inclinando levemente a cabeça e questionando-me com o olhar o que raio eu estava a fazer.

Acabei por desistir de entrar na conversa e foquei-me apenas na minha bebida.Eles ficaram a noite toda a conversar, Sebastian ficava no seu canto e só falava quando lhe dirigiam directamente uma pergunta, várias vezes senti o calor do seu olhar queimar o meu rosto e de todas vezes não resisti e olhei de volta. O homem parecia uma fortaleza, enquanto eu estava corada e com o corpo em êxtase ele continuava com a mesma expressão impassível no rosto, como se eu não o afectasse minimamente.

Já eram perto das quatro da manhã quando nos erguemos para sair, desequilibrei-me um pouco quando me levanto e sinto um braço segurar-me na cintura, tremo, mesmo não olhando eu sei que é ele, puxo o ar com força e consigo sentir o cheiro másculo do seu perfume misturado com o aroma da sua pele, sinto-me esquentar quando o aperto na minha cintura de intensifica. Meu Deus, só posso estar a ficar maluca, lentamente viro-me para agradecer e noto que estamos mais perto do que eu pensava.

-Obrigado.- Disse em voz baixa e corando levemente.

Ele apenas assentiu com a cabeça e mal me soltou senti falta do calor do seu toque, à nossa volta Luna e os restantes membros do grupo olhavam para nós.

- Vamos?- Questionei de forma a quebrar o momento embaraçoso. Eles não responderam e apenas se viraram seguindo para a porta, Sebastian esperou que eu andasse para vir atrás de mim, certamente com medo que eu voltasse a desequilibrar-me, não posso beber tanto assim, não estou habituada e sinto-me levemente alcoolizada. Sim a maioria das pessoas fala pelos cotovelos e faz mil e um amigos durante a noite e era o que eu faria se estivesse apenas com a Luna, mas não, da mesma forma que ela não consegue resistir a uma noite de copos também não consegue resistir a uma noite escaldante com algum homem que conheceu à menos de vinte e quatro horas, atenção, eu não crítico isso só não acho necessário ela ter que me arrastar para vir com ela quando sei que no final da noite vou voltar para casa sozinha.

Estava um frio de rachar quando saímos do aconchegante pub, os três primeiro viraram-se para nós e vi no olhar da Luna que chegou o momento dela me dizer que não ia voltar comigo para casa.

- Lara... - Não a deixei terminar.

- Está tudo bem Luna, não te preocupes.- Sorri levemente, não queria atrapalhar a noite dela e já era não era uma criança para ter medo de ir para casa sozinha.

- Não quero que vás sozinha.- Disse ao aproximar-se de mim e pegar nas minhas mãos.- Pode não parecer mas preocupo-me contigo e sentia-me melhor se deixasses o Ethan acompanhar-te casa. - O quê? Quem raio era o Ethan, ela só podia estar doida. Ri em desgosto.

- Nã... - Fui interrompida por uma voz rouca que surgiu atrás de mim.

- Eu levo-a a casa, Luna, não te preocupes, o Ethan bebeu demais e o mais seguro é ele ir de táxi- Disse Sebastian colocando-se ao meu lado.

Vi de relance o baterista levantar as mãos para nós, Ethan, recriminei-me mentalmente por não ter dado atenção às apresentações.

- Engraçado, eu também te vi beber bastante.- Rebateu o Ethan dando um passo em frente.

- O John veio me buscar, sabes que nunca conduzo quando sei que vou beber. Vamos?.- Questionou enquanto me pegava no cotovelo arrastando-me em direcção a um elegante audi e-tron e abrindo a porta traseira para que eu entrasse, nem me deixou responder, nem me despedir da minha amiga, ouvi algo como «até amanhã Lara», quando já estava dentro do carro, em seguida ele entrou e bateu a porta virando-se para a frente. Doido.

- Boa noite senhor, senhorita.- Pulei quando ouvi uma voz cordial no banco da frente, John certamente, um homem com cerca de quarenta anos, com o cabelo rapado e um olhar dócil olhava para nós através do retrovisor.

- Boa noite John, vamos deixar a senhorita em casa e seguimos para a cobertura.

Senti o carro começar se mover e virei-me indignada com a forma como acabei dentro do carro.

- Não foi nada educado puxar-me daquela forma sem nem me deixares despedir do nosso grupo.- Falei revoltada cruzando os braços.

- Põe o cinto.- Rebateu.

- Hãn?

- O cinto, aquilo que nos dá alguma segurança em caso de acidente.- Rebateu como se estivesse a falar com uma criança de anos.

Abri ligeiramente a boca à medida que o meu olhar virava fogo. Se eu não era boa a fazer amigos era muito boa a fazer inimigos. Pus o cinto com alguma agressividade e sem nunca desviar o olhar dele.

- Satisfeito?

- Vou ficar.- Corei quando senti o tom de voz mudar para um tom mais rouco e sensual à medida que se aproximava de mim.

Socorro.

By my sideWhere stories live. Discover now