Na casa de Luke, a música ecoava num volume, definitivamente, mais alto do que os ouvidos humanos deveriam conseguir aguentar. Apesar da festa ter começado há escaços minutos, a sala já se encontrava em pantanas e nos vários sofás as hormonas aos saltos de diversos adolescentes criavam uma paisagem bastante constrangedora para todos os restantes convidados. Em cima da mesa, os pratos eram assaltados a cada segundo que passava e muita da comida já se encontrava espalhada pelo chão. Algumas pessoas conversavam, outras dançavam. Tudo possível e imaginável acontecia naquela festa.
Eu estava encostada ao balcão da cozinha com Liv ao meu lado. Tinha enchido o meu copo com coca-cola há pouquíssimos segundos e já estava quase vazio. Liv pegou no copo dela e deu uma golada de vodca. Era óbvio o que a esperava e a mim também – levá-la até casa, podre de bêbeda. Claro que ia sobrar tudo para mim.
- Onde está o Luke? – perguntou-me Liv enquanto bebia mais um pouco.
Suspirei. Lá vinha a mesma conversa de sempre.
- Não sei. – respondi sem paciência para as suas lições sobre o que é que se deve fazer numa festa com o namorado.
- Achas que ele veio prevenido? – perguntou entusiasmada.
- Nós não vamos fazer sexo, ok? – exclamei. Até Liv se interessava mais pela minha vida sexual do que eu própria.
- 6 meses, Maisie…. 6 meses.
Oh não… outra vez não!
- Tu dizes sempre isso. – reclamei. – 1 mês, Maisie… 3 meses, Maisie… 4 meses, Maisie.- disse imitando a voz de Liv.
- Ele tem 16 anos, as hormonas dele estão aos saltos, se não fizeres, mais tarde ou mais cedo, ele vai deixar-te.
- Sim, claro Liv. – disse com indiferença.
Peguei no meu copo vazio e dirigi-me à mesa das bebidas ignorando Liv que continuava a falar. No momento em que cheguei à mesa, um rapaz pegou na coca-cola e encheu o seu copo.
- Podes encher o meu, por favor? – perguntei levantando o meu copo.
O rapaz virou-se e reconheci-o da escola não me lembrando exatamente do seu nome. O rapaz olhou-me com um ar surpreendido.
- Sabes que isto é coca-cola? – disse ele.
Nem sei ler nem nada, uff. Are you serious?
- Eu sei. – respondi chegando o copo ainda mais para ele.
O rapaz encheu-me o copo e pousou a garrafa no seu sítio original. Os seus olhos verdes não me deixavam parar de olhar para ele e o seu cabelo despenteado… Ele riu-se, com aquele riso que ninguém alguma vez poderia esquecer, desajeitado e alto.
- Ashton Irwin, certo? – perguntei, recordando-me do nome dele.
Ele olhou-me admirado… novamente.
- Sim, não sou uma vaca insensível para o caso de ser isso que estavas a pensar.
- Humm…eu não estava a pensar isso. – respondeu mas a cara dele dizia tudo.
- Tens álgebra com o James, James McClain. – disse apontando para James que se encontrava a conversar com uma rapariga do 11º ano no canto da sala. – Ele conta-me as tuas piadas durantes as aulas, e só para que conste, são bastante engraçadas. – acrescentei sorrindo.