Depois de algumas horas dentro do carro. Viajando sempre em linha reta por um caminho que aos poucos parecia perder sua civilização, saímos da estrada e entramos em uma trilha. Chegamos a um prédio revestido de vidro por todos os lados de apenas um andar. Após desligar o carro, Stolks saiu e abriu a porta traseira para mim. Sua gentileza não fazia sentido agora, depois de tudo que havia feito. O encarei quando saí. Ele sorria. Ele aparentava ter pouco mais de trinta anos, seu cabelo era baixo e seus olhos castanhos esverdeados. Ele era bem mais alto do que eu e parecia ser muito forte.
- Você não vai sair dessa. Vão descobrir a verdade e me tirar daqui.- As palavras saíras cuspidas.
- Eu não teria tanta certeza.- Disse sorrindo. Ele nos conduziu pela entrada, atravessamos a recepção e pegamos o elevador. Mas, pra onde iríamos se havia somente um andar? No elevador não havia botões muito menos um espelho, mas o prata que
refletia nossas figuras.
- Sub 4.- Ele disse. E começamos a descer. Andares no subsolo. Me senti angustiada. Subsolo. Sem janelas. Minha respiração estava meio dificultosa. Precisava me acalmar.
as portas abriram. Outro corredor. Haviam portas dos dois lados que intercalavam e diziam : INTERROGATÓRIO. No final da sala havia uma porta com o sinal de cuidado e a frase: SALA DE EXTRAÇÃO. APENAS PESSOAL AUTORIZADO. O que seria uma sala de extração? Extração de quê? Senti um calafrio. Não me permiti terminar aquele pensamento aterrorizante.
- Aqui. Entre.- Ele abriu a porta de uma das salas de interrogatório e a fechou após eu ter entrado.
Olhei em volta. Havia uma mesa e duas cadeiras . Uma lâmpada estava posicionada para baixo na mesa. A porta se abriu.
- Sente- se. - Disse o homem que acabara de entrar. Sua voz era firme e autoritária. Resolvi não questionar. Ao sentar, prestei atenção na ficha que havia em suas mãos. Ele a Abriu e pude ver minha foto no canto direito.
- Certo Priscila. Acho que sabe por que está aqui- Ele disse, folheando a pasta.
- Por que eu gosto de conhecer novos lugares.- Não acredito que acabei de dizer aquilo.
- Não faça gracinhas.- Ele me observou e voltou sua atenção para a ficha. - Está aqui por que não foi sincera em seu depoimento a polícia.
- Vocês não são "A Polícia".- Enfatizei.
- Não. Não somos. Mas estamos com você agora e você não tem a quem recorrer- Ele tinha toda a razão
- Agora, responda as perguntas e poderá se juntar aos seus amigos.
-Eles estão aqui?- Uma ponta de esperança surgiu dentro de mim. Ele me ignorou.
- A quanto tempo conhece Victor?
- Desde que começou a nos dar aula de História no segundo ano. Olha já me fizeram essa pergunta, por que simplesmente não olha na ficha?- Ele continuou.
- Alguma vez ele agiu de forma estranha ao habitual? Mostrava sinais de cansaço, luta ou outros?
- Não e não.- Eu estava ficando impaciente.
- Na noite de sua morte ele falou algo?
- Não.- Menti.
- Não minta. Nós vimos a fita do estacionamento. Você estava perto dele. Há provas disso. O que ele disse?- Agora ele me fitava procurando as respostas em meu olhar como um detector de mentiras.
- Ele disse que ninguém presta atenção nos detalhes.- Respondi . Não fazia sentido mesmo.
-Só isso?
-Só.- Eu olhei em seus olhos.
- Então acabamos por aqui.- Ele estava se levantando e saindo da sala.
- Ei! Espera! E quanto aos meus amigos?- Ele nem ao menos se virou.
Corri até a porta e colidi com Stolks que estava de guarda. Caí no chão. Ele parecia uma parede. Ele me estendeu a mão e me levantou, segurando a risada.
- Quero ver meus amigos! Agora!- Eu necessitava.
- Claro garotinha.- Ele começou a andar e abriu a primeira porta a direita do corredor. A sala era branca, havia um jarro grande de planta no fundo que deveria ter o meu tamanho. Uma mesinha de centro e um sofá em forma de U em volta. Meus amigos, estavam sentados, e agora me fitavam.
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Normais
Science FictionA vida é como uma estrada pavimentada sobre decisões difíceis. E, em toda estrada há curvas e um destino final, mas o percurso, pode ser mudado a qualquer hora.