Período

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Jimin estava preocupado.

Faziam quatro dias que Mina não falava direito com ele, e ainda por cima, o impedia de ir até sua casa sem nem lhe dar nenhuma explicação razoável. Sempre que mandava alguma mensagem ou tentava ligar para ela, tudo que recebia como resposta era um "Estou ocupada", "Não vou ter tempo" e "Semana que vem".

Ele não conseguia entender o porque da namorada estar o evitando dessa forma. Poxa, não tinha feito e nem dito nada de errado para estar sendo tratado assim. Nem mesmo haviam brigado - coisa que era rara de se acontecer entre os dois. Inclusive, na semana passada, foram a um parque de diversões para comemorar um mês de namoro. Um encontro bastante proveitoso, romântico e divertido, apesar do o casal não ser muito fã de brinquedos relacionados a altura e trem fantasma.

Cansado daquela situação, Jimin aproveitou que teria o resto daquela tarde de folga e decidiu ir na casa da japonesa para descobrir de uma vez por todas o que estava acontecendo. Em sua cabeça, várias hipóteses sobre qual seria o verdadeiro motivo do comportamento estranho da namorada tomavam conta de seus pensamentos, o deixando cada vez mais nervoso e ansioso na medida em que se aproximava do apartamento dela. Enquanto que por um lado, o Park estava preocupado com a saúde da Myoui, imaginando que talvez ela esteja doente e por isso resolveu se afastado, do outro, Jimin sentia receio em relação ao que - ou quem - poderia ser a razão do súbito afastamento da namorada.

Odiava ser tão ciumento e sempre pensar nas piores suposições.

Conhecia Mina há tempo o suficiente para saber que ela não era do tipo de pessoa que faria algo assim, e de modo algum, ele tinha desconfianças sobre a fidelidade dela. Contudo, sua maldita insegura sempre lhe fazia questão de relembrar qual havia sido o motivo do seus relacionamentos anteriores terem acabado. Sendo por sua maioria, suas antigas companheiras terem o trocado por alguém mais interessante, bonito e cheio de qualidades das quais o loiro não possuía. Mas quem poderia culpa-las? Nem ele mesmo se achava grande coisa.

Adquirida a permissão para entrar no prédio pelo porteiro que já o conhecia como "namorado da senhorita Myoui", Jimin estacionou seu carro na garagem pertencente ao edifício e seguiu para o 10º andar, aonde a japonesa morava. No prédio não existia muitos moradores, sendo assim, o coreano quase nunca compartilhava o elevador com outra pessoa quando ia visita-la. Ao chegar em seu destino, ele suspirou olhando sua aparência no espelho do elevador e saiu do mesmo andando rumo a porta numerada com os dígitos 73 e bateu nela com o punho fechado algumas vezes.

Poucos segundos depois, a porta se abriu e uma japonesa com uma expressão cansada e um pouco pálida apareceu com os seus longos e escuros cabelos presos em um rabo de cavalo mal feito, usando uma calça de algodão preta e um moletom de mesma cor. Seus olhos arregalaram levemente quando se deparou com a figura de seu namorado, vestido com o sweater azul bebê que ela havia dado para ele em seu aniversário, usando uma calça jeans branca e um tênis de preto.

Sutilmente Jimin se aproximou um pouco de Mina que suspirou entendendo o pedido mudo do namorado, e apesar de um pouco receosa, abriu espaço para que o mesmo adentrasse seu apartamento. Trancou a porta após vê-lo passar e caminhou em direção ao sofá, afastando o cobertor que estava ali e se sentando um pouco desconfortável por sentir o olhar do Park sobre si. Droga, deveria ter checado quem era pelo olho-magico antes de ter aberto a porta. Evitaria e muito o seu constrangimento.

— Então... - Jimin se pronunciou um pouco receoso. - O que aconteceu, Mina? Você anda tão distante nessas últimos dias. Mal atende minhas ligações e nem responde minhas mensagens... - suspirou. - Me desculpe se estou parecendo muito grudento, quero dizer, nem foi tanto tempo assim... Mas você me deixou preocupado, por isso eu vim até aqui. - o mais velho continua se sentando ao lado dela. - E pelo visto foi bom eu ter aparecido, não é? Quando pretendia me contar que estava doente?

— Não é nada de mais. - respondeu tentando tranquiliza-lo, porém o loiro continuou irredutível. - É sério, Minnie, eu estou bem... É-É coisa de mulher, você não entenderia.

— Então me explica. - pediu fraco. - Me explica o porquê da minha namorada estar doente, e em vez dela me contar, preferiu esconder isso de mim e me evitar. - bufou passando seus dedos entre suas madeixas e as jogando para trás. - Eu sei que começamos a namorar há pouco tempo mas você se lembra do que prometemos antes de tudo? - Mina assentiu um pouco sem graça.

— Nada de segredos - ambos disseram em uníssono.

— Você está certo, Jimin. Me desculpa... - declarou cabisbaixa. - Eu não deveria ter me afastado de você. Ainda mais uma razão tão boba quanto essa. - o fitou envergonhada. - Mas você tem que entender que eu nunca tinha tido um namorado antes de você, então, tudo isso ainda é muito novo pra mim, sabe? 

— Eu sei, meu amor, e te compreendo. - ditou segurando na mão direita dela e entrelaçando os dedos . - Eu apenas queria que você se sentisse confortável e confiante o suficiente para conversar comigo sobre qualquer tipo de assunto.

— Mas eu me sinto, Jimin. - disse convicta. - O problema é que falar sobre isso em específico com você é muito vergonhoso... - suas bochechas esquentaram. - Eu não costumo falar sobre esse "tipo de coisa" com ninguém além da minha mãe e as minhas amigas... 

O Park franziu o cenho tentando entender o porque de tanta cautela em relação aquele assunto. Provavelmente não era nada grave, mas sim, algo que poderia de certa forma lhe causar desembaraço? Ele não sabia dizer. Talvez fosse realmente algo muito íntimo. Algo que apenas uma mulher saberia e- - Espera aí! Será que ela..?

— Não me diga que você está..? - a menor assentiu corando fortemente. - Ah... Agora, eu entendi.

Tomada pela timidez, Mina soltou a mão do namorado e se cobriu totalmente com o cobertor que estava ao seu lado. Com o riso baixo do mais velho sendo o único som presente no cômodo, ela bufou o sentindo puxar o pano grosso para longe e se aproximar fazendo um carinho sútil em suas bochechas coradas com a palma de suas mãos pequenas e gordinhas.

— Não fique assim, meu amor. Isso é algo normal e não tem motivo para se envergonhar. Além do mas, eu tenho uma mãe e duas irmãs, sabia? Sei bem como essas coisas funcionam. - ditou selando brevemente os lábios dela. - Apenas gostaria de ter sido avisado antes, assim eu poderia ter vindo preparado. - brincou arrancando um sorrisinho da Myoui. 

— Eu não queria te dar trabalho... - resmungou circulando sua cintura e o abraçando forte.

Adorava abraçar o namorado. Mesmo o coreano não sendo muito corpulento, ela amava a sensação reconfortante de estar nos braços do amado. A pele quentinha e macia dele lhe fazia lembrar vagamente de um ursinho de pelúcia, sem contar o quanto era gostoso sentir o perfume doce que ele sempre usava adentrar por suas narinas.  Se pudesse passaria o dia inteiro abraçada á ele.

— Eu não acho que cuidar da minha namorada seja algo trabalhoso. Muito pelo contrario, eu adoro te mimar. - ditou a trazendo mais para perto pela cintura e depositando um selar em sua testa. - Aliás, acho que vou sair para comprar alguns doces e salgados. Qual é o seu sabor favorito de sorvete? Está precisando de remédio para a cólica ou absorvente? Se você quiser, depois eu posso fazer uma massagem em você...

— Meu estoque de absorventes e remédios para a cólica ainda estão cheios. Muito obrigado por perguntar. Sobre a massagem, prefiro guardar para outra ocasião... - Myoui sorriu arteira deitando sua cabeça no ombro do namorado enquanto fechava seus olhos por alguns segundos. - Em relação as outras coisas, eu acho que vou passar.

— Tem certeza? - ela assentiu. - Não quer nem um chocolatinho?

— Não, Min, mas agradeço a preocupação. - ela riu, se aconchegando mais ainda no corpo quentinho do namorado. - A única coisa que eu preciso agora e ficar abraçadinha com você...

— Seu desejo é uma ordem, amorzinho. 

Dito isso, Park se inclinou para pegar a cobertor jogado no outro lado sofá, embrulhou ambos os corpo e distribuiu vários beijinhos no rosto da namorada. Amava tê-la em seus braços toda manhosinha, soltando suspiros baixinhos e comprimindo seus olhinhos fechados de forma quase imperceptível a cada selar que ganhava no rosto.

Um dia iria acabar morrendo de amores por causa dela. Tinha certeza disso.   

Just Jimina ThingsOnde histórias criam vida. Descubra agora