Se eu tivesse que dizer se sou um garoto muito sortudo, eu afirmaria categoricamente que sim. Wonho estava a cada dia mais carinhoso e atencioso comigo, e tinha uma pegada incrível pra completar. Nas tardes em que eu ia pra casa dele, sob o pretexto de estudar para alguma prova, podia experimentar aqueles lábios deliciosos sobre os meus, que a cada novo encontro se tornavam mais ousados, explorando qualquer pedaço de pele que eu permitisse.
No entanto, se eu tivesse que dizer que sou um garoto muito azarado, também afirmaria com a mesma convicção que sim. Enquanto estava dormindo com Jooheon, nossos corpos quase colados depois de mais uma sessão de beijos com direito a mãos bobas, eu pensava sobre isso. Eu adorava ter aqueles dois me desejando, mas sabia que se Wonho resolvesse dar um passo naquela relação, eu teria que parar com essas brincadeiras com meu melhor amigo. As coisas com ele sempre iam mais longe do que com o Shin, talvez por termos tanta intimidade, eu não tinha medo nem vergonha de fazer nada com ele. Mas sabia que ele nunca seria meu, não de um modo romântico, e era isso que me preocupava.
Por mais que eu gostasse sim do Hoseok, meu coração sempre batia mais forte pelo Honey, e eu estava mesmo me apaixonando, o que seria um problema, considerando toda a heterozice ridícula que ele julgava possuir.
– Honey... – chamei baixinho, temendo que ele já tivesse dormido.
– Sim. – ele resmungou no meu ouvido, já que estávamos abraçados.
– Eu acho que o Wonho vai me pedir em namoro.
– Como assim você acha?
– Ele me chamou pra sair amanhã. Disse que quer me falar uma coisa importante. – expliquei.
– Mas poderia ser qualquer coisa.
– Não vejo nenhuma coisa importante que ele poderia querer me falar. A não ser que fosse pra não ficarmos mais, só que isso parece bem improvável. – a julgar por como estávamos indo bem, eu duvidava dessa opção.
– E você vai aceitar? – ele tentou parecer displicente, mas senti o tom inquisidor em sua voz.
– Isso depende.
– Do que?
– Se outra pessoa me dissesse que gosta de mim, e que eu não deveria aceitar, eu concordaria. Por que eu gosto do Wonho, mas essa outra pessoa, eu amo.
Esperei que dissesse alguma coisa, mas Jooheon ficou totalmente mudo. Não sei se ele entendeu o que eu quis dizer, mas acho que sim, e acho que fui um tolo por achar que teria alguma possibilidade dele tentar me impedir de correr para os braços de outro. Por um instante eu quis chorar, mas me segurei.
– Se você gosta dele, deveria aceitar. – por fim ele disse.
– Isso significa que não iremos mais brincar juntos.
– Você vai continuar sendo meu amigo mesmo assim?
– Claro.
– Então, por mim, tá tudo bem. – ele me soltou, virando para o outro lado afim de dormir.
Aquele gesto disse muita coisa. Significava que ele não se importava mesmo, que eu era só um passatempo, e que ele não estava nem aí para o fato de eu ter um namorado.
[...]
Eu nem me lembrava da última vez que tinha ido em algum parque da cidade, pois só fazia isso com meus pais, quando era criança. Mas Wonho disse que a tarde estava muito bonita e quente, e que gostaria de caminhar um pouco. Realmente a paisagem estava linda, o sol refletia na água do lago, deixando-o brilhante, e todo o verde parecia muito intenso. Depois de alguns minutos dando uma volta, paramos para sentar no gramado, perto da água.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Akai ito
Fanfiction[CONCLUÍDA] Akai ito é uma lenda chinesa que fala sobre um fio vermelho invisível que une as pessoas que estão predestinadas a ficar juntas, independentemente do tempo, lugar ou circunstância. O fio pode esticar ou emaranhar-se, mas nunca irá partir...