Jooheon POV
“Essas aberrações, ficam esfregando na cara da gente essa pouca vergonha, minha família não é obrigada a ver isso”.Meu pai não era um homem muito presente em minha vida, mas uma das lembranças mais fortes que tenho foi de um dia, quando vimos dois homens de mãos dadas na rua, mostrando um afeto que ia além da amizade, e ele disse isso. Não foi nem de longe a última vez que ele demonstrou comportamentos homofóbicos, e isso me deixava muito chateado, porque sabia que meu melhor amigo, ou melhor, ex melhor amigo, era homossexual.
Eu fiz tudo errado com o Minhyuk, e tenho consciência disso, mas era difícil lidar com a situação, porque eu não sabia o que sentia por ele. Não sabia se meu carinho era só pela nossa amizade de anos, ou se existia algo mais. O ciúme que eu sentia dele com o namorado deveria me dar alguma dica, mas com 15 anos de idade eu era muito burro pra perceber.
Depois da nossa briga, acabamos nos dividindo, eu era muito próximo do IM, então ele e Kihyun continuaram comigo, enquanto Minhyuk e Wonho se afastaram. Em todos aqueles anos, eu observava eles juntos, e pareciam tão felizes. Não vou mentir que não ficava com inveja, mas ao mesmo tempo, queria que meu amigo fosse feliz, eu o amava muito, mesmo que agora fosse à distância. Estávamos no último ano da escola, e já faziam quase 3 anos que eu e ele não nos falávamos mais. O máximo era um oi, caso nos cruzássemos na entrada da sala, ou no refeitório, mas sempre carregado de ressentimento de ambas as partes.
Desde o primeiro momento que disse tudo aquilo pra ele, já me arrependi. Quis pedir desculpa, mas ao mesmo tempo, sentia que se ficasse perto dele, iria ser sempre igual, porque não conseguia controlar meu ciúme, nem a vontade de beijar e fazer as outras coisas que fazíamos. Mas não me achava no direito de estragar seu namoro, sendo que eu não ia assumir nada com ele como o Wonho havia feito.
Mas como eu sentia a falta daquele maldito. Pensava nele o tempo todo, queria pedir perdão, mas não tinha coragem. Eu sou muito covarde mesmo, e às vezes me odeio por isso.
Era nisso que pensava enquanto me arrumava pra nossa formatura. Eu estava mais triste do que nunca, porque a escola iria acabar, cada um seguiria seu caminho, e eu não o veria mais. Não sabia pra qual faculdade ele iria, mas eu queria ser produtor musical, e faria um curso de três anos nos Estados Unidos. Três anos sem ver o Minhyuk, nem mesmo para aquele oi constrangido nos corredores da escola... Ao menos o IM também iria, porque tinha as mesmas vontades que eu, e como ele já tinha morado na América na infância, ele que foi atrás dos contatos certos, e seria uma grande ajuda na questão do idioma e de estar em uma cultura diferente. A gente iria dividir um apartamento lá, e no fim acho que as coisas seriam boas, apesar de tudo.Quando cheguei no anfiteatro da escola, Minhyuk já estava lá, sentado ao lado do namorado. Ele estava lindo. Apesar de ter crescido mais, e parecer menos criança, seu rosto ainda era delicado, e seu cabelo, que ainda mantinha platinado, assim como eu, era tão lindo que ele ficava parecendo um desenho animado. Acho que ele percebeu que eu estava o secando, pois, por um momento, nossos olhares se cruzaram, e eu desviei o rosto rapidamente, envergonhado.
A cerimônia foi longa e chata conforme o esperado, todos estavam naquele clima agridoce. Felizes pela formatura, mas tristes por saberem que aquela etapa da vida tinha se encerrado, e teríamos que encarar novos desafios.
– Eu ainda não acredito que vocês dois vão me abandonar assim! – Kihyun estava muito sensível nos últimos, dias, pois ele era o único do trio que ficaria na Coreia.
– Já te disse pra você ir lá visitar a gente. – IM passou o braço ao redor dele, tentando consolar, mas o baixinho lhe deu uns tapas pra descontar a raiva.
– Não é a mesma coisa. – ele fez um beicinho.
– Prometo que quando eu voltar, vou grudar no seu pé até você não me suportar mais! – Changkyun continuou provocando a fera.

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Akai ito
Fiksi Penggemar[CONCLUÍDA] Akai ito é uma lenda chinesa que fala sobre um fio vermelho invisível que une as pessoas que estão predestinadas a ficar juntas, independentemente do tempo, lugar ou circunstância. O fio pode esticar ou emaranhar-se, mas nunca irá partir...