"Vai para a puta que te pariu, seu merda do caralho, vá se fuder no caminho também para aproveitar a viagem seu imbecil, que eu cansei de compactuar com esse seu pensamento de merda."
Essas foram as ultimas palavras que eu destilei na direção do meu progenitor, que há muito queria já ter dito, mas enquanto não me faltava motivos me vi em deficiência da coragem.
Agora já sem amparo estou me mudando do lugar onde foi por muito tempo e durante muitos anos meu lar, para o desconhecido do futuro que me aguardo longe do perímetro que delimita a rede de poder direto e indireto comandado pelo meu pai. Já estou nessa estrada há um bom tempo, e ciente das possibilidades boas e ruins.
O motivo da revolta que tenho do meu pai é bem simples, preconceito racial.
Não é tão simples como o ódio de alguns por negros ou árabes ou latinos ou eslavos ou orientais. Ainda que irracional e mesquinho seja esse tipo de ato não é como o ódio do meu pai, se uma pessoa que odeia alguma dessas distinções conjuntas de características humanas e encontrar com uma pessoa que apresenta essas características o odiador pouco vai fazer além de discriminar. Meu pai não, meu pai mataria sem distinção entre idosos crianças mulheres ou homens da raça que ele odeia.
Mas até agora estou sendo muito vaga, meu pai minha mãe meu futuro irmão e eu somos... Bem, acho que a palavra que nos define melhor é hematófagos, ou seja, aquilo ou aqueles que se alimentam de sangue.
Sei que há muito folclore negativo sobre nós. Em geral não se aplica, mas há sempre alguns que fazem valer os maldizeres populares. Assim como por exemplo na raça humana aparecem esporadicamente assassinos cruéis, torturadores e até assassinos em série, acontece de aparecer hematófagos que se desequilibram e vão atrás dos humanos. Mas a realidade é que é muito mais pela caçada de uma presa inteligente do que pela cede de sangue, já que o sangue humano mesmo que próprio para sobrevivência se necessário, tem um gosto intragável, mesmo nos últimos 2 séculos, já isso é muito influenciado pela alimentação e saúde até mesmo a mental, mesmo que a qualidade de vida humana tenha evoluído consideravelmente isto ainda não melhorou o sabor do seu sangue.
Mas eu não vim aqui fazer um manifesto pacifista.
Eu estou, como já disse, fugindo. Sei que é estranho, mas o resumo é bem simples, descobri que meu pai cometia atrocidades sob a desculpa de zelar pelo clã.
Nosso Clã não é o maior, ou o mais forte mas é o mais prospero e seguro, pode não parecer muita coisa, mas muitas famílias mudam de clã só para fugir dos perigos da batalha.
Nosso Clã carregou o brasão e o nome que nossa família tinha no antigo Reino. Os tempos mudaram, mas nossa espécie vive em uma forma de deley entre o que foi oque é e o que será. Não nos impede de ter as melhores tecnologias só nos limita nos costumes sociais.
Estou caminhando na beira da estrada durante o dia e passando as noites por dentro da floresta, não quero ser pega e por isso estou fazendo o caminho mais óbvio.
Com a chegada do crepúsculo caminha devagar na direção do pé da montanha que ladeia a estrada e faz o limite do território do meu Pai.
Caminho por alguns minutos antes de chegar à uma fenda grande o suficiente para que eu consiga passar uma noite confortável. Com calma deixo todo a minha carga que consiste em uma mochila pequena e uma bolsa de viagem.
Sei que não deveria me separar das minhas coisas, mas eu estou com fome vou caçar e a carga só me atrapalharia.
Caminho em silencio procurando um animal grande o suficiente para me alimentar sem que eu o mate.
Fico parada durante algo em torno de 20 minutos esperando minha caça. Quando finalmente ouço o barulho de passos ao longe percebo que são bípedes e estão correndo.
Eu sei que estou em fuga e não deveria me intrometer nas corridas alheias, mas a curiosidade é um ponto fraco meu.
Ando rapidamente pela relva na direção em que ouvi os passos. Quando DO NADA uma menina de não mais que 5 anos se choca contra o meu corpo.
Não demora nem 10 segundos antes que eu veja ao longe um lobo renegado vindo na nossa direção e finalmente entendo o que está acontecendo à minha volta.
Coloco a menina atrás de mim e me preparo para o impacto com a fera que era muito mais alta do que eu. Não que aquilo fosse ajuda-la a sair viva das minhas mãos.
A fera avança com a certeza da vitória pulando em cima do meu corpo e me arremessando de costas no chão, sem perder tempo enfiei com tudo minha mão no peito da besta e arranquei seu coração, ainda senti-o pulsar em minha mão enquanto sua expressão se suavizava e seu corpo amolecia.
Me senti inteira molhada de sangue, viscoso e roxo muito escuro escoria pelo meu rosto, pescoço e tronco como uma gosma demoníaca. Respiro fundo tiro a fera de cima de mim e me levanto com calma procurando a menina à qual, acho eu, salvei.
- Olá mocinha, não precisa ter medo de mim, não vou te machucar.- Ela não fala nada, só fica estática, diria eu em choque, olhando para o defunto.- Tudo bem se não quiser falar comigo, também não precisa ter medo disso, ele não pode mais te fazer mal.- Ela agora olha para mim, mas nada fala.- vamos recomeçar. Olá me chamo Elizabeth GuteHölle, e você?
- Meu nome é Paola... Paola Scharfe Klaue.- Responde ela ainda assusta falando baixo, como que com medo. diz ela de um jeito que soa mais como 'Chafé Cauê'.
- Oi Paola, está só? Precisa de ajuda para voltar para casa? E principalmente, é uma uivante?
- Aqui sim, acho que sim, e sim tombém.- Me responde em uma voz infantil.
- Bem Paola eu quero te ajudar mesmo, de verdade, mas não sou boba, vamos fazer o seguinte vou te levar até a cidade ao amanhecer e de lá pedimos que alguém te busque ok? Eu te levaria agora para casa, mas oque pensariam se eu, uma hematófaga estivesse com uma criança uivante sumida, ainda mais comigo encharcada no sangue como estou?- Digo em tom de brincadeira e ela ri, crianças no meu mundo conseguem ver atrocidades sem perder a inocência.- Vem, vou te mostrar onde estou, é uma caverninha bem aconchegante.
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Seduzindo o Alpha Absoluto
VampireElizabeth GutHölle saí de casa em busca de mudança por já não aguentar mais o pensamento antiquado e retrogrado do pai. Sem prever que se encontraria com uma criança incrivel que mostraria a ela o caminho para o seu destino.