Me Amar (Continuação de POR AMOR)

Capitulo 6

—A Lauren tem se isolado dos outros alunos e criado alguns problemas—Começou o diretor
—faltando algumas aulas, discutindo com professores, brigando com alguns alunos e ontem a pegamos fumando.

Brianna e Olivia se olharam. Um pesar enorme e forte como um soco atingiu o estômago de Olivia. A filha está repetindo seus atos era a prova do quão péssima ela havia sido, mostrava o quanto ela havia falhado.

—Por isso a deixamos na detenção, não sei oque está acontecendo com ela, as notas diminuíram e o comportamento tem piorado.

—Conversaremos com ela! —Brianna garantiu

—Assim espero, se vocês puderem pedir para que ela converse com a conselheira estudantil seria de grande ajuda.  Às vezes os jovens só precisam ser ouvidos.

Olivia garantiu que falaria sobre isso, mas sabia que não daria em nada, Lauren havia feito terapia após o incidente de anos atrás quando Hans havia surtado, mas por ser muito pequena e por preguiça de deslocar-se com a menina três vezes por semana para o centro, a garota passou menos de dois anos naquela rotina.

—Agradeço por terem vindo, tenham um bom dia! —Disse o homem ao apertar a mão de Oli e Bri. Era muito cansativo ter que administrar os problemas de Lauren.

Ao sairem da sala do diretor, Olivia olhou para Brianna incrédula

—Ela pegou o maço da minha bolsa! —Falou lembrando-se de não encontrar o mesmo na bolsa marrom antes de sair.

—Estou supresa com toda essa situação, nunca a vi como uma menina que arruma brigas e fuma.

—É tudo culpa minha! —Disse Olivia—São os péssimos exemplos que dei a ela. Fui uma péssima mãe,  achei que estava fazendo o certo mas...

—Ei, não se culpe, criamos um indivíduo que está tomando as próprias escolhas, certas ou erradas, não é você quem está a encaminhando para o lado oposto do correto.

(...)

Olivia decidiu que falaria com Lauren sozinha assim que a mesma chegasse em casa,para isso,pediu que Brianna levasse Samuel ao restaurante.

Lauren esperava que a mãe começasse a falar,estava sentada no sofá olhando para a televisão desligada, incomodada com o silêncio entre as duas.

—Não vai começar o sermão?—Perguntou

—Eu estou decepcionada!—Respondeu Olivia

—Decepcionada? Comigo?
—Ela cruzou os braços ainda olhando para frente,sem nem ao menos encarar a mãe—Faça-me o favor, você fuma desde que eu me entendo por gente, ou até antes!

—Isso já seria o bastante para eu me irritar com você, mas não é só isso

—Tem mais... —Lauren revirou os olhos

—O diretor disse que você tem faltado, arrumado brigas...

—Eu não arrumei brigas, estava apenas me defendendo! —Disse ela —Acha que é fácil ser sua filha?

Olivia fechou os olhos recebendo aquela pergunta, então o problema era oque os outros diziam a respeito de sua sexualidade

—Ser a filha da artista lésbica não é tão simples, as pessoas falam atrocidades e eu apenas me defendo.

—Está com raiva de mim por causa do Bullying?

—Antes fosse, as pessoas dizerem que nossa família vai pro inferno, não é grande coisa por mais que ofenda e machuque

—Por que nunca me disse isso?  Eu poderia ter tentado resolver!

—Você não resolve nem os seus próprios problemas... —Disse ainda sem olhar para a mãe —Não se preocupe, as pessoas são o que menos me importa. Terminamos? —Pergunta com desdém

—Meu Deus,eu só quero te entender, o que despertou essa raiva em você,eu te dei tanto amor...

Olivia segurava-se para não chorar, sabia que a filha tinha um bom controle emocional que não havia puxado dela,então lutava contra sua instabilidade.

—Você nunca me quis!—Disse Lauren—Não venha com essa história de amor.

—Do que está falando? Eu fiz de tudo por você!

—Me poupe! —Ela revirou os olhos—Escutei você dizer inúmeras vezes que só ficou com meu pai por mim e indiretamente,  afirma que foram os piores anos de sua vida.

Olivia fechou os olhos e levantou-se ficando de costas para a garota

—A minha avó morreu e eu não pude ir ao enterro porque você não consegue superar seus traumas!

Lauren sabia ser cruel, mostrava realmente filha de quem era, possuia a mesma capacidade do pai. A de falar coisas extremamente torturantes sem um abalo sequer.

—Não conseguiria ir até o enterro e encontrar seu pai, você sabe oque ele fez,sabe o que ele representa para mim...

—O monstro a qual você passou anos—Ela revirou os olhos ainda olhando para mãe de costas —Por que não me abortou?  Tem noção de que tudo seria diferente.  Não estariamos passando por nada disso. Eu não teria uma mãe... Problemática e um possível assassino como pai

—Você está exagerando!

—É claro que estou. É sempre exagero... Eu estou cansada e na real, você nem se importa, porque você é doente demais,  traumatizada demais, fraca demais...

Olivia queria gritar com a garota e até mesmo agredi-la, mas conteve todos seus impulsos, a agressividade não melhoraria a situação.

—Não te abortei porque escolhi fazer de você alguém melhor. Porque te amo mais do que a mim mesma.Mas oque você está fazendo, não condiz com a menina que eu dediquei a vida.

Lauren riu irônica e bateu duas palmas, mesmo vendo o sofrimento da mãe com o rosto e os olhos vermelhos não importou-se em debochar.

—Faz um favor para nós duas, me deixa em paz. —Ela levantou-se —Estou indo pro meu quarto,  sei que vai me por de castigo de novo!

A discussão havia acabado assim como a paciência e o controle de Olivia, Lauren havia se tornado uma pessoa má, mas Oli não sabia oque havia a feito mudar tão drasticamente.