SEIS · Problemas

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Abracei as mãos que me rodeavam e o ouvi resmungar para que eu ficasse quieta. Permaneci estática, para que esse dormisse bem.

É, isso com certeza não seria algo que eu faria se estivesse em sã consciência. Abri meus olhos, em pânico quando percebi que isso não era nem sonho, o qual eu torci para que fosse, Taehyung realmente estava dormindo em minha cama, abraçado comigo. Num simples impulso, o empurrei para trás, fazendo-o cair no chão, e então me sentei na cama rapidamente, sentindo que meu corpo iria entrar em chamas de tanta raiva.

– Você só pode estar querendo morrer! – mesmo que estivesse muito irritada, evitei gritar para não chamar a atenção dos meus avós. – Filho gerado de um caralho! – levantei-me, passando por cima dele e caminhando até o banheiro, ainda xingando. – Desgraçado, pau no cu... Você nem ouse se mexer enquanto eu estiver dentro desse banheiro, seu bosta! – fechei a porta com toda minha força.

Mesmo que eu o xingasse, Taehyung continuava com a mesma expressão de sempre, talvez estivesse até dormindo acordado, mas eu estava bem disposta a xinga-lo ainda mais.

Retirei minha roupa e entrei debaixo do chuveiro quente, enquanto resmungava. Não sabia se eu era sempre mal humorada assim mesmo ou se era a TPM, talvez fosse à junção dos dois, gerando um ULTRACOMBO explosivo.

Quando terminei de me banhar e escovei os dentes, voltei para o quarto de toalha, o que eu também não faria se estivesse em sã consciência, mas o fiz e fui até o guarda-roupa, tirando um uniforme limpo de lá e voltando para o banheiro, sem receber um olhar malicioso ou coisa do tipo. Taehyung estava no décimo sono e não acordaria só para me ver de toalha, graças a deus.

Coloquei as roupas intimas e vesti a camisa social, enquanto me olhava no espelho. Zumbis talvez fossem mais bonitos do que eu naquele momento e meu cabelo molhado só ressaltava a ideia. Fechei os botões e coloquei a saia por cima, em seguida a meia-calça. Sai do banheiro com a mesma aura que entrei e não me poupei em dar chutes em Taehyung, para que ele acordasse, mas não acordou.

– DESGRAAAÇA! – gritei, dando um chute mais forte dessa vez, que o fez acordar lentamente, emburrado.

Não existia pessoa mais chata e insuportável que eu naquele momento, eu sabia disso, e mesmo assim continuaria sendo, porque todo mundo precisava saber que eu estava com um puta mau humor e que não deveriam se meter no meu caminho.

O ruivo se sentou no chão, coçando os olhos, ainda sonolento, e então me olhou, sereno como sempre.

– Por que você dormiu comigo nessa noite, seu pau no cu?! – empurrei meu pé contra as suas costas. – Essa merda que eu coloquei no chão serve pra quê?

– (Taehyung) Eu estava com frio.

– E eu te perguntei alguma coisa, inferno?! – o empurrei outra vez, um pouco mais forte. – Quem você pensa que é?

– (Taehyung) O cara que você gosta. – ele sorriu meigo, de um jeito que eu nunca havia visto antes, e se desviou do meu pé, fazendo com que eu tombasse no chão.

Aquilo eu não iria tolerar mesmo! Mais furiosa do que antes, me levantei e ergui as mangas da minha camisa, prontíssima para manda-lo para Marte com um soco, isso até a porta ser aberta e eu mesma correr pra Marte, achando que era minha vó.

O moreno adentrou no quarto acendendo a luz, e deixou um prato sobre a escrivaninha, com o café da manhã para duas pessoas.

– (Dong) Pelo amor de deus, vocês estão fazendo muito barulho! – reclamou, ajeitando seu uniforme. – E outra, não há como Taehyung sair daqui, nem mesmo se cavar um buraco no chão, porque seu avô não foi trabalhar hoje e sua avó não para quieta. Quer dizer, ter tem, mas... – ele se sentou na cama, me olhando soltar fumaças pelas orelhas, em seguida olhou para Taehyung, que ainda sorria. – Beleza, o que aconteceu?

Muito Além do LimiteOnde histórias criam vida. Descubra agora