Era uma manhã de segunda como qualquer outra normal e tranquila se não fosse por minha mãe me sacudindo de um lado para o outro na intenção de me acordar para ir a universidade, ou me matar para não ter mais roupas e louça para lavar...
— Acorda filho! Vai se atrasar! - Me sacudiu mais e eu pensei que fosse vomitar, mas lembrei que para isso eu precisaria ter alimento na barriga e eu não tinha, levantei só pela fome mesmo.
— Que horas por favor? - Pedi com minha cara de bunda porém lindamente educado como sempre sou.
— Hora de levantar - saiu do quarto e me deixou com a cara mais emburrada do que pensei que pudesse ficar. Olá rugas na testa.
Levantei bem calmo pois conheço minha mãe, se eu perguntar que horas são ela vai me dizer que eu tô duas horas atrasados e na maioria das vezes nem deu a hora de acordar, acho que minha maravilhosa presença na cozinha deve fazer jus à minha opinião sobre ela: maravilhosa. Então entrei no banheiro e tomei meu banho de 5 minutos que em minha visão foram 3 e na visão da minha mãe uns 10 porque ela já tava batendo na minha porta, grr. Acho que ela está certa.
Desci as escadas depois de já estar pronto, lindo e cheiroso como sempre e sentei para tomar meu café da manhã bem calmamente.
— Acho que seu ego deve ser tão grande a ponto de achar que a universidade é sua ou vai te esperar chegar para abrir, né? - Disse minha mãezinha linda que eu amo mas odeio o fato de amar me importunar.
— Por que acha uma coisa dessas, senhorita? - Meu poder de ironia automaticamente ligou.
— Você realmente não olha a hora? - Respondeu.
— Horas! Não preciso disso pra saber que não estou... - Peguei meu copo de suco de morango e comecei a beber antes de terminar de falar, então peguei meu celular que estava em seu devido lugar: meu bolso. Olhei a hora e quase cuspo o suco. — ATRASADO!
— Não gosto de ser esse tipo de pessoa, mas... Eu avisei - minha mãe disse sorrindo como se tivesse ganhado um troféu de melhor alguma coisa. Enquanto isso meu irmãozinho mais novo - ainda com 3 anos - só ria de tudo sem entender nada.
- Avi...Sei... Avisei! - Meu irmão, Kyungmi reproduziu tentando fazer a mesma expressão de vencedora da minha mãe oque a deixou aparentemente muito orgulhosa do pirralho.
— Own!! Esse é meu bebê! Quando seu irmão fizer burrada, diga isso ok? - O menino só riu mais e fez compilado de "avisei" enquanto apontava pra mim. Minha mãe parecia que iria chorar de emoção (ou de achar graça da minha cara).
Eu ficaria lá contradizendo oque ela ensinou para o menino antes que ele realmente usasse contra mim, mas eu lembrei da universidade.
— Mãe cadê meus fones?! Eu tô atrasado - gritei. Ela saiu da cozinha pra atender o telefone que tocou e apontou para o sofá. E não me respondeu, me resta procurar.
Peguei meus fones de ouvido, que estavam em meu quarto, corri para o quarto e peguei minha mochila com os devidos materiais e corri para a sala quase fazendo cosplay das vítimas de Nazaré caindo da escada, e eu até riria da minha piada se a situação não fosse muito estrema. MEU PRIMEIRO DIA NA UNIVERSIDADE!
— Tchau família! - Gritei e bati a porta logo ouvindo ela abrir enquanto eu corria e minha mãe gritando: — NÃO TEM GELADEIRA EM CASA, NÃO?! - Uma comediante de grande patamar.
Enquanto corria, fui encaixando meu fone na entrada do celular, passando por dentro da camisa pra não enganchar em qualquer lugar e pondo nos ouvidos - sem deixar de olhar para frente - uma habilidade que desenvolvi no decorrer da prática de chegar atrasado para quase tudo.
[PASSANDO PARA PERGUNTAR: VOCÊ ESTÁ LENDO MESMO OU SÓ PASSANDO A VISTA?]
"Ah mas por que não foi de carro?" Eu queria, mas minha mãe disse com exatas palavras: "Não vou te levar de carro num lugar que não dá nem 15 minutos a pé."
De certa forma ela estava certa, era perto, maaaas... Eu sou simplesmente sedentário, posso dizer que meu exercício diário é a caminhada entre os cômodos da casa todos os dias ou mercado, padaria e é isso. Não que eu seja preguiçoso, mas esse corpo vai ficar em forma com minha mega habilidade de comer e ficar gostosinho mas exercício, não!
— Já posso ver a luz! - Disse um pouco alto atraindo a atenção de algumas pessoas no caminho quando já podia ver o portão do lugar.
Eu nunca mais vou desconfiar da minha mãe, agora eu tô suando e as pessoas devem achar que eu sou um estudante de educação física fedido e que só pensa em praticar exercícios para diversos fins. Credo!
Não que eu tenha preconceito com atletas, tem até uns bonitinhos mas não dá, não dá mesmo, a maioria só tem esteróide na cabeça (no lugar do cérebro) e meu negócio é papel e caneta, tinta, lápis e essas coisas que envolvam o mundo artístico.
Eu sou um jovem de 18 anos, homossexual, relativamente baixo, moreno, pele clara e lindo que vai cursar faculdade de artes plásticas com um amigo que é super pontual e a essa hora já deve estar lá me esperando com meu outro amigo que trabalha mas gosta de nos acompanhar quando pode (e esse deve estar querendo arrancar minha cabeça).
— Puta que pariu, que lugar lindo! - Sou muivo sutil quando me admiro muito com algo e aquele lugar era simplesmente perfeito e cheio de gente diversa, achei maravilhoso e até assustador de tão grande, então me lembro que estou atrasado. — Moça, pode me informar em que bloco ficam os que cursam artes plásticas? - Perguntei a uma mulher que parecia ser recepcionista. Estava certo.
— Oh, sim - ela começou a falar sobre como achar o bloco e não me perder e até a achei simpática.
— Muito obrigado... Hyejin - li em seu crachá.
— Por nada... - Me olhou como se me perguntasse algo e então percebi que não me apresentei.
— Me chamo, Kyungsoo. Do Kyungsoo. - Me apresento, finalmente.
— Por nada Kyungsoo. Boa sorte - sorriu para mim, foi tão fofa que eu até me apaixonaria pela simpatia de pessoa que ela é se não gostasse da mesma coisa que ela deva gostar...
Nesse momento eu estava correndo até meu bloco com minha mochila nas costas e alguns papéis que peguei com as informações básicas sobre meu curso e rindo do que havia imaginado a um minuto atrás sobre me apaixonar por Hyejin. Se bem que no cenário onde estou, com papéis em mãos e apressado parece até uns daqueles clichês de romance adolescente que eu amo assistir mas não admito pra ninguém.
Isso me fez pensar:
Será que vou me apaixonar por alguém esse ano? Bem, a universidade é cheia de pessoas, não tem como não achar alguém digno de me namorar - não que eu seja seletivo, longe de mim - irei me encontrar tantas vezes com as mesmas pessoas, quem sabe? Aliás...
Dizem que quando você se encontra muito com uma pessoa aleatória em determinados lugares é porque ela talvez fará parte da sua vida, seja como grande amigo ou qualquer coisa, só basta trocarem suas primeiras palavras. Tipo nos filmes quando seu "grande amor" esbarra com você e derruba seus livros, seus olhares se encontram e tudo acontece, então...
— Tá achando que isso é alguma exibição pra ficar parado que nem estátua no caminho, idiota? - Disse (berrou) um garoto alto, moreno e com um uniforme que me fez ter certeza de que ele é um atleta, maravilha. Daí me lembro de tudo que acabei de pensar e...
Eu não acredito nessa merda!
__________
[Repostado&Revisado]
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um diferente clichê
Fanfic[REPOSTANDO E CONTINUANDO] Dizem que quando você se encontra muito com uma pessoa aleatória em determinados lugares é porque ela talvez fará parte da sua vida, seja como grande amigo ou qualquer outra coisa, só basta trocarem suas primeiras palavras...