5. Quente (p. II)

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O nosso beijo é urgente, cheio de necessidade, cheio de sentimentos, de saudades. Me deito na cama sentindo o corpo magro do meu amigo sobre mim.

Continuamos a nos beijar até ele estar encaixado entre minhas pernas. Bruno pressiona o quadril em mim e geme.

Não sei se é o quarto que está quente, ou cama, ou sou eu, ou somos nós. Eu sinto calor, um calor estranho parece vir de dentro mim e aumentar cada vez que Bruno pressiona seu corpo contra o meu.

Ele desce beijando meu pescoço, depois levanta minha blusa e beija minha barriga. Tiro minha blusa desesperada por mais contato. Eu sinto que vou explodir. Meu coração bate descompassado, o estomago está gelado e estou tremendo.

Por que meu amigo me olha desse jeito? Ele nunca me olhou assim, isso tudo é tão bom...

Meu coração bate no peito com tanta força e pressa, parece um show de rock dentro de mim. Minha pele está derretendo a cada beijo molhado e os sons que saem da boca não podem ser contidos.

Eu tiro o meu sutiã e o Bruno a sua camisa, o contato dos nossos corpos é estranho no começo, eu não deveria estar com vergonha, mas me sinto tímida com tudo que está acontecendo.

Ele parece brincar com meus seios, seus lábios indo de um para outro enquanto a mão toca o outro que não está sobre a pressão dos lábios dele.

Eu estou gemendo! Desde de quando? Eu não sei... Eu acho que vamos transar. É estranho ter sua primeira vez com seu melhor amigo? Ele me viu crescer, me viu sem roupa muitas vezes, dormimos juntos inúmeras outras vezes.

_Bruno... - Minha voz sai baixa, como uma súplica, um gemido quase rouco.

_Eu te machuquei!? - Ele para, ergue o corpo e pergunta.

O que eu estou fazendo?

Me sinto tão envergonhada, coloco o braço sobre meus seios tentando me esconder. A realidade do que estava acontecendo bate com força, minha consciência agora grita o quanto tudo aquilo era errado.

_Não... É... É que... - Escondo meu rosto com a outra mão. Nunca me senti com tanta vergonha. 

_Você não queria? Eu pensei que você quisesse. - Ele me olha confuso e parece estar com vergonha e assustado, enquanto eu estou confusa e desesperada. Olhar para meu melhor amigo, quase irmão, de joelhos no meio das minhas pernas, olhando diretamente pra mim que estou sem blusa e com seios a mostra torna tudo ainda mais difícil.

_Eu queria... Eu... Eu não sei porque falei seu nome... Eu... - Respiro fundo. - A gente ia transar?

_Eu não sei! Se você quisesse. Você queria?

Me levanto da cama a procura do meu sutiã ainda tentando me esconder, quando o encontro me viro de costas para vestir. Sei que Bruno está olhando o que estou fazendo e eu gostaria muito de saber o que ele está pensando porque estou com medo. Não medo dele, sei que Bruno nunca me machucaria, estou com medo do que vai acontecer entre nós depois que fizemos. Do que eu deixei ele fazer.

_Ana... Me perdoa, eu não sei o que fiz de errado.

_Você não fez nada de errado, eu... Só não estou pronta. Você entende?

Me lembro da minha mãe dizendo que se eu abrir as pernas para qualquer homem que fosse antes de me casar ele me usaria e me jogaria fora. Será que Bruno faria isso comigo? 

_Eu entendo, claro que eu entendo. Eu não vou fazer nada que você não queira Ana, nunca! Sempre que não quiser ou não se sentir confortável, é só dizer. Diz e eu paro na hora princesa.

De alguma forma o que ele diz me deixa mais aliviada. Visto minha blusa e meu amigo se aproxima de vagar.

_Eu estava gostando... Eu não sei o que aconteceu. Desculpa. - Peço ainda tremendo meu coração bombeia com força o sangue pelo meu corpo. 

_Ei baixinha, não precisa se desculpar, tá tudo bem. Nós podemos esperar, eu posso esperar. - Ele sorri tão lindo e meigo que não sou capaz não retribuir.

Abraço e beijo meu amigo sabendo que aquela situação não vai estragar o que temos. Eu confio no Bruno, sei que ele não vai me machucar, eu só... Acho que fiquei com vergonha, nervosa. Eu não sei o que aconteceu.

Bruno me beija de leve, um beijo carinhoso e depois me abraça.

Quando me solto dos braços dele vou até a porta.

_Ana!? Fica mais um pouco, joga comigo.

Sorrio.

_Claro.

Me sento na cama ao lado dele e começamos a jogar. Cerca de quatro partidas depois tia Lili chega com as compras. Ela sobe em silêncio como se quisesse pegar alguma coisa. Me assusto com ela na porta. Que só diz que tinha chegado do mercado e que faria um lanche e depois desce.

_Você entendeu o que minha mãe fez?

_Não. Ela sempre chega fazendo barulho ou grita para ajudarmos a carregar e guardar as compras.

_Ela tá pilhada com o lance do beijo.

_Ela viu mesmo?

_Viu. - Bruno faz careta. - Acho que está preocupada com você. Sei lá!

_Mas eu sei que você não vai me machucar, será que ela não sabe?

_Ela está preocupada de eu machucar seu coração. - Bruno sorri travesso. - Ela sabe o filho gato que tem.

_Ra tá. Coitado de você, tão convencido... - Desdenho.

_Eu não sou convencido! Eu sei que sou bonito, conheço pelo menos três meninas da escola que gostariam de ganhar um beijo meu.

_Ah é! Quem?

_A Camila é uma delas. - Ele ri sapeca e eu fico com muita raiva.

_Vou ajudar sua mãe! - Todo clima gostoso e descontraído se desfaz completamente.

_Ei ei... Tô brincando.

Não respondo e continuo meu caminho, irritada. Ele pode ser lindo mais é um idiota na mesma proporção.

_Ciumenta! - Bruno grita do quarto mas eu já estou no fim da escada.



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Espero que estejam gostando. Eu acho que esse livro terá uma continuação. Vamos ver, ainda estou escrevendo mas é provável que isso aconteça se não vou ter cortar muita coisa e aí a história fica muito resumida e chata.

Obrigada por lerem e pelos votos. 

Comentem o que estão achando os comentários de vocês são meu termômetro e ajuda a saber o que estão pensando.

Meu melhor amigo (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora