9. Só amigos

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As férias de Julho se aproximavam com uma velocidade exorbitante. As provas bimestrais começariam na próxima semana. Minha mente e coração andavam numa briga constante. Eu não tinha coragem de perguntar para o Bruno se o nosso status havia mudado. Por isso conjecturava inúmeras possibilidades na minha mente.

Nossos momentos e beijos passaram a ser comuns e em público, não estávamos escondendo de ninguém, nem dos pais dele, apesar de não falarmos sobre isso com eles. Nenhum garoto da escola chegava perto de mim sem que ele desse uma de macho alfa. Algumas vezes na escola eu era pega de surpresa por alguns beijos rápidos e palavras enciumadas, era bom, uma intimidade diferente da que tínhamos.

Algumas pessoas perguntavam se estávamos namorando e eu sempre respondia que éramos amigos, porque até então eramos amigos. Amigos um pouco diferente do convencional mas, amigos.

Simon era o único que tinha coragem de desafiar o Bruno, ele sempre me dizia o quanto eu estava bonita, ou como o meu cabelo estava cheiroso... Os dois se olhavam feio mas nunca chegaram a discutir ou nada do tipo. Acho que o Simon só fazia isso para irritar.

Sentada no gramado da escola eu lanchava sozinha enquanto observava um grupo de rapazes do terceiro ano brincando de cartas, o que era proibido no colégio. Um deles se aproximou de mim com um sorriso lindo, ele é um dos formandos, acho que é novo aqui porque eu nunca tinha visto ele.

_Oi princesa porque está aí sozinha?

_Meu amigo está estudando biologia para a avaliação bimestral.

_Seu amigo.

_É meu amigo. 

_Aquele cara que anda com você é só seu amigo? - Ok, eu percebi o grau de desconfiança dele, provavelmente já nos viu juntos ou ouviu os boatos no colégio...

_Sim... Nós somos amigos desde sempre a mãe dele é a melhor amiga da minha, nos tornamos amigos meio que no automático. - Porque estou respondendo as perguntas dele também não sei.

_Ele sabe que vocês são só amigos? - Porque ele age como um namorado ciumento. 

Sorrio com a cara estranha que o rapaz faz. Ele com certeza já nos viu juntos.

_Ele sabe, acho que ele só quer me proteger... - Acho que essa é a coisa mais idiota que já disse.

_Ah, sim. Sei como é... - Eu tenho uma irmã, Daniele, está no primeiro ano. Fico louco quando um cara começa a ficar muito perto... Ela está namorando agora, já avisei o mané do namorado que se fizer merda eu arranco o projeto de pau que ele tem.

Fico vermelha na hora, sorrio sem graça com a forma grosseira que ele falou.

_Acho que falei besteira. - O garoto sorri. - Meu nome é Diogo.

_Oi Diogo. - Faço um tchauzinho com a mão e ele sorri. - Eu sou a Ana.

_Eu sei... Já tinha perguntado sobre você, para minha irmã. - Fico surpresa. -  É que eu te achei muito gata.

Só então a ficha cai. Eu lembro quando a Dani falou que o irmão me achava bonita, ela usou a mesma expressão que ele, gata.

_Você é o irmão da Dani?

_Eu mesmo. - Ele sorri e olha para minha boca seus olhos brilham com uma certa maldade, sinto meu rosto esquentar de novo.

_Eu lembro quando ela chegou na escola. Fizemos alguns trabalhos juntos... - digo tentando não parecer uma idiota.

_Eu também tô sabendo. - O sorriso dele aumenta. - Ela fala muito bem de você. - Esse é o primeiro rapaz que mostra o claro interesse por mim, não posso dizer que isso é ruim.

_Que bom... Eu acho. - Estou ficando muito sem graça, não sei se ele está fazendo de propósito.

_Com certeza é bom... Eu já disse o quanto você é linda!? - Eu não sei se ele está fazendo de propósito mas, estou ficando cada vez mais sem graça, é uma sensação diferentemente gostosa de sentir. - Você está muito vermelha, fica tímida com elogios?

_Um pouco... - Sorrio sem mostrar os dentes, minhas mãos começaram a suar e isso é novo, só senti isso com Bruno.

_Você tem uma boca perfeita. - Ele diz aproximando o rosto do meu.

Meu coração começou a bater forte e eu não quero que ele me beije. Não porque ele não seja bonito, porque ele é. Eu só não quero beijar um rapaz que acabei de conhecer! Desvio o rosto e sinto os lábios dele tocarem minha bochecha.

_O que aconteceu? - Ele pergunta parecendo incrédulo.

_Eu preciso ir, desculpa. - Falo já me levantando e saio praticamente correndo de lá.

No caminho acabo trombando no Simon que me segura e me lança um dos seus sorrisos de lado.

_Onde vai com tanta pressa gatinha?

_Vou encontrar o Bruno. Você viu ele?

_Não... Eu não vi... Mas se eu puder servir. - Ele pisca e eu começo a achar ele um idiota.

_Não, eu quero achar o Bruno. Obrigada.

_A seu dispor... - Ele fala de um jeito estranho.

Dou as costas e sigo meu caminho até achar o B conversando com uma garota. Ouço ele dizer que somos só amigos e isso me incomoda. Não sei porque fico com esse incomodo no meu peito porque ele é meu amigo, meu melhor amigo.

Fico um pouco distante, mesmo assim de onde eu estou consigo ouvir a conversa deles. Ela está chamando ele para sair! Por que essa garota tem que ficar pegando no braço dele toda hora. Isso está me irritando, eu não sei porque estou incomodada com isso, também não quero saber o motivo agora, porque eu vou atrás dele e corto o assunto na mesma hora.

Bruno fica sem graça, se despede da garota que não deixa de pegar nele e sorrir. "Vaca". Faço cara de poucos amigos para a garota atirada e saio andando na frente de Bruno que caminha um pouco atrás de mim.

_Ana me espera! - Eu não paro de andar ao contrário caminho mais rápido. - Ana!? O que foi!? - O rapaz que para minha frente pergunta confuso.

_O que foi!? Você tem coragem de perguntar o que foi!? O que aquela garota queria Bruno!?

_Só me chamar para uma festa na casa dela...

_E pra chamar para festa precisa ficar pegando do jeito que ela fez?

_Você está com ciúmes? - Ele soa divertido, ele sempre se diverte quando sinto ciumes.

_Você está rindo de quê? Qual o seu problema?

_Eu não tenho problema nenhum! Você é que está toda nervosinha ai, cheia de ciúmes! Você não era assim, o que foi aconteceu?

"Você aconteceu seu babaca, você fica me beijando e isso está mexendo com a minha cabeça!"

_Você é um tremendo retardado! Seu...

Eu pensei em xingar ele de muitas coisas, não consegui porque quando ele colocou os lábios no meus eu me perdi completamente. Toda raiva evaporou como água.

_Não ficar assim meu amor, eu só tenho olhos para você.

Droga! Me sinto derreter como uma bola de sorvete no sol de verão no Rio Janeiro. Bruno volta a me beijar e dessa vez eu correspondo. Não ficamos muito tempo porque o sinal toca e eu corro para minha sala sem se quer olhar para o meu amigo beijador. 


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Novo capitulo! O que estão achando da história dos dois? Espero que estejam gostando! Beijos da Luci.

Meu melhor amigo (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora