Depois daquele dia a tal garota que agora eu sei que se chama Dalila, ficou no pé do Bruno ela sempre dá um jeito de estar onde estamos, de se meter nas nossas conversas, estou ficando cada dia mais irritada com ela, que garota sem noção!
Enquanto ela fala sem parar como será sua viagem até o interior de São Paulo, de como o lugar é lindo, ou como a comida é maravilhosa. Ela descreve o lugar, o clima, falta falar a roupas que as pessoas usam por baixo. O pior é o que Bruno dá atenção a ela.
_Você deveria ir Bruno. Aposto que vai adorar. - Ela fala de um jeito que me incomoda muito. Será que ela não percebe que está passando dos limites?
_Infelizmente não vai dar, minha mãe vai levar eu e a Ana para a sítio, no interior.
_Ah! - Ela olha de mim para ele e dele para mim. - Vocês estão sempre tão juntinhos...
Sabe aquela vontade quase irresistível de dizer "não é da sua conta", ou "o que você tem a ver com isso?" Exatamente o que estou sentindo agora.
_Somos amigos desde sempre. Eu vi a Ana no primeiro dia de vida dela. Dormimos no mesmo berço. Somos quase que irmãos.
_Uma amizade bem colorida pelo que estou sabendo? - Ela está sendo sarcástica? Eu quero socar essa cara de esnobe que ela tem.
_Colorida ou não, eu jamais deixaria de viajar com ela a ir em qualquer lugar sem ela, seja com quem fosse. Só se ela decidisse que quer assim. - Bruno responde e me olha com um sorriso doce. Uau! Meu amigo acaba de me defender.
Dei um sorriso tão grande, senti meus olhos brilharem. Acho que de todas as respostas que eu poderia esperar essa foi a melhor. Eu estava surpresa, mas feliz e foi movida por essa felicidade que eu beijei o Bruno.
Ele se assustou com minha reação repentina, já que a maioria dos nossos beijos eram por iniciativa dele, logo depois retribuiu o beijo. Mesmo sentados Bruno me trouxe para mais perto colocando a sua mão atrás da minha nuca, meu corpo inteiro se arrepiou, aquele arrepio gostoso que sempre sentia quando nos beijamos.
Quando abri os olhos a menina não estava mais perto de nós. Meu amigo sorriu divertido.
_Sabe que amanhã toda escola vai saber desse beijo né!? E com certeza vão pensar que somos mais que amigos.
_Mas nós somos só amigos né!? - Pergunto querendo desesperadamente que ele responda que não, que somos mais que amigos, que o que temos é especial.
_É. - Ele responde estranho, parece chateado. - Somos só amigos.
_Só amigos... - Repito para mim mesma tentando não ficar chateada com isso. No caminho para os prédios e salas de aula Diogo se aproximou com seu sorriso sedutor.
_Oi linda, tudo bem? -;Respondo que sim com aceno. - É meu aniversário na quinta e no sábado vai rolar uma festa na minha casa, tá afim de ir?
_Eu não sei... - Sorrio um pouco sem graça - O Bruno pode ir? - Pergunto sem graça.
_Com certeza. Eu convidei você já contando com ele. - Sorriu. - Eu sou Diogo aluno do 303 e irmão da amiga dela. - Voltou a sorrir e estender a mão para meu amigo que virou o rosto e saiu.
Eu fiquei extremamente envergonhada com a atitude infantil e grosseira de Bruno. Enquanto olhava meu amigo seguir pelo corredor até sua sala, sentia a grande mão do Diogo fazendo um carinho na minha.
_Acho que ele realmente gosta de você e não é como amigo...
Olho para o chão segurando a imensa vontade de chorar que estava prendendo e que se tornava um bolo cada vez maior na minha garganta. Respiro fundo colocando as ideias no lugar.
_Eu não sei bem o que ele sente.
Diogo olha para mim me estudando durante um tempo. Foi estranho ter os olhos dele me analisando daquele jeito. De alguma outra forma foi bom, só não sei explicar o porquê ou como. Ouvi o som do segundo sinal e subi o restante da escada até o terceiro andar onde minha sala ficava.
...
Quando as aulas terminam meu amigo não estava me esperando como de costume. Caminhei com meus pensamentos voando até ele. Fui trazida de volta por um carro esporte preto que por pouco não tinha me atropelado.
Diogo desceu do carro com uma expressão nervosa e preocupada. Eu estava esperando um grande sermão sobre como deveria prestar a atenção ao atravessar a rua e etc...
_Voce está bem Aninha? Cadê seu amigo?
_Eu estou bem, só assustada. Eu... Me desculpa, estava atravessando sem olhar...
_Não aconteceu nada, você está bem, tá tudo bem. Um susto as vezes faz bem pro coração. - Sorrio com a forma tranquila que ele fala, mesmo parecendo ter ficado nervoso.
_Quer que eu te leve em casa?
_Não vou pra casa. Eu... Vou ficar na tia Lili.
_Tudo bem, onde a tia Lili mora? Eu te levo lá. Melhor do que você dá o azar de encontrar algum motorista mais desatento. - Ele piscou divertido. Me abraçando pelos ombros e me levando com ele. Só então me dei conta de estava no estacionamento da escola. - Você sabe indicar o caminho? Se não souber é só me dar o endereço que eu coloco no GPS.
_Eu sei o caminho. As vezes tia Lili nos traz ou leva.
_Tudo bem.
Fui indicando o caminho até a casa que chamo de minha também. Alguns minutos depois eu estava de frente a linda casa de jardim e gramado na frente. Agradeci ao Diogo com um abraço e sai do carro. Fiquei olhando até que o carro virasse a esquina.
_Então agora o namoradinho te trás em casa? - A voz do meu melhor amigo soa fria atrás de mim.
_Ele não é meu namorado, é meu amigo Bruno.
_Seu amigo que você beija? Igual faz comigo? Ou ele tem passe livre para as outras coisas?
_Eu não nunca beijei o Diogo! - Falo no mesmo tom irritado que o Bruno fala comigo. - Eu nunca beijei nenhum outro garoto além de você!!!
_Eu vi você beijando esse cara aqui na porta.
_Você com certeza não me viu beijando beijando ele, porque eu.não.BEIJEI!!!! - Grito sentindo uma vontade imensa de bater no Bruno até a noite chegar.
_Parecia que você estava beijando... - Meu olhar é quase assassino, eu não havia feito e ele não tinha o direito de me acusar. - Desculpa! - Ele fala mais baixo.
_Antes de me acusar como fez agora, me pergunte, eu nunca menti pra você não vai ser agora que vou começar!
_Me desculpa Aninha, eu fiquei com muito ciúmes.
_Tanto faz... - Respondi e subi as escadas em direção ao meu quarto.
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Boa noite. Bruno está sendo um completo idiota, em contra partida a Ana é meio confusa. Que será que está por vir?
Conto com seu voto
Beijo da Luci
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Meu melhor amigo (Degustação)
RomansaAna, posso te beijar? Por que você quer me beijar? Não sei. Bruno sorri sem graça. Foi com Bruno que eu vivi tudo. Todas as minhas primeiras vezes, todas as experiências, todas as lembranças, ele estava em tudo. Ele me deu tudo e depois me deixou l...