Jaqueta+Moto

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Youngjae novamente sentia-se como se tivesse passado todo o seu momento de sono encarando o teto.

Jaebum o deixou em seu apartamento, que era localizado numa área pobre da cidade. Ele percebeu o olhar e desagrado do moreno quando entraram no bairro decadente, mas era o que Youngjae conseguia pagar com o pouco dinheiro que ganhava na loja. O moreno lhe deu o seu número de celular e anotou o seu, olhando com desconfiança pelas redondezas, como se algo fosse acontecer a qualquer momento, embora Youngjae nunca tivesse sido assaltado ou coisa parecida naquela localidade. Algo em Youngjae desejou que aquele olhar fosse preocupação consigo, mas Jaebum não disse mais nada depois que trocaram telefones. Ele voltou a subir em sua moto e saiu, provocando o ronco do motor potente da veículo que devia ser mais caro do que seu apartamento inteiro, e desaparecendo na noite.

Assim que Jaebum saiu, ele sentiu aquele mesmo aperto no coração e agonia que vinha sentindo nos últimos dias quando estava sozinho, mas de forma menos intensa. Agora que descobrira o porquê de estar se sentindo mal nos últimas dias os efeitos estavam mais brandos, mas ainda não deixavam de estar lá. A ansiedade e medo em pensar em tudo que haviam discutido também não o ajudava em nada... toda aquela história de escravidão, marcas, magia, lobos e tudo mais ainda não havia entrado direito na sua cabeça, e pelo visto ele ia custar a acreditar. Queria poder contar para Bambam e Yugyeom, afinal eles eram tudo que lhe restava, mas sabia que mesmo se pudesse dificilmente eles iriam acreditar.

Ainda estava com aquela sensação chata e agoniante lhe rondar a noite inteira, não permitindo que ele dormisse direito, mas pelo menos não ficara febril. Ele se perguntava se um dia aqueles efeitos da Marca iriam passar, ele não aguentaria viver pensando em Jaebum a vida inteira.

Quando saiu de casa ainda era de manhã, visto que ele não tinha conseguido encerrar o seu turno da madrugada e chegara em casa por volta das 3h da manhã ontem, mas ao invés de dormir até tarde como sempre faria, ele se pôs de pé logo cedo para ir até a loja e resolver o problema do seu emprego logo.

Pegou o ônibus que passava às 8h da manhã, e por volta das 9h chegou ao local. Sabia que o dono estaria lá pois era o único dia que sabia que o homem aparecia para verificar como estavam as coisas. Pretendia pedir logo a sua demissão e acabar logo com isso.

Porém quando chegou ao seu local de trabalho abrindo lentamente a porta de vidro, que anunciou a sua entrada com o sino, viu o homem barrigudo e de olhos pequenos discutindo com a japonesa no caixa que começava o seu turno agora. Ao soar do sino, o homem virou-se na direção de Youngjae e apertou ainda mais os olhos pequenos, vindo em sua direção. O garoto sentiu-se nervoso e abaixou a cabeça, esperando uma bronca daquelas:

― Sr. Kwang...

― Escuta, garoto. – o homem começou, e não estava nada contente – Eu não sei o você que tem com essa máfia dos Park, e nem do seu envolvimento com eles. – pôs as mãos no bolso do casaco de palitó velho e desgastado, procurando por algo, e Youngjae deu um passo para trás em apreensão, mas ele só tirou em envelope – Um tal de Wang me procurou falando que estava cuidando das nossas câmera de segurança, e que era para eu dispensar você e não perguntar mais nada. Tome isso.

Youngjae rapidamente pegou, se apressando para abrir o envelope. Como previu, era o seu salário do mês, embora o mês não tivesse terminado, e uma quantia a mais, pois ele percebeu que pela grossura do bolo de cédulas havia ali um pouco mais do que ele recebia.

― Ahn... – ele tentou perguntar.

― É o seu salário e a taxa de demissão. Não me olhe desse jeito, quando cheguei aqui você não estava no turno e não trancou a porta da loja. Aquele chinês era assustador e me fez não perguntar nada. Se você ia pedir demissão, eu já adiantei isso pra você. Agora pode ir, não precisa mais voltar para a loja.

Howl [ 2jae ]Onde histórias criam vida. Descubra agora