Manhãs incompletas

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Jackson não sabia explicar exatamente como eles haviam começado aquela relação estranha, mas agora que estavam ali, não havia um motivo para parar.

Ele amava Jinyoung. Desde sempre. Não conseguia lembrar em um dia sequer em sua vida cujo qual ele não nutrisse aquele sentimento verdadeiro pelo homem de cabelos negros, era algum tipo de feitiço ou maldição, cujo qual ele não fazia questão de ser liberto, na verdade. O problema era que Jinyoung jamais havia admitido qualquer tipo de sentimento em relação a ele, e isso o enlouquecia mas não queria julgá-lo. Sabia que Jinyoung carregava coisa demais em suas costas para se preocupar com os seus próprios sentimentos, quanto mais os dele. Mas não importava o que quer que fosse acontecer em sua vida ou na vida dele, provavelmente ele jamais deixaria de amá-lo. Mesmo que nos tempos confusos da transição da adolescência para a vida adulta, Jinyoung tenha se deixado encantar por um rapaz de rosto delicado e charme angelical.

Quando conheceu Mark Tuan não pôde deixar de se impressionar por sua aparência, e ele mesmo não sentia raiva de Jinyoung quando se aproximou do tal garoto, mesmo que ele estivesse lá o tempo todo para ele. Jinyoung foi fraco pela figura de Mark, e mesmo assim Jackson não o culpava, pois também sentia-se fraco em relação a ele, mesmo que o mais próximo de Jinyoung ter chegado a admitir os seus verdadeiros sentimentos tenha sido por Mark, e não por ele. Mas Mark tinha algo em si além da sua beleza estonteante, ele tinha um curiosidade e um jeito encantador quase infantil que deixava Jackson confuso. Ele queria sentir aversão por ele para tentar afastá-lo de Jinyoung, mas simplesmente não conseguia.

Ele acordou com o americano em seus braços, o cheiro de morango de seus cabelos era forte e delicioso. Quem ainda usava shampoo de morango com essa idade? Só acentuava o perfume natural dele, que era doce como frutas vermelhas. Ele abriu os olhos devagar, o quarto até que não estava muito claro mas os olhos da sua espécie sempre eram mais sensíveis pela manhã.

E falando da manhã... O relógio na cabeceira de Mark marcava 8:44, apenas quinze minutos faltando para a clínica abrir.

Jackson tratou de empurrar os lençóis e tentar despertar o veterinário.

― Mark, ei... Acorda, já está na hora do seu trabalho.

O americano resmungou, fazendo birra e se recusando a despertar.

Jackson sorriu levemente, depositando um beijinho na lateral de seu rosto.

― Ei, Dr. Tuan... os animais precisam de você. – disse sussurrando em seu ouvido enquanto acariciava o ombro nu do mais velho, que finalmente se deixou ser despertado, virando o rosto para ele numa careta.

― Você é um animal, Jackson.

O chinês sorriu triunfante.

― Eu sei.

― Grrr! – o americano grunhiu e Jackson soltou uma pequena risada.

Mark se forçou a levantar, não muito preocupado e achar as suas roupas além da própria cueca. Estava em sua casa mesmo, e ainda precisava tomar um banho. Estava atrasado, mas não conseguia se apressar. As suas coisas sempre tinham que ser feitas no seu ritmo, odiava ter que se estressar para acelerar a vida.

Jackson não parecia muito preocupado em vestir as suas roupas também, estava espalhado na cama, vestindo somente a cueca boxer e admirando o corpo de Mark sob a meia luz do quarto.

― Não vai pegar suas coisas para ir embora? – o americano sugeriu.

Jackson deu de ombros.

― Estou de folga hoje, Jinyoung me liberou.

Howl [ 2jae ]Onde histórias criam vida. Descubra agora