6 AFOGUE AS MÁGOAS, SÓ NÃO SE AFOGUE

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− Você consegue um lugar para guardar minha bolsa? Vou dançar enquanto você não me leva para este passeio sem destino certo; onde o céu é o limite.

Sabe aquele momento em que você bate o martelo no brinquedo com tanta força que a bolinha alcança a sineta e todas as luzes piscam chamando a atenção do recinto inteiro. Podemos compará-lo ao grande sorriso que permeia o rosto másculo do loiro. Em um rompante, ele enlaça minha cintura com seu braço direito e encosta a boca quente em meu ouvido esquerdo.

− Pode ter certeza que eu levarei você ao céu hoje Elena.

Riu, riu com vontade, mas tomando cuidado para não ofendê-lo. Aperto novamente o bíceps e alinho meu corpo ao dele enquanto minha boca faz o caminho reverso da sua.

− Certifique-se apenas de achar o caminho de volta do inferno para onde estou lhe levando.

Adoro ver o choque estampado na cara nas pessoas. Principalmente quando a causa do mesmo sou eu. Satisfeita com a expressão que estampa a cara de Alec, me afasto esticando a bolsa para o loiro gostoso que a segura com um olhar meio incrédulo, um pouco assustado e muito excitado. Continuo caminhando de costas me afastando dele assistindo todas as emoções dançarem no seu rosto transparente com água enquanto acompanha o balançar nada discreto do meu corpo.

Solto toda a fúria e transtorno na pista não tão cheia por ser uma quarta pós natal. Alguns tentaram chegar junto, mas Alec mesmo estando trabalhando manteve certa vigilância para evitar que algum espertinho furasse a fila e tomasse a vez dele. Perco a noção do tempo e apenas recobro a consciência quando sinto mãos fortes apertando minha cintura e alinhando um corpo rígido ao meu. A boca de linhas finas e lábios quentes com vestígios de um dia de barba por fazer fala rente a minha orelha direita enviando seu hálito quente por um caminho que deveria tocar fogo em todas as minhas terminações nervosas. Pena que isto não acontece.

− Pronta Elena?

Giro em meu próprio eixo para ficar frente a frente com minha presa, abro aquele sorriso cheio de promessas libidinosas que apenas eu sei dar e solto a resposta com uma piscadela inocente.

−Desde que nasci.

Após uma pequena discussão para conseguir pagar minha conta. Já que não aceito a gratuidade oferecida por Alec. Entramos em um táxi e curiosamente descubro que o lindinho mora na ilha, na Saint Nicholas Avenue. O apartamento é simples, composto por uma cozinha meio sala, quarto e banheiro, mas ao mesmo tempo a arrumação é charmosa e faz você se sentir bem nele. O típico apartamento de solteiro. Cores sóbrias e masculinas como marrom e cinza dominam o ambiente uma grande cama de cabeceira com barras de metal preta, criados mudos em madeira escura, um sofá estilo divã em couro marrom e uma mesinha redonda em madeira rustica com duas cadeiras simples, uma grande televisão e um aparelho de vídeo game ocupam o quarto, além de uma porta que acredito ser o closet.

−Você que beber alguma coisa princesa?

Puta merda, não me faça brochar antes mesmo de tirar a roupa.

− Água.

Respondo sem demonstrar empolgação com o gracejo enquanto caminho em direção ao sofá para apoiar a bolsa e o sobretudo. Como isto não é nenhum joguinho de sedução, nem o começo de qualquer coisa além de uma foda aleatória, não preciso me preocupar com opiniões ou impressões, o que me faz adiantar o processo e deixar que Alec encontre uma Elena apenas de calcinha, sutiã e cinta liga quando retorna com minha água.

A cara de espanto e desejo chega a ser cômica. Definitivamente ele não tem condições de aguentar minha versão full power. Sinceramente espero que você reencontre a luz depois de passear na escuridão comigo Alec. Detestaria estragar você para as outras.

Garoto Ordinário - Série Garota Ordinária (Livro 3) Em BreveOnde histórias criam vida. Descubra agora