Cap 53

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-Então... ME CONTA O QUE ACONTECEU!
  Hanji estava praticamente explodindo na minha frente.
-C-Como assim?
-Esse anel em seu dedo direito... É o que a gente comprou.
  Ela pegou minha mão e chacoalhou, mostrando sua animação ao máximo.
-Espera... "A gente"?
-Ah... Quando eu e ele saímos de manhã, além de eu ir comprar o meu relógio, ele decidiu comprar esse anelzinho lindo.
-Aaaah, explicado...
-Você ainda não me respondeeeeu.
Ela pegou em meus ombros e me chacoalhou, mas logo depois, parou e expressou preocupação por um instante.
-Opa, desculpa. Sei que não pode fazer movimentos bruscos, haha.
-Sim... Espera, como assim?
-Ah, Levi me falou sobre o filho de vocês, relaxa.
-A-Ah...
Fiquei bem sem jeito com isso, mas fui tranquilizada pela maníaca por Titãs.
-Relaxa, desejo felicidades pra vocês.
-O-Obrigada.
-Que isso. Espera, que horas são?
Ela pergunta de um jeito meio desesperado.
-Humm, deve ser umas 19:36. Por quê?
-MEU DEUS. Tenho que terminar um relatório. Tchauzinho, Mi, nos vemos depois.
-T-Tchau.
A Tenente sai correndo daqui, me deixando plantada na frente do quartel. Dou de ombros e uma risada baixa antes de voltar para dentro, onde acabo encontrando Petra sentada no sofá com uma revista em mãos.
-Oe.
-Ah, oi.
Assim que ela percebe minha presença, a garota fecha o que estava lendo e se inclina no sofá.
-Faz tempo que não conversamos, né?
Me sento em sua frente.
-Pior que faz.
-Novidades?
  Penso bem antes de falar alguma coisa para ela, mas ela é minha melhor amiga, então...
-Eu tenho. E uma novidade MUITO boa, mas precisamos conversar em outro lugar.
-Opa, já tô dentro.
  Fomos para o meu quarto correndo e eu tranquei a porta, me certificando de que ninguém estaria por perto.
  Não é que eu queira manter em segredo, eu só acho que todas as coisas tem seu tempo, e algo desse tipo não deve ser espalhado de repente.
  Petra se senta em minha cama e balança as pernas em sinal de questionamento.
-Então... O que é tão secreto assim?
-...
  Mordi o lábio inferior e dei pulinhos de emoção.
-Não notou nada de diferente em mim?
-Humm... Não.
  Estiquei minhas duas mãos para ela, e o brilho do anel rosé em meu dedo anelar direito pôde ser visto.
-Ainda não... AH, MEU DEUS.
  Quando ela finalmente viu, ela saltou de onde estava e pegou meu pulso, fitando o olhar no meu dedo.
-É-É o que eu tô p-pensando?
  Ela me olha com esperança e eu afirmo lentamente com a cabeça, vendo-a explodir.
-MEU DEUS, QUANDO ISSO?
-Hoje mesmo, uns minutos atrás. Falando nisso, ele estava aqui, mas sumiu.
-E QUANDO VAI SER O...
  Tampei a boca dela antes que a mesma gritasse para o mundo e para todos.
-Quer anunciar em cartaz? Ouvi dizer que tem alguns anúncios grátis por aí.
  A soltei lentamente.
-Desculpa, é que estou muito animada. Como foi?
-Como foi o que?
-O pedido de casamento, monga.
-Ata. Bom... Estávamos falando de...
  Quase que deixei aquela outra informação escapar, então disfarcei rapidamente.
-Outra coisa aleatória, e... Tocamos nesse assunto. Quando ele falou que queria a NOSSA casa, meu coração começou a bater mais rápido, e quando ele falou que queria a nossa vida... Ele pegou uma caixinha roxa de veludo. Quando ele abriu aquilo, mostrando o anel, eu fiquei tão paralisada... Mas não pude dizer não.
Terminei de falar com um suspiro e uma mão no tórax, sentindo meu coração acelerado.
-Deve ter sido mágico. Você realmente ama ele, não é?
-Sim. Você não se sentei incomodada, Petra?
Suas sobrancelhas se arquearam.
-Não. Porque eu me sentiria?
-É que... Bem, você gostava dele.
-Aah, isso é passado.
-Do mesmo jeito. Não deve ter sido fácil abandonar um sentimento assim.
-Se você gosta de alguém, normalmente você quer o melhor pra ela. Se o capitão tá feliz ao seu lado, eu estou feliz.
Ela me abraça rapidamente ao terminar de falar.
-Obrigada. Você é incrível.
-Que nada, você que... é...
Seus olhos desviaram para a minha escrivaninha lentamente, mais especificamente para aquele livro de medicina que eu tinha pegado. Quando ela se levantou e foi até lá, me lembrei das marcações que havia feito na parte de gestação, então eu comecei a suar frio.
-O-O que v-você está f-fazendo?
-Quero ver esse livro, ué.
Antes dela chegar até lá, me coloquei em sua frente e tentei agir o mais natural possível.
-P-Por q-que t-tem que ser e-esse? Haha... Tem taaanto livro.
-Eu só quero ver, ué. O que tem de errado?
-N-Nada.
-Então não precisa ter medo.
  Infelizmente, Petra era mais habilidosa que eu e conseguiu pegar o objeto com um simples desvio. Eu tentei recuperar, mas foi em vão.
  A ruiva abriu o livro bem nas marcações e franziu a testa quando leu, depois, olhou para o nada, como se estivesse juntando algumas peças.
-Mi, você disse que você e o capitão estavam conversando sobra algo antes... Posso saber o que era?
  Paralisei quando ouvi-a falar isso. Eu mexia a boca, mas som nenhum saía.
-Sobre... É...
-O que...? Era sobre isso que está marcado?
  A garota virou a página para mim onde eu tinha sublinhado uma frase onde diz "como manter a saúde do bebê".
-Bom... Ah, ok, eu falo.
  Meus braços cederam e eu abaixei a cabeça com os olhos fechados, derrotada.
-Ahá, desembucha.
-Primeiro, senta aqui.
  Puxei umas cadeiras para nós duas sentarmos, e quando o fizemos, ela me olhou esperançosa.
-Primeiro, quero que mantenha isso em segredo, segundo...
-Vocês estão tentando?
-Espera, o que?
  Franzi as sobrancelhas tentando assimilar o que ela disse.
-Estão tentando um bebê, é isso?
  Corei instantaneamente e balancei minhas mãos na frente do rosto.
-N-N-Não é isso, é que... Bom... Não é "tentar", sabe?
  Coloquei uma mão na nuca e pude perceber que Petra ligou os pontos, pois seu rosto exibiu um sorriso enorme e seus olhos quase saíram de órbita de tão arregalados que estavam.
-Você está mesmo grávida????
  Se não fosse pelo encosto da cadeira, eu teria caído para trás.
-S-S-Sim...
  Saiu quase como um sussurro, mas foi alto e claro o suficiente para que a ruiva entendesse. Ela me abraçou tão forte que quase fiquei sem ar.
-Então era por isso que você não estava participando dos treinos. Mas, me diz, por que você quer esconder?
  A garota me soltou enquanto falava e eu agradeci mentalmente.
-Como eu disse, tem tempo certo pra tudo. Eu vou contar, até porque, não dá pra esconder isso pra sempre, né?
-Sim, haha.
  Ri junto com ela e um silêncio pairou na sala. Eu realmente estava meio preocupada com isso, mas como eu mesma acabei de dizer: não posso esconder para sempre.
-Além de mim, quem sabe?
-Pelo o que eu sei, só você e Hanji, além de Levi.
-A tenente? Como que ela sabe?
-Pelo que ela me falou, foi ele mesmo que contou.
  Petra cai na gargalhada quando mostro minha cara de frustração, mas acabo rindo também. Olhei para o relógio e vi que já era dez da noite; eu nem vi a hora passar, uau.
-Estou com fome, quer comer algo?
  Disse para ela.
-Quero.
  Nos levantamos e saímos do meu quarto conversando pelo caminho sobre coisas aleatórias, mas todas sobre o mesmo assunto: a ruiva seria a madrinha.
-Eu já falei que você vai ser, só se acalme.
-É difícil me acalmar, sabe? Haha.
  Só paramos de falar quando encontramos Levi e Erwin conversando seriamente sobre um assunto na mesa.
-Boa noite, capitão e comandante. Sobre o que estão falando?
  Petra e eu nos aproximamos.
-Sobre uma expedição que iremos fazer daqui quatorze dias para a cidade de Shingashina.
-Oi?
  Isso era surpresa para nós.
-O poder de endurecimento que Eren adquiriu vai ser muito útil para fecharmos o buraco na Muralha Maria, então a humanidade poderá avançar mais um passo.
  O baixinho falou. Essa expedição tão de repente... Agora fiquei preocupada, já que não poderei ir.
-Ah, certo. Atrapalhamos algo, então?
-Não necessariamente. Já estávamos bem no fim da conversa. Podem se sentar.
  O loiro falou e nós duas nos sentamos.
-Espera, comandante...
  Fui falar, mas fui interrompida antes.
-Erwin, me chame apenas assim, agora. Estamos entre amigos.
-Ah, certo. Então, como você chegou até aqui? Eu estava na porta com Hanji antes.
-Porta dos fundos. Quase ninguém usa aquilo, mas eu sempre considero aquilo um atalho.
-Uma porta dos fundos? Nossa, nem eu sabia que tínhamos uma.
  Petra falou, surpresa.
-Pois é, haha.
  Me levantei para pegar leite no armário e preparar um café para mim, já que vim para cá porquê estava com fome, mas minha cara de preocupação não se esvaeceu.
-Algum problema, Misuki?
  O comandante falou.
-Ah, só estou... Preocupada, acho.
-Com a próxima expedição para a retomada da Muralha Maria? Até eu estou.
-E nem pense em ir, Mi. Já deixei bem claro ao Erwin o motivo.
  Levi disse e, por causa da surpresa, acabei por deixar o copo cair e se quebrar.
-Droga.
  Fui pegar a vassoura e a pá no canto da parede (cada cômodo da casa tem uns desses, vontade de você-sabe-quem) e peguei os cacos de vidros. Depois, me virei para o baixinho e disse:
-Você contou?
-Não tive tempo de te avisar, foi mal.
-E outra, não se preocupe comigo, eu sei o motivo de você querer esconder. Isso está seguro comigo.
-Eu confio em você, Erwin, mas a Hanji pode ser um pequeno perigo...
  Falei com um certo receio.
-Eu confiei nela isso, se aquela maldita quatro-olhos falar algo, eu quebro aquele maldito braço.
-Pode confiar em mim também, Mi. Eu te falei isso.
  Perfeito, Petra... Boa hora para você falar.
  Levi olhou com uma sobrancelha arqueada para mim, e eu entendi o que ele quis dizer.
-Ela que descobriu.
  Ergui meus braços em rendição e o capitão fechou seus olhos antes de levantar.
-Pra mim, tanto faz. Acho melhor você ir dormir, Petra. O treino de amanhã será bem puxado.
  Ele disse enquanto acompanhava o loiro até a porta.
-Sim, capitão.
  Logo em seguida, a garota já estava indo para o quarto e me dando boa noite.
  Encostei na parede e esperei o comandante ir embora para ficar a sós com Levi.
-Você contou só pros dois?
  Perguntei, finalmente.
-Sim, eu não tenho motivos pra contar pra mais ninguém.
-Melhor.
-Por quê está tão preocupada com isso?
-Ah, sei lá... É como um palpite. Se eu já fui sequestrada por "ser uma Akire", sabe-se lá o que poderia acontecer com o herdeiro dos Akire e dos Ackermans, as duas famílias modificadas geneticamente?
-Tem razão. Esconder por enquanto é a coisa mais racional que poderemos fazer.
  Dobrei uma perna e encostei ainda mais na parede.
-O que você espera dessa expedição?
  Perguntei para ele.
-Eu não sei. A taxa de morte com certeza é bem alta, pois iremos para tudo ou nada.
-Só te peço um favor: não morra, por favor.
-Ei ei ei, você realmente acha que eu posso morrer? Quem aqui tem o título de Soldado Mais Forte da Humanidade?
  Dei um pequeno riso com isso.
-É, eu estava sendo meio boba, desculpe.
-Não, você tem razão em se preocupar. Se fosse eu no seu lugar, já estaria pirando.
  Ele se aproximou de mim e colocou a mão direita na parede, ao meu lado, e eu ergui o olhar, tendo a visão de seu rosto relaxado e com um sorriso de canto sedutor.
-Mas sabe... Toda a vez que você fica preocupada, você morde o lábio.
-Jura que você reparou nisso?
  Dou risada com o comentário dele, mesmo estando incrédula com essa percepção de algo que nem mesmo eu sabia que fazia.
-Eu reparo em tudo que você faz.
-Uau, acho que você me conhece mais do que eu mesma.
  O olhei com os olhos meio fechados e com o mesmo sorriso que o capitão dava para mim.
-Acho que sim, e sabe em algo que eu sei que mais ninguém sabe?
-O que é?
  Ele estava tão perto que pude sentir sua respiração em minha pele, e sua voz estava perigosamente rouca.
-Você não é aquela garotinha inocente que todos pensam que é.
-Ah, é?
-Com certeza.
  Nem vi o momento em que ele juntou seus lábios aos meus, só consegui raciocinar direito depois que senti sua mão esquerda em minha cintura, aproximando mais nossos corpos.
  Coloquei meus braços ao redor de seu pescoço e passei uma mão pela sua nuca raspada.
  Meu coração batia rapidamente, e, pela proximidade em que estávamos, pude sentir o dele também. Estávamos em perfeita sincronia, de corpo e alma.
  Podíamos estar juntos a meses, mas a cada momento desses, eu sentia como e fosse o primeiro. Ainda me lembro do dia em que ele se "declarou" para mim, da vez em que quase me casei forçadamente, e que Levi foi me salvar. Só falo uma única coisa: com ele, cada momento se torna único.
  Nos separamos ofegantes por causa da falta de ar, mas continuamos com as testas coladas.
-Eu não disse?
  Ele falou.
-É... Acho que você está certo.
-Eu te amo, nanica.
  Olhei no fundo dos olhos dele, e respondi:
-Eu também te amo, meu capitão.
===
oii, o que acharam do capítulo? Vote e comente, isso me motiva muito a continuar ;*
  Mano, a Misuki é muito sortuda ;-;
  Capítulo longo para compensar :P

 

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