Não acredito que ele tem voz...

1.3K 196 39
                                    

Capitulo seis – Não acredito que ele tem voz e quer ser ouvido.

“Nós sempre falamos e falamos, mas nunca o escutamos... O que está acontecendo?”

Kyungsoo tomou um banho, trocou de roupa e foi tentar tirar JongIn da porta de Jisung, o marido estava ali desde que escutou o chorinho do filho, mesmo que Kyungsoo quisesse fazer o mesmo, ele foi um pouco mais adulto e tomou um banho, esfriou a cabeça e pensou bem em tudo que estava acontecendo.

― Amor, vem tomar um banho. ― Kyungsoo se abaixou e fez carinho no rosto do marido. ― Depois voltamos aqui e conversamos com ele, mas agora vai tomar um banho.

― Somos pais ruins, não é? ― JongIn perguntou baixinho. ― Ele ainda tá soluçando, você escuta?

― Sim amor. ― Kyungsoo suspirou. ― Vá tomar um banho primeiro.

JongIn assentiu levantando e foi para o quarto, Kyungsoo bateu na porta e tentou abri-la.

― Kim Jisung, você ainda é menor de idade e me deve respeito, pois mora dentro da minha casa, então abra essa porta. ― Kyungsoo disse sério. ― Você quer agir como um garoto crescido, mas parece uma criança de dez anos birrenta.

― Não é isso que eu sou pra vocês? ― Jisung disse abrindo a porta, os olhos vermelhos junto com a pontinha do nariz.

― Por que você está chorando? ― O mais velho entrou no quarto e Jisung se jogou na cama colocando o travesseiro na cara. ― Que adulto, Jisung.

― Agora eu tenho que ser adulto? Horas atrás eu era um bebê que não podia namorar.

― Isso tudo é pelo namoro? ― Kyungsoo cruzou os braços. ― É tudo por causa do Chenle?

― Não pai! ― Jisung sentou na cama. ― Isso tudo é por tudo.

― Como?

― Eu não posso sair com os meus amigos porque o senhor e o papai acham que eu sou um bebê, eu não posso beijar, eu não posso gostar de alguém, eu não posso falar palavrão, eu não posso ter um namorado!

― Sabia que você tinha beijado aquele garoto. ― Kyungsoo resmungou.

― Claro que beijei, ele é meu namorado, pai! ― Jisung gritou. ― E sim, aquilo no meu pescoço era um chupão que eu deixei o Chenle fazer, eu quis.

― Ai meu Deus. ― Kyungsoo se encostou na parede. ― O que esse garoto fez com você? Você vai estudar em casa porque não é normal, você ainda não está na idade disso.

― Eu posso até não estar na idade de namorar, tudo bem, pai. ― Jisung passou as mãos no rosto. ― Mas e o resto? Eu também não tenho idade? Eu tenho que usar fralda de novo? Vocês não conversam comigo sobre a vida, sobre como um adolescente é, o que vocês fizeram na adolescência e o que querem pra mim. Eu aprendo fora de casa o que vocês não me contam.

Kyungsoo suspirou ao ver o rosto do filho, a expressão triste e dolorosa como se fosse difícil colocar tudo aquilo pra fora e ainda tinha o medo em seus olhos, medo de que algo pudesse acontecer e que ele fosse o culpado. Quando JongIn entrou no quarto, Jisung voltou a colocar o travesseiro na cara, estava completamente chateado com JongIn, mais do que com Kyungsoo.

― Achei que iríamos conversar com ele juntos. ― JongIn disse e Kyungsoo apontou para a cadeira da mesinha, o Kim pegou e colocou em frente a cama. ― Eu não quero sentar.

― Mas eu acho bom que sente. ― Kyungsoo disse e JongIn assentiu. O Do ficou atrás da cadeira com as mãos nos ombros de JongIn. ― Jisung, olhe para nós.

Eu não acredito que ele está crescendoOnde histórias criam vida. Descubra agora