Porque eu cheguei aqui com um fardo

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É tarde demais para pegar nossos pedaços?

É tarde demais para reviver nossas memórias?

Porque eu, sempre, sempre

vou lutar por ti,

independentemente de onde esteja,

Cada passo que dou,

Cada respiração,

Cada pensamento, é por você e mais ninguém.


Acordo com minhã mãe gritando que tenho que me trocar logo, minhas roupas já estão passadas e penduradas no armário, uma saia longa com estampa florida vermelha junto a uma blusinha branca básica. Enquanto estou secando meu cabelo, vejo meu irmão encostado na porta de meu quarto, e tenho certeza que ele vai me pedir algo. 

-Mana, da pra você ir comigo de moto? Quero comer e ir embora, mas a mãe não vai me deixar ir sozinho.

Eu odeio andar de moto com meu irmão, porque parece que ele comprou sua habilitação, mas vou fazer esse favor por ele uma vez na vida.

-Tudo bem Alan, mas você é responsável por mim a partir do momento que eu montar naquela garupa, estamos entendidos?- Falo tentando parecer intimidadora

-Não esquenta mana, to te esperando lá em baixo.-Diz ele saindo.

Termino de secar meu cabelo e já desço as escadas, percebo que todos já estão prontos e só falta eu, minha mãe já está bufando e sai na frente sem dizer nenhuma palavra, Roberto nos diz para seguir ele porque o almoço seria em uma chácara e não na habitual casa dos pais dele.

 Meus cabelos estão todos bagunçados quando chegamos, por causa do capacete, minha blusa branca já se encontra beje pela quantidade de poeira, Alan como a pessoa ótima que é apenas ri da minha cara, e vai andando na frente. 

Cumprimento os pais de Roberto e eles nos dizem que podemos chama-los de avós, mas obviamente não vamos. Alan tenta disfarçar sua expressão, mas meu irmão sempre foi uma pessoa temperamental, fica claro que está irritado, minha mãe que sempre foi ótima em manter as aparências começa a falar de crochê com a mãe de Roberto, enquanto ele e seu pai ficam conversando na churrasqueira sobre qual time está liderando o campeonato de futebol.

No meio da conversa chegam alguns convidados da mãe de Roberto, e reparo que são a mãe de Juan e seu irmão junto a uma menina bonita de cabelos encaracolados e pele negra. Me pergunto se é o destino proporcionando esses encontros casuais ou se é alguma piada de mal gosto. Juan aparece logo atrás, com a expressão habitual dele de quem não dormiu o suficiente e sua sagrada camisa de cor preta combinando com a bermuda camuflada.

Assim que me vê, sorri e fala:

-Você está me seguindo Carol? Ou é o destino?- Pergunta com divertimento.

-Você por aqui Carol!!- Diz a mãe de Juan me abraçando.

-Que bom que o Juan vai ter alguém da idade dele para conversar.- Diz ela sorrindo para ele.

Foi por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora