~' ávido, cobiçoso, desejoso, impaciente, sôfrego, almejante, anelante, apreensivo, louco. '~
De volta; Parte 1.
Dedos frios, olhos abertos. A doce melodia que ecoava pelos cômodos da casa, lhe trouxe um sorriso aos lábios. Ele estava lá novamente.
Caminhando devagar até a cozinha e se deparando com um corpo dançante em meio de uma bagunça açucarada na tentativa de fazer um bolo. Gostava da simplicidade e da agitação.
Seus olhos passearam pela bancada, onde possuía muitos ingredientes comuns e sorriu terno, chamando a atenção do pequeno e desengonçado corpo do outro.
— Me desculpe, era pra ser surpresa. — Bochechas rosadas. Gostava da cor rosa.
— Está tudo bem. Quer ajuda?
— Eu posso cuidar disso sozinho. — Gostava do esforço, afinal, melhor do que um apenas dois. Apanhou um avental fofo que estava pendurado logo ali e grudou seus olhos avermelhados ao cor dourado do outro. Ele também estava dormindo, revivendo assim como si.
A bagunça aumentou, assim como o espaço foi preenchido por declarações de amor em meio a guerra de farinha de trigo e muitas risadas que doíam a barriga. Gostava da entonação da sua voz aveludada, principalmente quando estava grudado ao seu ouvido, lhe dizendo palavras baixas e sentimentais. Gostava do sedutor, lhe dava arrepios.
Seus dedos esticados tocaram a pele de neve do de cabelos rosados e seu corpo imediatamente reagiu. Ali ele poderia o tocar, ali era seu. Não gostava do possessivo, preferia apenas o chamar de seu. Não de forma aprisionada, mas livre.
Eles se pertenciam, mesmo depois de 730 dias. Mesmo sem mais o tocar de lábios ou o ranger de dentes. Mesmo sem o nude, mesmo sem a falta de vergonha.
Partilhavam pedaços de corações que jogados ao espaço, se perderam e necessitavam de um explorador.
— Está me olhando tanto assim por que? — Seu sorriso ladino era cortês. Gostava do sorriso dele, mesmo que apenas alí.
— Você está apenas nos meus sonhos. — Não gostava da fantasia, preferia a realidade. — Mas, por que parece que estamos juntos ao mesmo tempo?
— Mas eu estou aqui. — Suave, melódico. Sua voz era como uma vitrola com discos do Beatles. Fantástico.
— Eu preciso acordar. — Um beijo, aquele de despedida.
Seus lábios secos e rachados, tocando a pele macia dos lábios alheios, quase como um segredo. Não gostava do sigilo, preferia ser verdadeiro.
E então, nada. Apenas o ofegante e o soar pela manhã, novamente, monótono e rotineiro. Os olhos brilhantes e os lábios pegando fogo. Ele havia sentido, mas não era real. A cama bagunçada e os cabelos desgrenhados afirmavam isso.
Peludo entrou pelo quarto, pulando sobre sua cama e se espreguiçava. Onde estavam os outros? Dona vizinha estava calada e as aulas de yoga não haviam começado ainda.
Sentiu o celular ao seu lado na cômoda e sentiu-se nervoso de repetente.
5 mensagens. 1 ligação perdida.
Não gostava do nervoso em seu coração, preferia o fugitivo e evitar situações como essas. Mas não gostava de fugir quando correr era uma das opções erradas. Não gostava de errar, não quando falava sobre amor.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝚒 𝚠𝚊𝚗𝚝 𝚝𝚘 𝚕𝚘𝚟𝚎 𝚢𝚘𝚞, 𝚘𝚗𝚎 𝚖𝚘𝚛𝚎 𝚝𝚒𝚖𝚎 | 𝚗𝚘𝚖𝚒𝚗.
Fiksi Penggemartoda vez que seu relógio marcava 2 da manhã, jeno tinha a chance de voltar ao passado, encontrar-se novamente e reviver momentos com o garoto que amou loucamente, na jaemin. © créditos a autora da fanart.