𝚒 𝚠𝚊𝚗𝚝 𝚝𝚘 𝚕𝚘𝚟𝚎 𝚢𝚘𝚞, 𝚘𝚗𝚎 𝚖𝚘𝚛𝚎 𝚝𝚒𝚖𝚎 | 𝚗𝚘𝚖𝚒𝚗.

第七

~' Que se repete: 1 de novo, mais uma vez, outra vez, repetidamente. '~

De volta: parte 2.

A sensação ruim que o acompanhava a manhã toda, continuava presente mesmo quando andava pelos respingos de chuva até o trabalho. Não sabia por que seu peito estava apertado e parecia atolado com sentimentos vazios e dolorosos.

Sua mãe costumava dizer que quando isso acontecia era por que algo ruim realmente estava prestes a acontecer. Mas ele nunca acreditava. Não fazia sentido.

Desta vez jaemin não o acompanhou, desculpando-se e dizendo que tinha afazeres em casa. Não o pressionou e nem implorou por sua companhia naquele dia. Jaemin parecia acanhado e triste e se sentiu mal por não poder passar o dia com ele e o encher de amor.

O que estava o machucando tanto? Ele não confiava em si para o contar?

Não gostava do sentimento de desconfiança, era demais para si. Não conseguia guardar segredos que o machucavam, nem mesmo se isso acabasse machucando outras pessoas ao seu redor.

Mas ele não os tinha consigo, mas pensava que jaemin sim. Ele parecia calado algumas vezes, preso nos próprios pensamentos. Tentava fazer de tudo para o ver sorrir, ele amava seu sorriso gentil.

Ele amava tudo em jaemin. Ele o amava demais. Mas doía tanto.

Percebeu que não conseguiria fazer seu caminho de todos os dias com aquela angústia no peito. Queria provar a si mesmo algo que rondava sua mente em dias e queria ter a certeza que estar ao lado de jaemin estava fazendo ambos felizes.

Rodou os pés e seguiu até a casa do rosado. Incrivelmente os pingos grossos da chuva ameaçaram cair pouco a pouco, molhando seus cabelos negros e suas roupas. Não se importava, sempre gostou de se molhar um pouco.

Seu coração andava em um ritmo acelerado e não entendia quando sua mente rodava e o deixava tonto. Não gostava da angústia.

Ao chegar em seu destino, viu que os pais de jaemin estavam de saída e quando o viram, sorriram educados e o incentivaram a entrar.

— Entre querido, jaemin está no quarto desde o horário em que chegou do colégio. Estamos de saída.

Jeno sorriu e apressou os passos. Tirou os sapatos e deixou na entrada, junto da mochila e do casaco pesado que carregava. Suspirou e subiu as escadas até o quarto de jaemin.

Seu sorriso estava encantado, mas morreu tão rápido quanto apareceu. Seu corpo pesou de repente e suas pernas ousaram ceder.

Nunca em anos, palavras puderam lhe machucar tanto. Muito menos vindo da pessoa ao qual se entregou tanto.

— Não jaehyun. Eu não sei se posso continuar com isso, eu não gosto dele dessa maneira. Eu não consigo amar ele dá forma que ele me ama e isso não está certo. Eu já estou o machucando demais apenas continuando, porém eu não consigo me afastar, droga, eu não sei. —

Lee jeno sempre fora um garoto cuidadoso com suas palavras. Mesmo ríspido e amargo, suas palavras nunca ousaram machucar ninguém e ele não gostava de deixar marcas nas pessoas.

Mas naquele dia, não era ele. Não era mais o garoto com os olhos sorridentes e com o coração em tons de ondas calmas. Ele queria machucar, queria ferir. Havia acabado de ser quebrado em milhões de pedacinhos.

Seus olhos já não o obedeciam e quando adentrou o quarto, assustando jaemin, suas lágrimas não tinham mais controle.

Um olhar de arrependimento e outro de decepcionado.

— Jeno, o que está fazendo aqui? Você deveria estar trabalhando.. 

— Eu vi que você não estava bem hoje e pensei que vindo aqui faria você melhor. — Sorrindo ele olhou para baixo. Seu peito falhava a cada batida e naquele momento ele não se importava se fosse um infarto ou coisa do tipo. — Me desculpe, estou indo.

— Jeno, não. — Seus pés pararam e seus soluços em súplica aumentaram quando jaemin abraçou suas costas.

— Me deixe ir. Não irei mais interferir na sua vida. Você deveria ter me falado antes, eu só.. queria que você tivesse sido sincero comigo.

— Me desculpe. Eu não posso mais fazer isso, não posso fingir a mim mesmo que amo alguém sem amar.

Aquilo doeu tanto. Ah, como doeu.

— Adeus jaemin.

Soltou-se dos braços que um dia foram sua casa e correu para fora dali.

A chuva estava tão forte quanto antes e sentiu um alívio. Quando estava chovendo, ele poderia chorar em paz, por que não estaria sozinho.

Mas quando acabasse, ele novamente iria sentir a falta do seu lar.