Capítulo 3

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POV Gala

— Mãe — liguei assim que cheguei ao meu apartamento — você não imagina quem eu encontrei na rua.

— Quem, filha?

— O Nathan — suspirei — Ele cresceu tanto e está tão lindo, mãe!

— Nossa, parece que o amor da sua infância não morreu, né? — ela perguntou rindo.

— Para de bobeira — ri com ela — Eu só gostei de tê-lo reencontrado.

— Ahan — mamãe disse com descrença — Só não deixa seu pai saber que você ta se envolvendo com alguém, mesmo que seja o Nathan.

— Mas eu não tô me envolvendo com ele...

— Mas vai, Gala, eu sei que vocês vão acabar tendo alguma coisa.

— Okay, mãe, agora preciso desligar, beijos.

Desliguei o telefone e me deitei na cama, algum tempo depois de nos mudarmos para Sevilha, minha família perdeu o contato com os Bürki, mas eu sempre imaginei como Nathan estaria, se ele ainda era gentil e carinhoso, se ficou arrogante e metido.

Tanto tempo depois, ele ainda parece ser como aquele garotinho com quem eu queria me casar, apesar de estar bem mais alto, forte e bonito.

Nós vamos sair para jantar hoje e eu estava incrivelmente nervosa.

— Gala, se acalma, é só o Nathan — eu dizia para mim mesma.

Quando ele veio me buscar, eu travei por um momento, ele estava lindo com aquela camisa justa, calça escura, tênis e cabelo bagunçado, Nathan estava simplesmente maravilhoso.

— Gala — ele estalou os dedos na frente do meu rosto, ótimo, vergonha na frente do crush — Tudo bem?

— Ah, sim, só me distrai com sua beleza — isso, finja que você não é tímida.

— Obrigado, você está maravilhosa.

Nós fomos a um restaurante simples e lindo no centro de Madri, nos sentamos um de frente para o outro e ficou um clima meio pesado.

— Sabe, Gala, eu pensei várias vezes em como seria reencontrar você, mas nunca imaginei que ficaríamos tão sem graça na presença um do outro.

— Que bom que não foi só comigo — ele me olhou como se admirasse cada parte de mim — Eu nunca esqueci você, Nathan!

Ele segurou minha mão e sorriu pra mim, naquele momento eu percebi que não havia motivos para um clima pesado entre nós, ainda eramos como aquelas crianças.

— Então, faculdade de artes? — ele perguntou, apoiando as costas no encosto da cadeira.

— Eu sempre fui apaixonada por artes e moda, agora encontrei uma forma de unir minhas maiores paixões nesse curso.

— E as aulas de dança? Ainda faz?

— As vezes eu apareço na academia, mas agora faço mais yoga que ballet.

— Tem namorado? — fiz uma careta com a lembrança.

— Não.

— Mas tinha, não é? — assenti de leve — Quer me contar?

— Não é grande coisa, ficamos juntos durante sete meses e ele me traiu.

Nathan fechou a cara e respirou fundo.

— Quem perdeu foi ele — nós rimos e pedimos a sobremesa.

— Eu já falei tudo sobre mim, mas você ainda não disse nada sobre você.

— O que quer saber?

— Que você se formou em jornalismo é meio óbvio, mas por quê?

— Não sei, eu gosto de conversar, gosto de futebol, gosto desse meio e  eu nunca me imaginei fazendo outra coisa.

— Namorada? — perguntei com um sorriso de canto.

— Nunca tive — o olhei com olhos questionadores — Nunca encontrei alguém que fizesse eu me apaixonar de verdade e se não for pra ter um relacionamento baseado em sentimento, como o dos meus pais, eu prefiro ficar solteiro.

— Mas não sozinho, imagino.

Nathan deu uma risadinha que serviu como confirmação.

No fim da noite ele me acompanhou até em casa e ao chegar na porta do meu prédio ele segurou minha mão e apoiou sua mão livre em meu rosto.

— Você ficaria com raiva se eu beijasse você? — ele pegou, deslizando o polegar pela minha bochecha.

— Não, eu iria adorar — os lábios de Nathan tocaram os meus de forma lenta, carinhosa, um beijo perfeito que interrompemos com dois selinhos — Boa noite, Nathan!

— Boa noite, Gala — ele respondeu sorrindo de lado.

Mit dirOnde histórias criam vida. Descubra agora