O melhor de mim

Capítulo 6

O Jam&Roller estava todo enfeitado com tubarões. Nas televisões aparecia o logo dos Red Sharks e havia um painel para batermos fotos. Eu estava toda de preto, assim como Emília, Benicio e Ramiro. Ramiro entrou na equipe um pouco depois, quando brigou com sua namorada, Yam. Ele é um ótimo patinador e pra mim isso já basta.
  De longe, vejo Luna chegando junto com o resto de sua equipe. Emília e eu nos aproximamos deles.
  "Vieram nos ver arrasar na pista?" falo sorrindo falsamente.
  "Não fiquem tristes, talvez um dia cheguem aonde chegamos." Emília ri.
  "Não estamos nem um pouco tristes, Âmbar." Luna diz. "Parabéns. Vocês merecem tudo isso."
  "O que estão fazendo aqui?" Gary chega de repente. "Eu não quero ninguém do Jam&Roller aqui, entenderam?"
  "Você não pode fazer isso." Jim diz.
  "Qual o problema de ficarmos aqui?" Simon reclama.
  "Eu mando aqui e posso fazer o que bem entender desse lugar. Vocês vão sair por bem ou vou ter que chamar os seguranças?"
  "Vamos galera."diz Luna.
Eles saíram todos com a cabeça baixa, derrotados.
  "Âmbar. Você tem uma entrevista para dar." Gary põe uma de suas mãos em minhas costas e me conduz até o painel dos Red Sharks onde tem um homem de bigode e cabelos pretos segurando um microfone. Ele me dá um sorriso gentil e começa a entrevista.
  "Olá Âmbar, eu sou Jonas da Rede Buenos Aires e estou aqui para te fazer umas perguntinhas. Está preparada?" ele aponta o microfone para mim.
  "Eu nasci pronta, Jonas." sorrio e ele solta uma risada. 
  A entrevista foi rápida e correu tudo bem, as coisas pioraram quando mais ninguém compareceu ao evento. Não havia ninguém no Jam&Roller. Nem o pessoal da TV Buenos Aires ficou. O porquê disso, fomos descobrir minutos depois quando o JazJazmin, canal da Jazmin, fez uma transmissão por streaming da equipe do Roller patinando e dançando na praça em frente ao Jam&Roller.
  "Desgraçados!" Emília gritou.
  "Mas é óbvio que fizeram de propósito pra acabar com o nosso evento!" falo passando a mão pelos cabelos. "Isso não vai ficar assim."
  "O que você tá pensando em fazer?" Emília pergunta vindo até mim. Lhe dou um sorriso.
  "Nós vamos fazer, Emília. Nós vamos fazer da vida deles, um inferno."
Chego na mansão junto com Emília, uma música alta toca e há várias pessoas gritando. Abro uma festinha da porta, o suficiente para eu e Emília vermos o que está havendo.
  "Galera! Galera!" Luna chama, toda sorridente. "Escutem aqui." a música fica mais baixa e todos se reúnem ao redor dela.
  "Parece uma rodinha de macumba." Emília diz. Me seguro pra não rir pois não quero que ninguém nos veja.
  "Hoje é um dia muito especial pra gente! Alguns não sabem, mas depois da nossa apresentação na praça, o Felipe Mendevilla, o melhor patinador de Buenos Aires, foi falar com o Simon e ele quer conhecer a nossa equipe melhor!" ela grita e todos ficam surpresos, rindo e se abraçando. Eu só quero chorar. De raiva. Era pra mim estar comemorando assim. Era para o Felipe Mendevilla ter visto a minha apresentação e ter oferecido uma proposta para mim. Abro a porta com tudo. Todos olham em minha direção assustados. Não demonstro nenhuma reação, apenas caminho decidida até Luna, parando para pegar um suco em uma das mesas que haviam posto ali.
  "Vocês são um bando de invejosos que estragaram o nosso evento." falo bem perto de seu rosto e olhando bem no fundo de seus olhos. "Mas eu vou acabar com essa alegria de vocês. Aguardem." levanto o copo e viro todo o líquido na cabeça de Luna, deixando seu cabelo todo melecado. Jogo o copo de plástico no chão, ignorando os gritos de surpresa e subindo as escadas para o meu quarto. Emília veio logo depois com um sorriso satisfeito no rosto.
  "Você é má, Âmbar." diz e se joga na minha cama rindo.
"Isso foi só um pouco de suco no cabelo, Emília. O pior ainda está por vir." arqueio as sobrancelhas e sorrio.
"O que você tá pensando em fazer?" enrolo uma mecha de cabelo nos dedos.
"Vamos estragar essa oportunidade da Luna assim como fizeram com a gente. Eu quero ver ela quebrar a cara." solto a mecha de cabelo que estava segurando. "E aí? Vai me ajudar ou não?"
"É claro que vou." sorrimos.