Capítulo 10

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Âmbar

Termino meu esfumado escuro e encaro meu reflexo no espelho ajeitando os cabelos e fazendo várias poses. Estou linda. O vestido preto que estou usando é colado e deixa minhas curvas bem marcadas, ele é de alcinhas e as costas ficam nuas deixando exposta minha pele bronzeada e minhas pintinhas. Sento na cama e coloco meus saltos. Meu celular faz um bipe indicando uma mensagem. É de Benício dizendo que está me esperando em frente à mansão. Pego minha bolsa pequena, com meu documento e antes de sair dou mais uma olhada no espelho.
"Você é tão linda."  digo e jogo um beijinho para o meu reflexo no espelho. Desço as escadas devagar enquanto olho distraidamente as fotos no Instagram.
"Querida? Onde vai?" diz o Sr.Alfredo.
"Vou para uma balada com uns amigos e não sei que horas volto. Tchau." falo rapidamente e saio da mansão.
Benício está me esperando escorado em seu carro e quando me olha fica boquiaberto. Sorrio. Amo causar essa impressão nos garotos. Ele me puxa pela cintura e me cumprimenta com um beijo. Sua língua explora a minha boca enquanto suas mãos me apertam contra ele. Em outras circunstâncias eu recuaria mas hoje não senti vontade de afastá-lo.
"Está uma gata." ele diz passando as mãos pelas minhas costas nuas.
"Eu sei." digo e me desvencilho dele. "Vamos logo."
Benício abre a porta do carro e eu entro me ajeitando no banco e colocando o cinto de segurança.
Chegamos na boate que está cheia de adolescentes bêbados se agarrando pelos cantos e dançando. Benício vai cumprimentar uns amigos e eu vou direto para o bar pegar um drink. Peço uma caipirinha de vinho e me apoio na bancada esperando minha bebida ficar pronta.
"Ei, garçom. Mais uma por favor." uma voz masculina pede. Olho para o lado reconhecendo a pessoa. Simon.
"Que irônico." digo. Ele me encara e revira os olhos.
"Cala a boca." diz com a voz arrastada. Me aproximo dele e inclino a cabeça de lado.
"Ui que agressivo." finjo estar magoada. "Está assim por que a Luninha te trocou pelo Matteo? Não fique surpreso. Ele é mil vezes melhor que você." ele me encara com ódio no olhar o que significa que consegui acertar seu ponto fraco.
"Por que não sai daqui e me deixa em paz?" ele toma o restinho da sua bebida e bate o copo no balcão. Minha bebida chega e tomo um gole apreciando o gostinho do álcool.
"Estou muito bem aqui." ele bufa. Sorrio e tomo mais um gole. Ficamos em silêncio só o barulho da música e de pessoas conversando preenche o lugar. Termino minha bebida rapidamente e peço outra. "Se quer minha opinião sincera, você não perdeu nada." falo virando todo o líquido na minha boca e fazendo uma cara feia quando ele desce rasgando na minha garganta. "Ela é tão sem graça." sinto que já estou bem soltinha por conta do álcool mas não ligo, peço outra bebida. Benício está muito ocupado conversando com seus amigos enquanto uma ruiva se esfrega nele. Bom, pelo menos ele não está me enchendo o saco. Agora não sinto tanta vontade de beijar ele  deve ter sido coisa do momento. Meu fofo no momento está sendo atormentar Simon, que está frágil bem do meu lado.
"Âmbar cala a boca. Não quero ouvir sua opinião nada sincera e muito menos quero falar sobre isso. Só me erra." ele bate as mãos na bancada. Seus músculos estão flexionados debaixo da camiseta preta colada. Ele está estranhamente sexy com essa expressão irritada e com os lábios carnudos entreabertos.
"Tudo bem." balanço a cabeça para despertar-me do transe. "Fique a vontade para sofrer por alguém que não tá nem aí para você." falo bem pertinho do seu ouvido e consigo sentir Simon estremecer. Vou para a pista de dança rebolando e começo a dançar no ritmo da música, de olhos fechados. Não sei como mas consigo perceber que Simon não me tira de seu campo de visão. Abro os olhos só para confirmar o que eu já sabia. Sorrio e continuo a dançar só que dessa vez olhando fixamente para ele, jogando meu corpo de um lado para outro. Simon toma o resto de sua bebida e vem até mim. Segura em meu braço levemente e me puxa pela multidão até o canto mais próximo. Ele pressiona minhas costas contra a parede e me olha nos olhos.
"Está tentandovme provocar." ele diz com a respiração acelerada.
"Estou conseguindo?" falo aproximando minha boca da sua. A respiração dele falha por um momento. Roço meus lábios pelo seu pescoço e mordo o lóbulo de sua orelha. "Isso é um sim?" suas mãos apertam com mais força a minha cintura. Chupo a pele de seu pescoço e ele pressiona seu corpo contra o meu, fazendo com que eu sinta cada músculo do seu corpo tencionado e estranhamente me fazendo gostar dessa sensação. Sinto o cheiro do seu perfume e estou prestes a encostar meus lábios nos seus, pronta pra beijar sua boca e saber como é beijá-lo, desejo que eu não sabia ter até esta noite. Mas antes que eu consiga fazer isso ele recua e diz olhando fundo nos meus olhos. 
"Não. Você não está conseguindo. Mas eu estou, Âmbar Smith. Consegui te fazer sentir vontade de me beijar."
Todo a adrenalina e fogo que eu estava sentindo se dissipam e só consigo encarar ele incrédula. Me solto dele e saio me desviando das pessoas que estão dançando e alcanço Benício.
"Vamos embora." ele tenta falar algo mas não dou chance. "Agora."

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