Capítulo 13

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— VICTOR —

Não consigo parar de pensar em Cristal. Na forma que ela me encara quando a chamo de patricinha, no modo calmo que se comporta e no sorriso doce de seus lábios. Ela me trouxe paz no momento em que a conheci. Quando fui até a casa dela, meu coração acelerou várias e várias vezes.

— Cara, eu acho que estou apaixonado — admiti enquanto conversava com Pedro e ele se preparava para fumar.

— Nós sempre estamos — comentou sarcástico.

— Mas dessa vez é sério — afirmei, parecia estranho ter certeza, mas eu pensava nela mais vezes do que podia contar. — Se eu tivesse vontade de me casar, eu com toda certeza escolheria ela — argumentei, percebendo ali que essas palavras que acabaram de sair da minha boca, eram reais.

— Você diz isso só até levar ela para cama — comentou rindo e me ofereceu um cigarro. Eu neguei com a cabeça.

— Ela não deve ir para cama tão fácil assim — brinquei rindo.

— Um desafio sempre deixa tudo mais gostoso — concordou.

Ele não entendia, Cristal não era um desafio, também não era uma paixão em chamas como a que já senti por Laura.

Ela é uma paixão lenta, calma e com paz.

Eu não sou muito do tipo que fica pensando, precisava tomar uma atitude. Então levantei e decidi ir à casa dela. Eu precisava vê-la.

— CRISTAL —

A semana tinha sido longa e cansativa, na quinta feira decidi não ir ao cursinho para descansar e não deixar meu desempenho da escola horrível. Às vezes menos é mais.

Depois do almoço, fechei a janela de madeira do meu quarto para que tudo ficasse bem escuro e fui dormir um pouco.

Meu quarto era simples, uma capa de solteiro em uma parede, a janela com uma mesa de estudos em outra e na outra um guarda roupa de cor clara cobria a parede.

Depois de duas horas, acordei com o meu celular tocando. Era tia Helô.

— Oi tia Helô — cumprimentei sem saber direito o que estava dizendo.

— Oi querida, você pode ficar com João um pouco? — perguntou, sem muitas explicações.

— Claro, mas o que aconteceu? — indaguei preocupada.

— Depois te explico, estou chegando na sua casa. — Desligou me deixando sem qualquer resposta.

Fui na cozinha e interfonei para a portaria avisando que Tia Helô chegaria. Ela chegou, me deu um beijo rápido, me entregou João e a bolsa dele e saiu.

Tia Helo é sempre tão brincalhona e sorridente, mas dessa vez parecia aflita. Algo estava acontecendo e eu precisava descobrir.

— Meu amor, está na hora de brincar de detetive — falei para João.

Fui para o quarto de meus pais, coloquei João sentando no meio da cama e alguns travesseiros em sua volta. Torci para ele não chorar.

Peguei o notebook da minha mãe e fui para cama. Entrei no WhatsApp dela e li a conversa com tia Helô e com meu pai. Descobri que minha avó estava no hospital em estado grave. Meus olhos encheram de lágrimas, eu não sou boa em lidar com a morte.

João começou a resmungar, então eu desliguei o notebook e desejei com todo meu coração que aquilo não fosse real.

Guardei o notebook no lugar e peguei o bebê no colo, fui para o meu quarto para colocar um desenho para ele assistir, mas não deu certo. João começou a chorar e minha vontade era de chorar com ele, mas lembrei que ele poderia estar com fome.

Tive que aprender a arte de preparar uma mamadeira, com um bebê irritado no colo.

Fui até a sala de estar para dar a mamadeira para ele. Alguém tocou a campainha. Quem será que é? Me levantei do sofá e me aproximei.

— Quem é? — perguntei quase que grudando os ouvidos na porta.

— Sou eu patricinha, o Victor. — A voz dele já soava tão familiar que meu coração se encontrou no tom de sua voz.

— Pode abrir a porta, por favor. Minhas mãos estão ocupadas — respondi tão naturalmente que nem percebi que em outra ocasião, eu teria perdido o fôlego, meu coração teria disparado e minha boca não saberia o que dizer, mas de algum jeito Victor já estava em minha vida.

E então a porta se abriu e junto com os raios de Sol do entardecer, apareceu a figura de Victor Gomes.

— Oi — falei com um sorriso doce.

— Oi. — Ele olhou para mim e depois para o João que estava em meus braços. — É mãe agora? — perguntou. Eu ri.

— É meu primo — expliquei.

— Posso entrar? — indagou olhando para os lados como se procurasse mais pessoas na casa.

— Pode, claro. — afirmei dando passagem para ele.

Victor então entrou e fechou a porta.

— Está sozinha? — confirmou olhando mais uma vez em volta, será que ele sabia que meu pai era delegado?

— Na verdade, sim. Eu tirei um dia de folga do cursinho e...

— E aí virou babá. — Ele brincou rindo e me fez dar risada.

— Pois é.

— Eu quero conversar mais com você... — comentou. Eu sorri.

— Se importa de ter um bebê com a gente? — perguntei olhando para João que já dormia em meus braços.

— Na verdade, não — Um sorriso divertido apareceu em seus lábios.

— Que ótimo. 

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Oie! E ai já está apaixonada pelo casal do momento?

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Obrigada por ler! Beijos!

Meu Crush é um Zé DroguinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora