Capítulo 16

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Finalmente saímos de casa e depois de dois passos eu comecei a me arrepender de ter saído. E se João começasse a chorar? E se tia Helô ficasse brava que levei João para a casa de Victor? E como eu contaria isso para minha mãe e para meu pai?

Então para evitar mais confusão, decidi enviar um áudio para minha tia avisando que eu e o precioso bebê dela estávamos seguros.

— Oi tia Helô, só para avisar que está tudo bem. Eu e o João estamos indo para casa de um amigo meu assistir um filme.

Assim que enviei o áudio, me virei para Victor que sorria.

— Então somos amigos? — perguntou. Eu ri.

— Estou vendo se você é digno de ser meu amigo — comuniquei sem qualquer expectativa.

— O que tenho que fazer para ser?

— Você já está conseguindo.

Victor tinha superado minhas expectativas, ele era melhor do que eu imaginava e merecia minha amizade.

— Você é diferente das minhas outras amigas — comentou enquanto caminhávamos em direção a casa dele.

— Talvez porque nós nunca ficamos e nem bebemos juntos — expliquei a ele o motivo dele me achar diferente.

— Por que você pensa essas coisas sobre mim?

— Porque talvez você seja assim.

Às vezes, por mais apaixonada que esteja, é necessário enxergar a realidade e ter consciência da vida.

— Vou te levar para algumas festas que você vai gostar — ele disse, mas não discordou da minha fala.

João começou a chorar e me poupou de falar para Victor que eu não queria ir em festa alguma

— O que foi bebê? — perguntei mudando a posição dele no colo e o olhando nos olhos. Ele coçava o rostinho, então deitei a cabeça dele em meu peito.

— Que bom que ele vai dormir — comentou Victor.

— Como se ele atrapalhasse algo quando está acordado — falei dando risada. Não tinha o que João atrapalhar, além do mais um bebê nunca atrapalha, bebês são necessários para ocupar a nossa vida e nos fazer melhores.

Enquanto caminhávamos comecei a pensar sobre o que Victor sentia por mim. Será que ele gosta de mim? Será que ele me vê como alguém mais importante? Aí meu Deus! Estou parecendo uma menina de doze anos que se apaixonou pela primeira vez e não sabe como lidar com esse sentimento. Bom, mas Victor foi o meu primeiro amor, foi o primeiro a fazer meu coração acelerar. Interessante pensar que o primeiro sempre será o primeiro, você pode não lembrar a ordem dos outros, mas sempre se lembrará daquele, do primeiro que fez seu mundo ficar mais colorido. Espero nunca esquecer de Victor.

Finalmente, chegamos na casa de Victor, eu já estava cansada de andar e de carregar João em meus braços. Percebi que na garagem tinha mais carros que o comum.

— Seus pais estão em casa? — questionei preocupada.

— Devem ter voltado de viagem. — Deu de ombros. — E é a minha mãe e o meu padrasto.

Concordei com a cabeça, Victor não abria mão de corrigir essa definição.

— Tem certeza que isso é uma boa ideia? — questionei mais para mim do que para ele. Isso não parecia que ia dar certo, meu coração começou a disparar e eu fiquei por um fio de não dar meia volta e voltar para minha casa.

— Claro. Eles não ligam.

Victor abriu a porta e deixou eu entrar na frente dele.

— Essa casa está bem mais bonita sem nenhuma festa — comentei olhando em volta. A casa de Victor Gomes tinha o pé direito alto e era muito iluminada, já que as paredes eram brancas e na sala tinham vidros enormes que deixavam a luz do Sol entrar.

— E menos divertida — comentou me fazendo rir.

Victor fechou a porta e não demorou dois segundos para que a mãe dele aparecesse na nossa frente, ela vestia um vestido preto, usava um salto alto e o seu cabelo tinha ondas que com toda certeza não eram naturais. Ela representava bem a classe que provavelmente pertencia: a de mulheres de negócios. O tipo de mulher que pediria um táxi enquanto toma seu café da Starbucks em Nova York.

Ela olhou Victor sorriu, depois me olhou e por último olhou levemente para o João. Nessa hora foi possível ver o seu brilho sumindo e o desespero tomou conta de seu olhar.

— De quem é esse bebê? — ela perguntou em choque. — Não vai me dizer que esse bebê é seu Victor! — exclamou espantada e vindo mais perto de nós. — Quando você ia me contar que sou avó?

Victor não falava nada e parecia rir com a situação de choque da mãe. Ela olhou para o João.

— Meu Deus, eu sou avó! — ela afirmou com a mão no coração. — Eu preciso de um copo de água. — Deu meia volta indo para a cozinha.

— Você precisa explicar para ela — ordenei para Victor.

— Ela nem deixou eu falar nada... — comentou dando risada. Balancei a cabeça sem achar a menor graça.

— Vai logo até lá e explica a situação para ela — ordenei mais uma vez sem achar graça.

— Deixa ela sofrer mais um pouquinho.

— Vai logo se não eu vou embora. — Apelei para o que eu sabia que ele não queria que acontecesse. Não sei o que Victor sente por mim, mas sei que de alguma coisa ele gosta. Então Victor finalmente começou a se mexer, mas depois de dar dois passos, a mãe dele apareceu com uma velocidade muito maior do que a dele.

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Meu Crush é um Zé DroguinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora