— Pelo amor de Deus Victor, você deveria ter tomado mais cuidado — comentou um tanto mais calma, mas ainda me olhava.
— Aquele bebê não é meu. — Apontou para o João que estava em meu colo. Então a mãe dele finalmente parou de olhar para mim e voltou o olhar para ele.
— Você não pode trazer para casa uma garota com um bebê tão pequeno.
— O bebê é primo dela — afirmou Victor sem se importar com nada, mas ela estava certa, eu não deveria ter vindo.
— Sério? — perguntou percebendo que a situação era bem mais simples. — Eu fiz esse drama por nada?
Victor gargalhou, eu respirei fundo porque finalmente pude ficar aliviada e dei um leve sorriso.
—Sim — Victor disse para ela mostrando que tinha sido um drama desnecessário.
— Você está de castigo — anunciou a mãe de Victor.
— Mas o bebê não é meu — protestou Victor.
— Está de castigo por ter me dado esse susto — ela falou me fazendo rir. Victor se virou para mim em busca de apoio, mas eu não ia ficar contra a mãe dele na casa dela.
— Eu falei para você falar para ela... — comentei. Ele balançou a cabeça.
— Está proibido de ir á festas, de fazer festas aqui em casa e de trazer garotas aqui por duas semanas — ela comunicou a Victor seu castigo e olhou para mim. Eu entendi o recado.
— Eu acho que foi uma péssima ideia ter vindo sem contar que vai que meu pai volte para casa... — comentei dando um passo para trás.
— Não, por favor, fica — Victor se virou para mim.
— Você está de castigo — O olhei nos olhos tentando entender o que ele não tinha entendido. Antes de dizer qualquer coisa, ele se virou novamente para a mãe dele.
— Não me importo com o castigo, mas não vou mandar a Cristal ir embora — ele disse.
A mãe dele se aproximou de mim, por um momento tive até medo, mas então ela abriu um sorriso.
— Desculpa querida pelo escândalo e pelo pré julgamento.
— Sem problemas... — falei com uma tremenda vontade de dar meia volta e sair correndo. O sorriso dela ficou ainda maior e sua expressão pareceu aliviada.
— Eu me lembro de você... Você é a filha do delegado.
Ao contrário de Victor essa informação parecia deixar ela mais calma, feliz e aliviada.
— Só eu não sabia disso? — perguntou Victor entrando na conversa que parecia ter se tornado minha e da mãe dele. Eu ri.
— Como você não sabia? — ela perguntou olhando para Victor.
— O pior mesmo é como eu descobri... — comentou e eu joguei um olhar de condenação para que ele ficasse quieto. — Bom mãe, eu só vou assistir um filme com ela.
Graças a Deus ele mudou de assunto tão rapidamente que não deu tempo dela dizer "Como foi que você descobriu?"
— Tudo bem, mas a partir de amanhã sem garotas aqui em casa. — ela confirmou para que não houvesse dúvidas que mesmo assim ele estava de castigo.
Victor ainda segurava a risada, parecia nem se importar com o castigo.
— E juízo, porque tem um bebê com vocês...
— Você diz isso, porque não conhece a Cristal. — comentou Victor fazendo ela voltar olhar para mim.
— Foi um prazer te ver querida — afirmou e me fez sorrir.
— Igualmente — concordei.
Ela então se retirou da sala de uma forma elegante e nos deixou a sós novamente. Eu não lembrava dela me conhecer, mas por fim ela me conhecia. Victor suspirou.
— Uau — quase sussurrei. Em poucos minutos tínhamos vivido tantas emoções que eu não sabia quanto tempo demoraria para me recuperar.
— Quer assistir o filme na sala ou no meu quarto? — perguntou não parecendo nada afetado com tudo o que tinha acontecido. Eu o encarei repreendendo essa questão de ir para o quarto de Victor.
— Você não faz o meu estilo — disse.
Por um lado senti um pontinho de mágoa, mas ele estava certo. Ele também não fazia o meu, mas aqui estávamos nós, juntos mais uma vez. Tentando juntar algo que sabemos que não vai dar certo.
— Eu não quero fazer parte do time de garotas que você já levou para o seu quarto — afirmei da maneira mais sincera possível.
— Não tem um time para isso — ele ainda ousou responder e me fez rir.
— Mas se contarmos, vamos descobrir que dá para formar um time...
Ele sorriu com meu comentário.
— De qualquer forma, no meu quarto você pode colocar o seu primo na cama — ele argumentou.
No quarto, na sala, seja onde for Victor e eu não teríamos nada. Primeiramente porque eu não seria tão fácil assim, segundo porque João estava ali com a gente.
—Tudo bem — falei por fim.
Victor estava certo, não aguentava mais segurar João em meus braços.
No caminho para o quarto de Victor me lembrei da primeira vez que subi aquela escada, que passei por aquele corredor, que tentei abrir aquelas portas. Tudo estava tão diferente dessa vez e melhor. Muito melhor.
Quando entrei no quarto de Victor, fui até a cama e coloquei João bem no meio. Olhei para Victor e ele parecia querer falar alguma coisa.
— Você não achou que eu ia ficar do seu lado, né? — questionei rindo e peguei a bolsa de seus braços.
— Eu não sei porque você acha que eu gosto de você... — comentou.
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Obrigada por ler! Beijos!!
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Meu Crush é um Zé Droguinha
Fiksi RemajaCristal e Victor vão fazer seu coração disparar! Cristal é filha do delegado, depois que seu irmão largou a faculdade de Medicina e foi embora para ser guitarrista em uma banda, sua família nunca mais foi a mesma e seus pais estão prestes a se separ...