Eu e Taeyong andávamos calmamente pelas ruas do caminho para minha casa, o silêncio era predominante entre nós, mas não era incômodo, suas mãos estavam entrelaçadas a minha e eu conseguia sentir perfeitamente o que ele queria dizer quando disse que estaria comigo nessa.
Sentia no fundo do meu coração, que ele me protegeria.
Mas a mesma sensação boa era atormentada pela sensação ruim de tudo o que aconteceria. Eu sei que é ser pessimista pensar em tudo isso antes mesmo de acontecer, Porém, a certeza de que eu seria humilhado, sofreria olhares maldosos e afins era o que mais me atormentava.
Na escola todos já me olhavam torto por ter prendido Taeyong a mim. Fico imaginando o que falariam quando soubessem que ele estaria eternamente preso a mim por causa de um filho. Provavelmente repetiriam tudo que eu sempre pensei desde que a desconfiança da gravidez havia aparecido.
- Eu acabei com a vida dele... - Murmurei sem som ao colocar em palavras o que tanto perturbava a minha cabeça, junto as demais coisas. Ele não ouviu, para minha sorte, mas ao fitar seu rosto vi um pequeno sorriso, parecia que tinha uma pequena felicidade em si - O que foi? - Indaguei meio fraco, eu já não comia fazia um tempo por causa do nervosismo, mas ainda conseguia realizar funções mais essenciais.
- Estava pensando aqui... Eu e você fizemos um bebê juntos, imagina o quão lindo ele vai ser - Não contive o meu sorriso ao acompanhar o seu raciocínio. Ele sempre fazia questão de ressaltar o quanto me achava lindo mesmo com os meus problemas de autoestima, eu sempre me sentia bonito quando estava com ele.
- Se ele puxar a você, será lindo mesmo - Nem notei que chegamos na porta de casa, só reparei por ter ele parado a minha frente me olhando com aqueles olhos lindos que eu tanto amava.
- Quando você vai entender que para mim você parece o anjo mais lindo de todo o mundo? - Senti meu coração falhar uma batida e finalmente consegui sorrir verdadeiramente depois de toda aquela confusão formada a minha mente. - E quando você sorrir, sinto que meu mundo parece mais iluminado. Nunca deixe de sorrir assim, tá?!
Concordei com a cabeça, mas logo minha mãe apareceu na porta com sua típica carranca, me encarando de cima a baixo, assim como Taeyong e aquilo fez toda a alegria que havia aparecido em mim desaparecer completamente
- E não esquece, estamos juntos nessa... - Deixou um beijo no topo da minha cabeça e logo seguiu seu caminho, me fazendo me sentir mais calmo perante a minha figura materna.
- Se beleza colocasse dinheiro na mesa, você seria rico mesmo. Mas já que não é, vai estudar. - Era impressão minha ou ela havia dito que eu era bonito?
Não neguei seu pedido em ir estudar, mas antes de me trancar no quarto, cacei alguma coisa para comer antes do almoço, eu estava mais calmo e por isso a fome havia dado as caras como se eu não comesse a meses. E talvez fosse. Não me lembrava mais
Estava com o rosto enfiado no livro de biologia quando apareceu aquelas benditas páginas sobre bebês e como o corpo das mães mudavam e aquilo me prendeu por alguns segundos já que ninguém no mundo algum dia me explicou como funcionava isso sem ser por livros explicativos demais e emoções de menos.
Mas ali só tinha escrito o que eu já sabia, exceto por um parágrafo que falava sobre os cuidados principais com a gravidez, dados de quando é possível saber o sexo do bebê e essas coisas cruciais para uma criança nascer saudável, só então notei que eu estava indo para o quinto mês e não havia tomado nenhum cuidado com o pequeno ser em minha barriga.
Já havia passado da hora até.
Peguei meu celular para procurar algum médico que me atendesse e por algum milagre, o consultório marcava consultas por mensagens, assim não correria o risco de ter algum dos meus pais ouvirem que seriam Avós por trás da porta.
Depois de marcar, resolvi que já era hora de um mínimo descanso para minha cabeça. Dormiria muito melhor por saber que não estava completamente sozinho.
Me despi rapidamente para tomar um banho mas antes de alcançar a box de vidro escuro e esfumado, minha mãe entrou no banheiro para pegar o sexto de roupas.
Eu bem que tentei me virar e esconder, tentei fugir de seus olhos analíticos, mas era tarde demais, ela havia visto.
- Você está grávido Chittaphon? - Somente pelo seu tom de voz, eu sabia que tudo o que eu havia pensado nos últimos meses, se concretizaria naquele momento, a sensação horrível do pavor tomando conta de cada parte do meu corpo, todas as sensações que se igualavam a desespero, medo, pânico, conseguiram me definir quando tive meu braço puxado e minha barriga exposta por completo - Você tem uma hora para arrumar suas coisas e sumir dessa casa.
E dali saiu, como se eu não significasse absolutamente nada para ela e o fato de ter um bebê em minha barriga não fosse preocupante o suficiente para me jogar na rua apenas com minhas roupas.
Mas fiz o que havia me pedido, e não demorei muito a começar a arrumar minhas roupas nas poucas malas que eu tinha. Cacei meu cofrinho que eu tinha desde o fundamental para minha formatura e balancei para ter certeza que sobreviveria por pelo menos um mês até Taeyong ter seu emprego.
Depois de tudo arrumado, eu daria a segunda pior notícia ao meu namorado, e o pior de tudo, por uma ligação.
- Tae... Minha mãe descobriu e me expulsou de casa. O que eu faço? - Perguntei ainda tentando segurar o choro. A minha ficha ainda não havia caído e o silêncio do outro lado da linha apenas piorou a situação em minha mente.
- Espere, eu vou te buscar em 10 minutos.
E como havia dito, em 10 minutos estava na porta de casa, com seus pais no carro me esperando para ir a sua casa.
Enquanto Taeyong arrastava minhas coisas para fora, eu apenas via meus pais me olhando com desgosto e minha irmã com preocupação, depois eu falaria com ela, e certamente teria sua ajuda.
- Eu disse que esse marginal iria acabar com a sua vida...
E no final, de novo minha mãe tinha razão, minha vida estava acabada mas não era apenas por culpa da inconsequência minha e dele, mas sim por causa dela.
Por causa de sua falta de apoio.
Não tive fôlego para responder, apenas corri para dentro do carro com todo o meu choro preso dos últimos minutos sendo liberados de uma só vez.
E nem o abraço de Tae e nem o consolo de seus pais conseguiram me acalmar.
Eu havia acabado com a minha vida.
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Inconsequente (Taeten version)
Ficção Adolescente⁞⃟ᬽ▩݅͜ु◍̸ꦿ⁞⃟⸽⃟ꦽ⃟⸽◍̸⸽⃟ꦽ⃟⸽྅❁⃗𖠜۫✿ꦿ۰▩݅͜ु◍̸ꦿ݈݅⸽⃟ꦽ⃟⸽◍̸⸽⃟ꦽ⃟⸽྅⁞⃟ᬽ Eu encarava aquele teste de gravidez como o fim da minha vida. E talvez fosse, levando em consideração os fatos: eu tinha 16 anos, um namorado inconsequente país rígidos, e nenhuma estabilid...