Just the first day

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Eram seis horas da manhã e eu não estava nem um pouco afim de levantar, aquela era a primeira noite em meses que eu havia dormido bem e tinha de levantar para encarar aquela escola toda, que após o escândalo dos meus pais, já devem estar sabendo da minha gravidez.

- Não se preocupe, eu vou ficar do seu lado, ok? - Taeyong parecia prever minhas preocupações e logo após dizer tais palavras, deixou um beijo em meu rosto, para se levantar em seguida - Mas não vamos nos atrasar, assim continuaremos ótimos alunos.

Sem dizer mais nada, apenas me sentei no colchão, me levantando logo em seguida para ir ao banheiro.

- Ei Ten... - Fui interrompido no caminho parando entre a porta e o quarto para ouvir o que tinha a me dizer. - Acho que vou ser a pessoa mais feliz do mundo por você ser a primeira pessoa que verei nos meus dias.

Tanto suas palavras quanto seu sorriso sincero conseguiram me deixar feliz. Mas não aquela felicidade pequena e rápida, me deixou feliz de verdade, porque, por mais que seja um momento difícil, eu realmente amo o Taeyong, e saber que era recíproco ao ponto de o deixar feliz somente com a minha companhia, me fazia feliz também.

- Continue assim e vou me lembrar todos os dias o motivo pra te amar tanto... - Murmurei sorrindo, mas fui logo para o banheiro, fazendo tudo o que tinha de fazer com uma animação um pouco maior que nos últimos dias. - Você tem o dom de me deixar feliz... - Soltei somente para que eu ouvisse ao me olhar no espelho, por causa de um jogo de palavras, minha aparência já parecia relativamente melhor.

Não demoramos a juntar nossas coisas e ir logo para a aula, ouvindo o tempo todo do pai de Taeyong que não deveríamos dar ouvido ao que os outros alunos iriam nos dizer, manter o foco nas aulas e tentar não arrumar nenhuma confusão.

Eu não me importaria tanto com os comentários, sempre ouvi muita merda por namorar o famoso da escola enquanto era apenas um nerd mirrado e sem nada de bom a oferecer, mas eu me preocupava com ele, Taeyong sempre tivera o mundo da escola aos seus pés, provavelmente veria todas aquelas pessoas se afastando de si por minha culpa, e sabia também o quanto isso poderia o afetar emocionalmente.

E isso ficou ainda mais óbvio para mim quando chegamos e não havia aquela multidão de garotas esperando por ele na porta como sempre ficavam, estavam todas rodeando Jaehyun.

Mas acho que esse ponto não o afetou tanto, já que ficou bem sorridente ao poder entrar comigo entre seus braços, sem todas aquelas pessoas querendo tirar sua atenção de mim.

- Acho que vou gostar de não ser mais tão popular assim. Posso ficar em paz com você... - Sussurrou ao pé do meu ouvido, me fazendo sorrir pela segunda vez naquele dia.

E continuamos na nossa bolha romântica por quase todas as aulas, não recebemos nenhuma atenção exagerada, exceto por olhares tortos para minha barriga, absolutamente nada de anormal, exceto pela falta de atenção ao redor dele.

Já estava quase na hora do intervalo quando Jaehyun pareceu nos notar.

- Tae, Ten... É verdade? - Sussurrou receoso, me fazendo rir baixinho, provavelmente ele estava com medo de apanhar de Taeyong por acreditar em boatos. Não deixei que Taeyong respondesse, apenas levantei minha camiseta para que visse minha barriga, o fazendo arregalar os olhos no mesmo instante - E como vocês estão?

- Estamos bem, vou realizar meu sonho de casar com o Ten antes da hora. - Seu tom era brincalhão e ali notei que Jaehyun era realmente amigo de Tae, e não uma das sanguessugas que ficavam no seu pé por fama.

- Se precisarem de alguma coisa podem contar comigo, tá? - É, ele literalmente é uma boa pessoa.

Agradeci somente mexendo os lábios, por já estar atraindo mais olhares que o necessário na aula e quando o sinal tocou, achei que finalmente poderia comer, mas o professor nos chamou de canto, para conversar, e foi alí que achei que Taeyong perderia tudo o que conquistou.

-Meus parabéns, Taeyong, Chittaphon, fico muito feliz por vocês, apesar de novos, vocês são ótimas pessoas , ótimos alunos e serão ótimos pais. Só não deixem isso atrapalhar os estudos, hm?

O apoio que eu deveria estar recebendo dos meus pais estava vindo de estranhos, isso me deixava tão feliz quanto triste, mas era o esperado, aquelas pessoas não precisariam lidar com seus nomes na boca de gente fofoqueira. Porém, não me importava mais, se meus pais não me queriam, haviam algumas raras exceções que queriam o meu bem, meu, de Taeyong, e de nosso filho.

- Obrigado, professor, é importante saber que nada mudará na escola.

- Farei questão de manter tudo o que conquistaram nos seus devidos lugares, vocês são estudiosos, talentosos, e não pode ser um filho, uma coisa tão natural, que vá atrapalhar a vida de vocês.

Uma onda de alívio me atingiu em cheio ao ouvir aquilo, Taeyong não perderia nada, poderia entrar numa boa faculdade e continuaria seu foco em ser um grande jogador de basquete.

E a leve esperança de que logo recuperaria sua fama na escola também se apossou de mim.

Não demoramos na sala, e logo após agradecer ao professor por todo o seu apoio, nos dirigimos para o refeitório. Taeyong não desgrudou de mim em momento algum, antes do bebê, só nos víamos na entrada e na saída do colégio, o intervalo era para seus amigos, eu nunca reclamei disso, não até agora que soube o que era receber comida na boca e ganhar seus carinhos na frente de todo mundo.

- Estou me sentindo uma atração mundial por ganhar tanta atenção sua - Murmurei risonho, ao perceber que aquela porra de escola inteira nos encarava.

- Quer ter mais atenção ainda? - Ele estava com um sorriso arteiro, e só balancei a cabeça negativamente, não negando o seu ato, mas negando a mim mesmo que estava me prestando a tal papel, mas foi deveras engraçado quando levantou minha camisa e começou a dar beijos em minha barriga.

Vários sons de espanto parecia uma sinfonia por ali, mas eu não estava me importando tanto, estava me sentindo bem com o fato de que ele realmente estava ali, do meu lado o tempo todo e me protegendo de tudo.

- Sua barriga está linda, Ten... - Eu podia ser considerado aquele que não tinha amigos na escola, Doyoung era o mais perto que eu tinha disso e fiquei extremamente feliz em receber aquele elogio justo dele. - Se não escolher ninguém, quero ser padrinho, tanto eu quanto Jaehyun... - Esqueci de mencionar o fato de que ele e Jaehyun eram namorados?

- Ainda nem sabemos o sexo do bebê, mas por vocês não estarem com cara de criança no circo de horrores, provavelmente, serão sim os padrinhos. - Sussurrei com um pequeno sorriso.

- Se precisarem de mim, estou a disposição, ok? - Concordei com a cabeça, sorrindo e logo ele se afastou, voltando para o namorado que já estava rodeado de meninas com sérios problemas com a alimentação de tão magras que eram.

- Viu? Vai dar tudo certo, meu melhor amigos está do meu lado, o seu está com você nessa e temos um ao outro. Não precisa mais ter medo, ok? - Deixou um selinho carinhoso em meus lábios. - Eu te amo e vou estar sempre com você.

E aquilo, por incrível que pareça, me fez sentir mais seguro mas não menos incomodado com a situação que estava.

Eu ainda continuava não querendo filhos, continuava achando toda aquela situação incômoda, e mesmo tendo o cara que eu amava ao meu lado, me dizendo coisas fofas que me faziam me sentir a pessoa mais amada do mundo, eu continuava rejeitando a ideia de ser pai e aquilo parecia grudar cada vez mais em mim.

E era apenas o primeiro dia...

Inconsequente (Taeten version)Onde histórias criam vida. Descubra agora