Not Everything Is Lost

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    *Flashback on*

    — Vai Ten, deixa sem camisinha mesmo, eu quero sentir você — Não era a primeira vez que eu ouvia aquilo e nem seria a última. Não quando seu namoro está apenas no começo, no primeiro mês e você e seu namorado estão no maior clima de suas vidas.

    Eu cedi e aproveitei como nunca, sem camisinha era sempre melhor e eu nunca iria ter de me preocupar com as consequências, ninguém nos dias atuais engravida antes dos 25 anos, e eu não seria o primeiro

    *Flashback off*

    — Como você tem coragem de me falar isso? — Quase gritei ao receber sua resposta. Eu era virgem antes de ficar com Taeyong, meu primeiro beijo havia sido com ele, meu primeiro sentimento por alguém, havia sido por ele. E a escola toda sabia disso, e principalmente, ele sabia disso.

    Dei um tapa bem dado em seu rosto e deixei que as lágrimas aparecessem sem nenhum pingo de vergonha dessa vez, ali, naquele momento, eu me senti verdadeiramente arrependido de ter entregue meu coração a ele.

    Era algo que eu deveria ter desconfiado que aconteceria. O que esperar do cara que sempre foi popular entre as meninas e meninos? Ele poderia afirmar para todos que ele não era o pai, todos simplesmente acreditariam e ficariam aos seus pés. Ele era o líder do time de basquete, todos os times observavam seu talento... E eu era apenas o novato bonitinho que atraiu a atenção do melhor da escola toda.

    — VOCÊ QUERIA QUE EU FALASSE O QUE? - Berrou quando me alcançou, segurando meu braço com uma certa força, o que me assustou e ele notou já que no mesmo instante ele soltou, implorando desculpas pelo olhar — Me desculpe, Chittaphon, você é um sonho como namorado, mas eu não posso acabar com a minha vida por sua causa.

    Eu senti aquilo como uma faca entrando no meu coração. Senti cada parte do meu corpo tremer e entrar em pânico, eu nunca havia me sentindo tão mal na minha vida

    — E-Eu não fiz isso s-sozinho... — Murmurei tentando segurar o choro e sem falar mais nada, saí de lá, não me preocupando nem um pouco com o caminho que tomaria, eu só queria não ter que olhar para a cara dele tão cedo. E pelo jeito, nem ele queria olhar na minha.

{...}

    Consegui um Sossêgo superficial quando me vi sentado no batente de uma ponte. Conseguia sentir o vento bater forte em meu rosto, assim não conseguia chorar, e os sons do ruído do rio abaixo dos meus pés, ocupavam a minha mente com qualquer coisa que não fosse o fato de ter um bebê dentro de mim.

    Eu nunca havia pensado em suicídio, mas estar ali, olhando para baixo e ver aquela movimentação toda, me fez parecer uma boa saída para todo o inferno que eu saberia que viveria dali para frente.

    Era uma porta para mim e para essa criança que não tinha culpa alguma do que iria sofrer.

    Mas infelizmente eu não conseguia pensar apenas em mim, se fosse assim até ponderaria um aborto, mas não é algo que eu aceitaria fazer. Eu me culpar ia pelo resto da minha vida por ter matado algo gerado dentro de mim. Principalmente quando já estava no quarto mês e já sabia como era o desenvolvimento de uma vida.

    Mesmo desesperado, eu nunca faria aquilo...

    Olhei para o céu, notando que as estrelas começavam a brilhar por ali. Elas sempre me acalmavam e fascinavam, e naquele momento não seria diferente. Mesmo sabendo que o sonho da astronomia estava indo pelo ralo, o universo que existia acima de mim continuava a girar e aquilo era um pequeno escape para minha mente.

Inconsequente (Taeten version)Onde histórias criam vida. Descubra agora