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(Contém cenas fortes, se você for sensível com assuntos como abuso, por favor não leia. Foi difícil escrever também. Senti meu coração apertado o tempo todo).

Aspen

Ao entrar no carro de Zedd tento deixar para trás a grande culpa que está crescendo dentro de mim por deixar Daniel voltar para casa sozinho, quando o mesmo aceitou vir para uma festa comigo, mesmo sem nunca ter ido em uma. Dou uma olhada pelo retrovisor e vejo o garoto de cabelos claros parado no meio fio da calçada até que meu namorado dá partida e eu desvio o olhar para além do para-brisa.

Não deveria estar me sentindo culpada ou coisa parecida, nem o conheço direito, mas sua bondade me tocou. E talvez ele estivesse certo, eu nem deveria estar aqui, porque agora no carro percebo que sou uma idiota. Estou dando outra oportunidade para o Zedd e estou me sentindo um pouco bêbada, talvez seja por isso que estou aqui.

Mas...

Ele disse que fez um jantar. Para nós. Zedd nunca foi de preparar jantares e eu acho que isso seja um avanço. Provavelmente ele sacou que da última vez nossa briga foi séria e esteja querendo se desculpar e reatar o namoro.

— Você preparou mesmo algo para nós? — Pergunto, depois de um tempo, deixando toda minha expectativa no ar, porque mesmo que esteja com um pé atrás, continuo surpresa.

— Eu meio que tentei fazer alguma coisa, mas vejo que foi perda de tempo, já que você já estava se divertindo com aquele cara e mal esperou uma semana para estar em uma balada com outro.

Opa, esse não é o tom exato de quem quer se desculpar, porém, respiro fundo e opto por ser compreensiva porque sei que está com ciúmes.

— O Daniel? — Rio pelo nariz e nego com a cabeça. Zedd sempre foi um pouco inseguro, por isso sempre tem ataques. — O Daniel não é "outro", ele só é o sobrinho de Marta que chegou recentemente na cidade e eu quis levá-lo em uma festa. Não temos nada.

— Ele me pareceu bem íntimo agora pouco. Não gostei dele e quero que se afaste — ele diz e aperta seus dedos no volante. O quê?

Estava mesmo cogitando em me afastar de Daniel por ser muito intrometido e já saber coisas demais, mas agora que Zedd está me pedindo é como se tudo dentro de mim se negasse a isso. Da última vez que brigamos foi porque eu não o "obedeci" e sinto muito, porque dessa vez eu também não irei.

— Eu já lhe disse que não pode escolher minhas amizades. Você tem que confiar em mim e, além disso, não estamos mais juntos.

— Então, o que você está fazendo aqui?

Ele para o carro bruscamente, em frente sua casa, me fazendo bater a cabeça no descanso do banco e olha para mim com as sobrancelhas arqueadas.

— Foi você que acabou de me ligar, dizendo que me amava e precisava me ver. Lembra? Disse também que havia feito um jantar para nós e é por isso estou aqui.

Ele revira os olhos e bate as mãos nas pernas, respirando fundo em seguida.

Quero ir embora.

Desafivelo o cinto de segurança, abro a porta, saio e bato a mesma com força. Idiota.

— Aspen!

Não conto nem até três e Zedd já está atrás de mim, pisando com força no chão. Ignoro, apenas continuo andando até a sua casa e empurro a porta de entrada quando a alcanço, para entrar. Olho em volta do cômodo e prendo a respiração quando vejo que tudo está bagunçado. Há garrafas vazias por toda parte e um pó branco em cima da mesa de centro. Ele andou bebendo e se drogando, dentro desses três dias que terminamos.

• My Angel • || Daniel Sharman ||Onde histórias criam vida. Descubra agora