.é só isto, e nada mais

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Certo. No dia anterior eu havia visto uma pessoa e ela se chamava Byun Baekhyun, que de acordo com o próprio, estava morto.

Na escola eu mesmo parecia um morto-vivo, pois não consegui dormir à noite depois daquilo. Vocês conseguiriam? Então pronto. Dificílimo foi manter os olhos abertos durante as aulas. Quer dizer… mas que porra? Fantasmas? Sério? Quer dizer, não é como se estivesse com pavor de Baekhyun. Ele não me deu medo, apenas me surpreendeu (e que surpresa!). Mas e quanto a Seulgi? Não sei como Baekhyun morreu, mas sabia que ela tinha morrido de forma violenta. Seu fantasma deveria ser medonho.

Eu estava sentado com Jongin no primeiro intervalo, como sempre. Dessa vez ele lia Assassinatos na Rua Morgue. Infelizmente, fracassei em esconder minha inquietação, fazendo-o interromper a leitura para me questionar.

“Cara, você está bem? Nem respondeu minha mensagem perguntando qual é o melhor livro com Dupin na sua opinião.”

“Foi mal. Eu ‘tava cansado.”

“Ah sim. Ficar esfregando a parede de um banheiro é chato, mas você está com cara de maníaco.”

“Espera… como você sabe disso?”

“Pelo amor de Deus, Chanyeol. Quantas vezes eu preciso dizer que aqui as notícias correm em segundos? Quase todo mundo viu a briga. Não demoraram para perguntar ao Junmyeon qual ia ser a punição de cada um. E teve gente que percebeu você ficando além do horário. Como a direção ama fazer os alunos limparem coisas, eu apenas chutei o lance do banheiro.”

“Chutou também que foi o banheiro ao lado da Sala de História B?”

“Puta que pariu. Sério?”

“Seríssimo. Lá é sinistro.”

Ele concordou, mas mudou de assunto em seguida. “Ainda não encontrei nada sobre sua família nos jornais recentes.”

“Tente voltar mais algumas semanas.” Dei a dica.

Além do óbvio negócio de fantasma, outra coisa me incomodava. A discussão com os estrangeiros esclareceu algumas frases que Junmyeon dissera. Minseok era namorado de Joohyun. Isso explicaria o motivo de ele não me contar as coisas, mas ele nem sabia que eu queria saber, então não faria muito sentido ele me contar. Ainda assim, era estranho andar com um cara cuja (ex)namorada matou alguém poucas semanas atrás. Além disso, Jongin bem que podia ter me contado ao invés de me mandar pra Junmyeon. Mas eu estava pronto pra relevar tudo isso. A curiosidade corrompia minha mente, devorando meu respeito pela privacidade dos outros. Eu queria saber mais sobre esse lance de fantasmas. E queria saber sobre o assassinato de Seulgi.

Faltando cerca de vinte minutos para o intervalo acabar, disse que precisava resolver uma coisa e subi as escadas em direção ao corredor. Não havia ninguém lá, apenas uma garota ruiva que me olhou esquisito e pegou o celular enquanto ia na direção da qual eu havia vindo. Pelo que havia percebido, eu era papo de bastante fofoca naquele lugar. Se Jongin reconheceu o nome da minha família dos noticiários, outros também devem ter reconhecido. Qualquer um com uma memória afiada estaria espalhando a informação para todos os alunos. Não duvidava de que Junmyeon já soubesse. Agora viriam rumores sobre o que eu ficaria fazendo naquele corredor, e eu não poderia simplesmente dizer que queria me encontrar com um fantasma. Entrei no banheiro ao lado da Sala de História B. Tudo absolutamente limpo e sem ser usado. Passei pelas cabines e me sentei no chão ao lado da última, apoiando minhas costas na parede. Era um tiro no escuro, mas eu tinha de tentar.

Devem ter se passado uns cinco minutos, e eu já havia desistido. Estava sem paciência naquele dia. Quando apoiei minha destra no chão para me levantar, uma figura surgiu a um metro de distância. Era Baekhyun, exatamente igual ao dia anterior. Uma dúvida aleatória pipocou em minha mente e não consegui conter minha língua.

Deadly Betrayal [ChanBaek]Onde histórias criam vida. Descubra agora