Uma Vida Imperfeita

Capitulo I

Acordei na escuridão. Perdida em meio a tantos pensamentos, que a noite não se calavam e me impediam de dormir.

Devagar me levantei, sentindo meus pulsos arderem pelos últimos cortes. Olhei para o espelho, e vi uma menina acabada. Que ninguém se importava se estava ali ou não...

Com os cabelos loiros escorridos até a cintura vou em direção ao espelho, olho para meus olhos cinzas inchados e profundos, depois de mais uma tentativa falha de dormir...

Depois de tomar um banho quente, sai e vesti uma calça jeans preta com um velho moletom de uma série qualquer. Com o único objetivo de não mostrar meu corpo magrelo e pra esconder os novos cortes. Coloquei meus tênis All Star vermelho. Olhei-me novamente no espelho e pensei
"Estou bem". Eu estava me afogando no meu próprio choro, suplicando minha própria vida, pedindo socorro a quem pudesse escutar o silêncio.
Era um belo resumo para minha vida, desde que meu pai traiu minha mãe e ela agora bebe e joga toda a culpa em mim. Pego meus livros, cadernos, cigarros e celular, e os coloco dentro da minha mochila preta que estava jogada em um canto qualquer. Desço às escadas e vou em direção a cozinha. Resolvo tomar uma boa xícara de café amargo, antes de ir para a escola. Enquanto isso, minha mãe abria mais uma cerveja antes de sair com o novo namorado dela. Uma vadia. Era assim que ela era. Às vezes agia feito mãe, indo em reuniões e guardando um pedaço de pizza, e nas outras vezes sempre usava roupas curtas, maquiagem em excesso e cheirava a bebida. Ela foi para sala depois de pegar sua cerveja. Depois de um pequeno e curto momento de paz, escuto seus berros.

Mãe: - Meu Deus garota, você puxou seu pai. Aquele idiota. Sai logo daqui!

Mirella: - Calma, porra!

Pego minha mochila e passo pela sala, vendo minha mãe me olhar com desdém, como se ela não me suportasse. Sai de lá, esperando a hora que ela enxergasse a mãe terrível que estava sendo. Levo um cigarro em direção a minha boca, ponho fones de ouvido e vou para a escola.

Cheguei na escola e observei aqueles adolescentes, a maioria rindo e aparentemente felizes com suas vidas, revirei os olhos.

Olhei para trás e avistei Chris, conversando com um dos seus amigos, estava com um de seus moletons favoritos do Harry Potter, com aqueles cabelos bagunçados e óculos redondo. Eu o conheci no ano passado, ele fazia educação física e matemática junto comigo. Legal, gentil e desbocado. Ri sozinha, lembrando que nos conhecemos da forma mais inédita. "Ele estava andando no refeitório distraído, conversando com uma garota que segurava um livro e tinha aparelho. E eu nesse dia estava escutando música e andando em direção ao pátio para matar aula, quando um molho de espaguete suja toda minha blusa de frio. Ele todo desajeitado com tamanha atenção, e eu já acostumada a ser motivo de piada ( obs: eu tinha mexas coloridas no cabelo) as pessoas simplesmente zoavam isso. Naquele dia ele foi no shopping comigo e compramos uma blusa nova para mim. Desde desse dia viramos amigos."

Enquanto ia em direção a ele, uma garota, mais especificamente Giovanna. Para em minha frente e joga o livro que estava em uma das minhas mãos no chão. Eu olho furiosamente para ela. Ninguém estava dando muita atenção para a cena, para minha sorte. Olho para ela furiosamente. Não posso fazer nada. Ela não tem culpa do que aconteceu naquela época. Ela tem motivos para estar brava.

Quando tento pegar meu livro, um salto pisa em minhas mãos. Aí! Causando uma dor aguda, então sinto meus olhos encherem d'água.  Eu olho para os lados e vejo todos ao meu redor rindo, principalmente Giovanna e Patrícia. Lá estava eu sendo o centro das atenções novamente na minha escola. Corro em direção ao banheiro.

"Giovanna era minha única amiga. Nós brigamos. E ela se vinga diariamente. "

"Mas então, pelo visto já conheceram essa droga de Escola: High School Libert, mais conhecida como meu inferno pessoal..."

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Obrigada por lerem! Espero que tenham gostado. Continua...