Day 03 - "Presente de Natal"

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Chegando em casa, numa segunda feira dia 22 de dezembro, Dulce sentou-se no sofá da sala ao lado do marido dando um leve suspiro. Seu dia havia sido horrível, ainda mais nessa data. O Casal não gostava nada do dia 22 pois estava bem próximo ao natal e hoje faz dois anos que seu anjinho se foi de seu ventre.

Depois do casamento e de terem se mudado para New York, os conjugues permaneceram com o sonho de ter filhos, mas depois de quatro anos de casamento o casal descobriu a gravidez e junto dela o risco.

Com apenas cinco meses de gestação, Dulce descobriu o coração de sua menininha estava muito fraco, e que ela precisar tirar ele da barriga o mais rápido possível antes que passasse mal também. Mas quando a cessaria foi feita, ela descobriu que tinha de fazer uma escolha rápida, ou seria ela ou o seu bebê.

— Tem que ter um jeito e salva-las – Disse aos prantos com os olhos cheios de lagrimas e o rosto vermelho.

— Não será possível. – O médico seguiu profissionalmente – Sua esposa está desacordada, está em coma, por isso tem que ser decidido, ou ela ou o bebê.

— Não posso deixar a minha esposa ir, não terei forças para cuidar da nossa filha, sozinho– se sentou na cadeira e passou as mãos no cabelo – Assim como não vou aguentar a dor de ter ela do meu lado, chorando, pois perdemos a... a... – Deu um sorriso de canto e lembrou do nome que a esposa havia escolhido com ele na semana passada – a Alice.

— Doutor – a enfermeira o chamou – ela se foi...

— Quem? – O acompanhante se levantou alterado.

— Me de licença – disse se afastando e entrando na sala.

Alguns dos seguranças junto da enfermeira tiveram eu segura-lo, por conta do desespero e preocupação ele quase entrou na sala.

A data era marcante e dolorosa para os dois. Difícil para a esposa que sabia que nunca mais poderia engravidar e para o esposo que tinha de se manter forte em frente a ela.

Olhando-a, Christopher passou o braço ao redor se seus ombros e a puxou para si, enquanto a amada deitava a cabeça em seu peito.

— Chegou um pouco tarde hoje – quebra o silencio após dar-lhe um beijo na cabeça.

— Desculpe não ter avisado, fui ao hospital com uma colega de trabalho – suspira – mas enfim, estou em casa – retribui o carrinho com um beijo no cantinho de seus lábios.

— Ela está bem? – questiona preocupado.

— Sim, ela foi me acompanhar em uns exames, são coisa de rotina – justifica.

Já tinha mais de um mês que estava envolvida com esses exames e nunca tinha a companhia do marido ao decorrer deles.

— Deveria ter me ligado, eu poderia te acompanhar.

— Eu estou bem – segura seu rosto entre as mãos – juro que foi apenas um problema de pressão. – Volta a abraça-lo e apreciar a televisão. – Deve ter sido pela correria do dia-a-dia, não tomei café e tive uma reunião de tarde. Fui almoçar umas 15h.

— Já disse para não fazer isso.

— Sabe que nesses dias tenho muito trabalho, a loja recebe muitas encomendas e eu tenho que cadastra-las e emitir a nota.

O casal permaneceu em silencio até passar uma propaganda de comidas para o natal, nela mostrava uma família conversando e rindo enquanto a menina caminhava até eles dando seus primeiros passinhos.

O rosto do esposo ganhou um semblante mais triste, a imagem de sua mulher gravida e as ilusões lhe invadiram a mente.

— Acho que nunca poderemos ser pais, meu amor – diz a companheira.

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