Réveillon -Especial de Ano Novo

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— Ele não pai!

— Por quê não querida?

— Porque ele é o cara mais chato, arrogante, insensível e metido desse mundo!

— Você nem o conhece direito Dulce!

— Não preciso, já viu o jeito que ele trata as pessoas? Com ele eu não vou!

— Querida, temos que resolver os problemas do novo hotel e ele é nosso sócio, tem que ir um representante da nossa empresa e da dele.

— E por que, de repente, ele decidiu ir? Ele sempre manda alguém no lugar.

— Eu não sei, deve querer ver as coisas como estão por si mesmo.

— E por que eu tenho que ir representar nossa empresa?

— Porque no momento estou muito ocupado, você sabe.

— Não tinha mais ninguém?

— Ninguém que eu confiasse tanto, é um assunto importante, sabe disso Dulce.

— Okay, okay. O que eu não faço por você?

— Te amo!— a abraçou.

Às 15:00 horas em ponto, Christopher estava na frente da empresa Espinoza's  esperando a representante da mesma. Precisavam resolver uns problemas sobre o novo hotel e como dá última vez as coisas não se saíram muito bem, resolveu que dessa vez ele mesmo tomaria a frente. Passavam os minutos e nada da filha de Fernando Espinoza aparecer, Christopher era muito pontual e atrasos o irritavam, e ela sabia muito bem disso, por isso fez a questão de só aparecer as 15:44.

— Podemos ir?— Dulce perguntou ficando ao lado dele.

— Quarenta e quatro minutos atrasada, Srta. Espinoza.

— Foi proposital! É melhor irmos.

— Claro que foi! — entrou no carro e bateu a porta.

— Grosso! — ela abriu a porta de trás e colocou sua mala lá, deu a volta e sentou no banco do passageiro.

Christopher ligou o carro e saiu do estacionamento apressado. Quanto mais cedo chegasse no hotel, mais cedo sairia. Foram trinta minutos em um silêncio tedioso, Dulce não era maníaca com as horas, igual a pessoa do seu lado, mas ficar ali sem fazer absolutamente nada, fez com que ela olhasse o relógio a cada minuto.

— Posso ligar o rádio? — talvez uma música ajudasse com o tédio, já que ela definitivamente não queria conversar com o homem no volante. Ele nada respondeu, porém mesmo assim ela ligou o aparelho.

Passava Girls like you do Maroon 5, ela amava aquela música e tentou desesperadamente não começar a gritar, mas chegou um certo momento que ela não aguentou mais e cantou baixinho. Mesmo assim ele ouviu, não estava gostando daquilo, da música e nem da cantoria, tinha acordado com dor de cabeça e ela continuava ali, mas se falasse algo acabaria em discussão e naquele momento era o que ele mais queria evitar.

Várias músicas boas, de acordo com Dulce, passaram na estação, como Perfect do Ed Sheeran, Echo de Jason Walker, Believer e Thunder de Imagine Dragons. Ela cantou todas, baixinho, mas em alguns momentos o volume da sua voz aumentava por conta da emoção, e ela se repreendia por isso. Não queria que ele a visse em um momento tão particular, tão dela.

Quatro horas dentro daquele carro foram suficientes para Dulce ficar muito faminta, ela até havia levado coisas para comer no caminho, como salgado e biscoitos, mas não adiantou muito. Ela tinha um problema com comida, que se resumia á nunca satisfeita, principalmente quando estava triste, nervosa, ansiosa e entediada.

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