♪Day 02 - Lembranças Natalinas♪ - Vondy

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~•Alguns Dias Para O Natal•~

No natal daquele ano, Dulce passaria em sua antiga casa, a casa onde morou até ter sua maior idade, casa que ficava em outro estado. Seu marido, Christopher estava ao seu lado no avião prestes a decolar, segurando firme sua mão contra o encosto, enquanto ela apertava-lhes os dedos. Ela sempre tiverá um grande medo por aquele tipo de transporte, sempre que botava os pés dentro de um aeroporto suava frio e criava coisas em sua cabeça que a mantinham em total pavor. Nunca gostou de altura, principalmente a mais de mil pés do chão. Se pudesse escolher entre viajar por 5 horas em um transporte aéreo e viajar por 12 horas em uma mini-van, ela certamente escolheria a tal da mini-van. A primeira viajem dela teve como resultado calças molhadas de urina e isso no auge de seus dezenove anos.

"O transporte mais seguro do mundo" uma ová, ela nunca confiou em nada disso, vai que justamente o vôo onde estivesse o avião caísse? Além de sua sorte adorar lhe pregar peças. Agora aos 32 anos, nada havia mudado, porém tentava com todo esforço não se firmar a seu medo e pelo menos pensar positivo uma única vez. Era por uma boa causa, veria seus pais depois de muito tempo desde o último natal que passaram juntos. Se viam pouco por causa da distância e ela sentia falta deles, de sua família.

O fato de Christopher estar com ela a fazia senti-se mais segura, apesar de não totalmente. Ela o amava desde muito nova e conhecê-lo foi uma das melhores coisas que lhe aconteceram, era feliz no casamento com ela, casamento com dois anos e três meses de duração, nunca pode imaginar viver com outro homem que não fosse ele, era sua alma gêmea. Se ele fosse diferente, com certeza não teria paciência com seu medo, ele estaria irritado com ela e lhe dizendo que era uma tola, mas seu marido era carinhoso e sempre a mantinha calma, ele sempre foi paciente. Mesmo que talvez estivesse somente disfarçando.

“Dulce você não precisa ficar com tanto medo”.— disse em um tom aveludado, tom que ela tanto adorava, apesar de odiar quando o usava em público, sempre se sentia excitada, bom, se excitava com qualquer coisa que ele fazia, até mesmo quando preparava o jantar para ela, não existia nada mais sexy do que seu homem em um avental floral.

“Claro que eu preciso! Vamos ficar bem alto no céu! Não sabe o quanto isso é perigoso? Cair de uma altura tão grande!” — apertando cada vez mais forte o assento com suas mãos suadas. Ela queria pular aquela parte, avançar como fazia no DVD nas partes que não gostava dos filmes em que assistia, na vida real aquela opção seria bastante útil.

Então as turbinas foram acionadas, o avião estava pronto para a decolagem, o que a deixo mais desesperada ainda, querendo fugir, mas o amor de sua vida apertou sua mão bem forte e começou a conversa com ela. Ele sabia que conversar a deixava distraída do mundo real por alguns instantes. Fechou seus olhos e respirou fundo, enquanto tentava não se desesperar com as tremidas do avião, seu estômago começou a dar cambalhotas, ela não sabia exatamente se era pelos movimentos ou por seu pavor. Christopher permitiu que apertasse cada vez mais sua mão, crente de que ela não tinha força o suficiente para quebrar seus dedos, mas viu que se equivocou.

“Oh! Eu não quero morrer!” — agarrada cada vez mais a Christopher. Ele a abraçou e sussurrou um: “Você não vai morrer meu amor, não quando eu ainda estiver respirando”. E ela queria acreditar, porém como Chris saberia? Não pode ver o futuro ou sentir más vibrassões, nem mesmo ver a áurea através de cada uma das pessoas, mesmo que nunca tivesse acreditado na mediunidade.

As pessoas estavam em seus assentos, com os cintos afivelados e preparados para a decolagem, o avião já saia de plataforma, não tinha mais como fugir, teria de encarar, ficar a 30 mil pés do chão naquela geringonça de metal pesado durante 8 horas inteiras, seus pais a esperavam para o natal e estavam muito ansiosos por isso, por vê-la, além dos pais de Christopher que também estariam lá. A família dos dois era bastante unida e Dulce sempre adorou essa relação de cumplicidade, sem rixa nem nada parecido.

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