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- Vou fazer o jantar enquanto esperamos notícias. -disse Gabriel indo para a cozinha.

- Você cozinha?

- Como eu disse antes, eu moro sozinho, se eu não cozinhar eu não como.

- Mas... Você não cozinhava nem quando enxergava, eu cozinhava para você.

- Eu sabia cozinhar, mas preferia a sua comida. -afirmou rindo.

- Então deixa eu cozinhar para você.

- Não precisa, você é o convidado.

- Você está tão fofo com esse jeito gentil e acolhedor, antes era mais agressivo e dominador, chega a ser estranho ver você tão calmo. -Pedro se aproximou e não resistiu a imensa vontade que sentia de o abraçar. - Agora sai da frente, eu vou cozinhar, considere isso um tratamento médico especial para melhorar sua alimentação.

  Ele passou por Gabriel e foi para cozinha, havia uma imensa quantidade de frutas e legumes, pelo jeito ele realmente estava comendo de forma saudável, o problema da sua saúde provavelmente era a quantidade, Pedro começou a preparar uma sopa bem colorida, Gabriel ajudou ele a cortar os legumes. Pedro estava começando a gostar do jeito fofo de Gabriel, antes ele já tinha uma aparência bonitinha, mas na época era muito bruto, agora além de lindo estava um docinho e Pedro estava quase babando nele, toda hora parava para o encarar.

- Prontinho, coma bastante, você precisa ganhar peso. -disse Pedro enchendo o prato de Gabriel.

- Você não acha que eu estou gordo?

- Que? -perguntou rindo achando que Gabriel estava brincando. - Claro que não, além disso sua saúde vem em primeiro lugar. -Gabriel sorriu e ficou vermelho. - Por que está tão preocupado com seu peso? Isso nunca foi problema para você.

- Nada, vou comer.

   No mesmo momento alguém bateu na porta, Pedro foi atender, ao abrir a porta havia uma mulher alta, forte, bonita, de cabelo longo preto e usando uniforme da polícia.

- Boa noite, sou a delegada Lana.

- Boa noite, sou Pedro acabei de me mudar, estou trabalhando no hospital.

- Sim, você é novo médico certo?

- Sim senhora, minha casa está como?

- Eu fui até lá com os bombeiros, consegui pegar esses papéis e essas roupas. -Lana puxou um saco que estava no canto. - Salvamos seus documentos também, mas a casa e os móveis estão bem destruídos, você vai ter que procurar um lugar para ficar enquanto reconstruímos a casa.

- Vocês vão reconstruir?

- Claro, sempre fazemos isso quando algo do tipo acontece, não se preocupe, se não achar um lugar para ficar, fique com minha casa.

- Nossa... Muito obrigado, nem sei como agradecer, de qualquer forma eu insisto em ajudar no concerto, afinal a casa é da minha família.

- Não se preocupe com isso, cuide bem dos pacientes de nossa cidade e nós cuidamos da sua casa.

- Ok...

- Agora preciso ir, mande um abraço para o Gabriel.

- Tudo bem. -a mulher saiu correndo, subiu em um cavalo e foi embora cavalgando. - Uau, de onde saiu essa mulher? -Pedro pegou o saco e foi para dentro.

- Era a delegada?

- Sim, ela mandou um abraço, aquela mulher é... -faltaram palavras para Pedro explicar o que queria dizer.

- Eu entendo sua reação, ela é uma figura, foi ela que me resgatou do acidente.

- Sério?

- Sim, ela surgiu do nada, eu já não estava vendo, apenas senti ela me tirando das ferragens, acredita que a mulher me pegou no colo.

- Por que não consigo me lembrar dela?

- Lana era muito tímida, ela não falava com ninguém, quase não dava para perceber a presença dela, nesse tempo ela treinou e ficou forte.

- Incrível... Mudando de assunto, estou sem casa...

- Como eu disse antes, pode ficar aqui, é bem vindo, fique com o quarto no final do corredor é bem confortável.

- Obrigado, eu vou pagar o aluguel.

- Para com isso, pode ir lá se ajeitar, eu vou dormir.

- Antes você vai terminar sua sopa. -Gabriel tinha parado na metade do prato.

- Eu já comi bastante.

- Nada disso, eu nem coloquei muita comida, antigamente você comia três desse, vamos logo, é só uma sopa.

- Tudo bem.

  Pedro esperou Gabriel comer até não restar mais nada, ele estava estranhando essa falta de interesse em comer, havia algo errado, eles se despediram com um "boa noite" e cada um foi para um quarto, Pedro sentou na cama de casal e fez cara de decepção "Que droga, queria agarrar ele, dormir abraçado nesse frio seria ótimo, pena que ele arranjou outra pessoa para amar." Pedro encostou na cama e logo dormiu, estava exausto por tudo o que havia acontecido.

Dança No Escuro Onde histórias criam vida. Descubra agora