Faltam lembranças

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Verônica narrando...

A manhã de hoje está linda, estou tão feliz.
Vó: Verônica, querida! Como foi ontem à noite? Seu encontro...
Acho que bebi um pouco ontem à noite, não me lembro muito bem das coisas.
Verônica: Foi bom , muito agradável!
Vó: Que horas você chegou?
Que horas... não me lembro.
Verônica: Antes das onze.
Vó: Querida, passei no seu quarto meia noite e nada do seu paradeiro.
Não sou de voltar tarde pra casa...
Helen: Nos encontramos ontem e fomos comer um hambúrguer.
Helen surge do nada. Nós duas juntas, comendo um hambúrguer? Como poderia me esquecer de algo tão milagroso?!
Helen: Rola uma carona com a Hannah hoje?
Verônica: Sim, eu acho.
Em seguida ouço Hannah tocando a campainha.
Verônica: Beijo vó!
Vó: Boa aula meninas!
Assim que abro a porta, sou surpreendida.
Marcos: Oi Verônica! Posso conversar com você?
Verônica: Claro.
Saio e fecho a porta.
Marcos: Quero me desculpar com você.
Verônica: Porque?
Marcos: Queria sair com você faz um tempo, aí o Jackson e os outros rapazes fizeram uma aposta. Eu devia sair com você.
Eu não acredito nisso!
Marcos: Mas não te chamei só por causa da aposta e sim porque eu já quis chamar você, desde quando eu era o outro Marcos.
Verônica: Tudo bem! Nem desconfiei.
Marcos: Não? Pensei que soubesse, vi você ontem, perto da Jessy, depois disso você simplesmente sumiu.
Sumi?!
Verônica: Devo ter vindo para casa. Você lembra o horário?
Marcos: Não era nem dez da noite.
Se não voltei pra casa cedo, onde estive?
Marcos: Se não se importa, eu disse pra Hannah que você ia pra escola comigo!
Verônica: Ah, ok!
Helen: Eu vou sozinha.
Helen surge de repente, com um copo de café e sua mochila. Não a impeço de ir. Quando chegamos na escola, Marcos sai do carro e vem abrir a porta para mim.
Verônica: Que cavalheiro.
Ele se aproxima de mim e pega na minha mão.
Marcos: Vamos?
Sinceramente. Não sei o que está acontecendo, mas estou gostando. Por onde passávamos, éramos o centro das atenções.
Verônica: Não tem nenhuma aposta por traz disso?
Marcos: Claro que não. Aqui está seu armário, vou ir até o meu.
Ele então me dá um beijo e sai. Um beijo! Isso mesmo!
Hannah: Olha só quem está de namorado!
Verônica: Será?
Hannah: Até que eu shippo vocês! São fofos.
Hannah: Como foi o encontro? Pelo que vi, foi ótimo!
Nunca pensei que fosse namorar alguém, não depois de ter saído uma vez com a pessoa, é que na verdade, nos conhecemos há mais tempo, mas mesmo assim. Outra coisa, ninguém mais fala em "encontro" e sim, sair. Sou patética.
Verônica: Por acaso, fui na sua casa ou falei com você ontem durante à noite?
Hannah: Não, nenhuma mensagem.
Verônica: Ah.
Tente lembrar Verônica! Lembre-se!
Loiro alto: Deixou cair!
Verônica: Obrigada!
Meu coração acelera de um jeito que...
Loiro alto: Verônica não é?
Verônica: Sim, e você?
Peter: Me chamo Peter!
Em seguida os microfones da escola anunciam uma terrível notícia.
Diretor: É com uma imensa tristeza que faço esse anúncio. Duas alunas da nossa escola estão desaparecidas, Jessy e Andy. Qualquer informação que possa nos ajudar é bem-vinda!
Jessy? Andy? Desaparecidas?

Depois da aula...

Hannah: Que terrível!
Verônica: Sim. O que será que houve?
Hannah: Não faço a mínima ideia.
Marcos: Olá Hannah! Oi meu amor.
Verônica: Como está o Jackson e Scott?
Marcos: Nada bem.
Jackson é um galinha, namora quantas garotas quiser, pelo que entendi ele estava envolvido com a Andy e o Scott com Jessy.
Verônica: Bom, vou pra casa. Até depois!
Hannah: Te dou uma carona.
Marcos: Deixa que eu dou!
Verônica: Não, obrigada. Vou voltar andando.
Coloco meus fones de ouvido e volto para casa. Chegando lá, vou direto para o meu quarto, começo limpando e organizando. Está uma zona!
Tempo depois, acabo derrubando meu celular no chão, assim que me abaixo para juntá-lo encontro uma coisa ao lado do celular.
Verônica: É um colar, uma corrente.
Ela está com algo pouco vermelho.
Verônica: Isso é sangue.
Helen: O que está fazendo com o colar da Jessy?
Sou pega de surpresa.
Verônica: Jessy?
Helen: Sim, olhe no pingente, é a inicial dela e também já vi em seu pescoço. O que está fazendo com ele?
Como vou dizer que encontrei em meu quarto? Não teria o menor sentido.
Verônica: Bem... Encontrei quando estava vindo para casa.
Helen: Vamos entregar a polícia!
Verônica: Levo para os pais dela hoje à tarde!
Talvez eu consiga informações.
Helen: Verônica... não é uma boa ideia.
Verônica: Saia daqui! Eu sei me cuidar sozinha! Já sou bem grandinha, ah, e somos apenas primas, lembra?
Tudo bem, me alterei, mas ela me trata exatamente assim!
Helen: Onde você estava ontem?
Verônica: Não estava com você?!
Helen: Eu menti para a vovó sua idiota.
Verônica: Nunca pedi nada.
Helen: Aonde Verônica? AONDE?
Verônica: No cinema com o Marcos!
Pelo menos é o que eu pensava.
Helen: Então porque diabos, ele me mandou uma mensagem perguntando de você? Que você tinha ido embora...
Verônica: Helen, já chega.
Helen: Você odiava a Jessy. E me disseram que viram você sair do cinema bem alterada, depois dela sussurrar em seu ouvido.
Será que tive alguma discussão com a Jessy?
Verônica: EU NÃO FIZ NADA HELEN, NADA.
Grito com todas as minhas forças.
Verônica: Nunca machucaria ninguém. E se serve de consolo, eu encontrei a Hannah.
Helen: Chega de mentir, a Hannah também não sabia de você durante a noite inteira.
Verônica: Como você poderia saber?
A campainha toca.
Helen: Vou atender.
Enquanto tenho oportunidade, pego minha mochila, coloco algumas coisas e saio pela janela, chegando lá embaixo vejo Helen na porta conversando com Marcos. Ele me vê.
Verônica: Se despeça dela, rápido. Vamos sair.
Falo o mais baixo possível, em seguida Helen entra para dentro de casa, e vou com Marcos até a casa dele. Quando chegamos lá, a casa estava muito silenciosa.
Marcos: Meus pais estão fora da cidade.
Verônica: Posso ficar aqui por um tempo? Quero dizer, algumas horas é claro! As coisas com a Helen estão muito tensas.
Marcos: Pode sim.
Ele sorri.
Verônica: Marcos, preciso te contar uma coisa.
Marcos: Tudo bem.
Verônica: Não lembro de praticamente nada de ontem à noite. Nem como cheguei em casa.
Marcos: O último lugar que vi você foi lá no cinema.
Marcos parece preocupado.
Verônica: A Helen disse que me viram meio que alterada, depois de uma conversa com a Jessy.
Marcos: Ela devia ter falado sobre a aposta. Você pode ter se chateado e ido embora.
Ele fica de cabeça baixa.
Verônica: Olha, eu perdoo você sobre a aposta e tudo mais, sabe, não tem porquê guardar rancor.
Na verdade tinha sim.
Marcos: Sinto muito.
Acho que é melhor não falar mais disso. Me sinto uma palhaça quando lembro.
Verônica: Não fui pra casa antes da meia noite... Nem sei o horário que cheguei em casa.
Marcos: Sabe, logo que você saiu do cinema, a Jessy e a Andy também saíram.
Verônica: O que quer dizer?
Marcos: Nada, só achei que devia saber.
Verônica: Elas não me seguiriam...
Marcos: Você conhece a Jessy.
Tudo ficava cada vez mais confuso. O celular dele começa a tocar no meio da conversa.
Marcos: Espera aí, vou atender essa ligação.
Verônica: Ok.
Enquanto Marcos estava no telefone, eu observava os quadros e a decoração de sua casa, tudo tão elegante. Depois de um tempo, observo um dos quadros o qual tinha uma fotografia, nela um homem em meio a multidão, chama a minha atenção. Pera aí, não é um homem qualquer, parece o... o Peter! É igual ao Peter!
Marcos: Verônica...
Verônica: Marcos essa fotografia é de quando?
Interrompi ele com minha pergunta.
Marcos: Foi um dia de festa aqui na cidade eu acho, esse é meu avô, ele tinha nossa idade mais ou menos, um pouco mais velho, porque? Bom não importa o motivo agora.
Avô?! Eu posso estar ENLOUQUECENDO. Como Peter iria aparecer em uma fotografia de uns 60 anos atrás, não faz sentido.
Marcos: Verônica!!!
Verônica: O que foi?
Marcos: Encontraram a Jessy...

Consequências De Um Primeiro AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora