Verônica narrando...
Quanto mais tento perguntar sobre ontem, mais ela (Hannah) troca de assunto.
Verônica: Hannah...
Ela deita em minha cama.
Hannah: O cara mais velho, o que foi me buscar, ele...
Fico em silêncio.
Hannah: Marquei um encontro com ele ontem.
Ela começa a chorar.
Verônica: Não precisa, sério.
Vou até ela, lhe dar um abraço.
Hannah: Ele tinha um papo estranho sabe? Queria me levar para casa dele, quando chegamos lá, tinha uns homens ameaçando ele.
Verônica: Ameaçando?
Hannah: Não sei de é o termo adequado.
Fico calada.
Hannah: Ele pediu para que eu esperasse na sala, porque ele tinha que resolver um assunto, mas que era rápido.
Ela suspira.
Hannah: Porque fui marcar um encontro?!
Nos encaramos por alguns segundos e então vamos na gargalhada.
Hannah: ENCONTRO!!!
Eu estava rindo tanto que me falava ar e minha barriga chegava a doer.
Hannah: Consequência dos clichês que assistimos.
Estar com a Hannah, ter a Hannah como minha amiga, é simplesmente maravilhoso, eu a amo e sei que é recíproco.
Verônica: Minha barriga!
Hannah: Encontro!
Rimos mais um pouco.
Verônica: Você é incrível Hannah, não precisa dessas coisas, não precisa sair com caras mais velhos. Só se você queira e goste né. Mas toma cuidado.
Nunca pensei em me inscrever em um site de relacionamento, tenho curiosidade sobre isso, confesso.
Verônica: Agora termine a história! Estou quase explodindo de curiosidade.
Hannah: Os homens estavam falando algo sobre caçar os demônios.
Demônios?
Hannah: O cara que saiu comigo, mandou os outros não pararem a busca.
Talvez a palavra "demônio" pode ser sido usada em outro sentido, não no que estou pensando.
Verônica: Talvez eles tenham se referido em demônios, como por exemplo, pessoas ruins.
Hannah: Verônica acho que você se enrolou um pouco, mas entendi. Acho que é isso né, que porque monstros e fantasmas não existem. Hahahaha!
Hannah pega uma de minhas almofadas e joga em minha direção.
Verônica: É guerra?!
Hannah: SIM!
Começamos uma a jogar almofada na outra. Depois partimos para os travesseiros.
Quando já estávamos cansadas, simplesmente paramos e nos jogamos em direção a cama. E advinha?!
Hannah: VERÔNICA! PRECISA TREINAR SUA MIRA!
*gargalhadas*
SIM! EU CAÍ NO CHÃO.
Hannah: Vem aqui do meu lado.
Ao me levantar, deito em seu lado.
Verônica: Mas esse cara que você saiu, é detetive ou algo assim?
Hannah: Acho que sim, não reparei muito no perfil dele.
Verônica: Se eu fosse uma detetive, provavelmente não colocaria isso na minha bio, de um site de relacionamento não.
Hannah: Pode ser.
Hannah não parece mais incomodada com as perguntas, com o MEU interrogatório.
Verônica: Eles poderiam estar falando da Andy.
Hannah: Isso tudo é muito bizarro, essa cidade é louca e estamos enlouquecendo junto.
Errada ela não está.
Tenho quase certeza que essa história da Hannah poderá me ajudar na minha "investigação" com a Jessy. Mesmo que eu não faça parte do sumiço das meninas, quero ajudar, quero descobrir o que houve, até porque Andy ainda está desaparecida, penso também que, pode haver uma minúscula possibilidade de que eu possa descobrir mais sobre meus pais. Da outra vez éramos nós três, os dois sumiram e se dessa vez éramos nós três (eu, Andy e Jessy) também?
Hannah: Pode ter sido uma ameaça, foi confuso.
Verônica: Mas o que você fez quando ele entrou?
Hannah parece inquieta.
Hannah: Sai pelos fundos e fui correndo para casa. Antes dele entrar na casa.
Verônica: Hannah, você pode estar em perigo, vai saber se esse homem não vai perseguir você.
Ela dá de ombros.
Verônica: Como você sabia que tinha porta dos fundos?
Hannah: Instinto.
Instinto? Faz um pouco de sentido, mas tenho minhas dúvidas.
Hannah: Preciso fazer algo à respeito? Sobre a possibilidade dele me perseguir.
Verônica: Precisamos pensar.
Hannah: Quer saber? Só quero ir nessa festa hoje à noite e curtir. Que se dane os problemas.
É um pensamento totalmente insensato, mas quem disse que quero ser sensata hoje?
Verônica: Você tem que se cuidar, está em perigo.
Hannah: Verônica, está tudo bem, sério. Deixa de ser paranóica, você quer tanto quanto eu curtir essa noite, te conheço.
Outra vez, certíssima.
Ela senta em frente a minha penteadeira e começa a se maquiar.
Verônica: Hannah... tem algo que me causa muita angústia, que está na minha cabeça, não consigo esquecer.
Hannah: Verônica, o que foi?
Me aproximo.
Verônica: Na casa do Marcos, quando fui lá, havia alguns quadros de fotografias.
Na verdade quase todas as pessoas tem fotografias espalhadas pela casa, mas sei que ela entendeu.
Hannah: Você foi na casa do Marcos?
Ela me olha com malícia.
Verônica: Longa história. Enfim, observei um dos quadros, em especial um da época do avô do Marcos...
Hannah: E...
Verônica: ... e o Peter estava nela.
Hannah: Você estava bêbada?
Verônica: Hannah!
Ela ri.
Hannah: Pessoas parecidas umas com as outras existem em todos os lugares.
Verônica: Sabia que ia discordar, mas era totalmente idêntico ao Peter. TOTALMENTE.
Hannah: Já parou para pensar que poderia ser um parente do Peter? Até mesmo o avô dele?
Verônica: É verdade, não pensei nisso. Ultimamente eu estou um pouco paranóica.
Um pouco?!
Hannah: Todos estamos.
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Consequências De Um Primeiro Amor
Teen FictionO primeiro amor é de fato inesquecível, mas nem sempre é um conto de fadas, muito menos quando um dos dois pode ser considerado um verdadeiro demônio...