Verônica narrando...
Jessy: Não vai me convidar para entrar?
Verônica: A sala é por aqui.
Assim que ela entra, fecho a porta.
Jessy: Espera, o Scott já vem.
Verônica: Depois eu abro a porta para ele então.
Jessy: Só queria conversar com você.
Verônica: Deixa eu adivinhar... Você também pensa que fui eu? A responsável por isso?
Aponto para sua cadeira de rodas.
Jessy: Sei que você não é assim, sarcástica e sem piedade.
Verônica: Pera aí, você quer minha piedade?
Jessy: Verônica, só quero descobrir quem fez isso comigo. Não me lembro daquela noite. A partir do momento que saí de lá com a Andy.
Verônica: Continue...
Jessy. Aquela noite provoquei você, em seguida você foi embora, eu e a Andy saímos um tempinho depois, Andy queria fumar comigo, fomos até a trilha da floresta.
Quer ficar sozinho? Sair fumar, pensar, beber? Vá para a floresta.
Verônica: Você fuma?
Jessy: Por favor, não conte isso. Meus pais me matariam.
Verônica: Porque fumar justamente na floresta?
Jessy: Eu não sei. Mas apartir daí eu não me lembro de mais nada.
Verônica: Jessy, já que eu vou guardar esse seu segredo, espero que guarde o meu.
Jessy: Pode confiar!
Verônica: Não consigo lembrar de praticamente nada daquela noite. Nem sei como cheguei em casa. Vou confessar que, eu tenho medo de ter sido responsável por algo, mas sinto que não fiz nada, e não faria. Apesar do ocorrido.
Jessy: Sei que não foi você Verônica. Se não eu perceberia, melhor dizendo, sentiria. Mas, se você não lembra de praticamente nada daquela noite, assim como eu...
Verônica: Isso não poderia ter sido uma coincidência. Com certeza não. E se alguém armou para nós?
Posso ter me precipitado.
Jessy: Quem poderia ter feito isso? A Andy ainda está desaparecida.
Verônica: Pode achar loucura mas, quando você estava no hospital, eu estava lá com o Marcos e teve uma hora em que conversei com uma das enfermeiras.
Jessy: E o que ela disse?
Verônica: Que você tinha umas marcas de mordidas em seu corpo e quando chegou no hospital, não tinha muito sangue. Ela meio que deixou claro que não parecia mordida de nenhum animal. E que parece ter sido um "milagre".
Jessy suspira.
Jessy: Espera, você acha que foi algo sobrenatural?
Fico calada.
Jessy: Uma criatura sobrenatural?
Verônica: Uma criatura sobrenatural!
Jessy fica sem palavras.
Verônica: Jessy, você realmente acha que foi apenas uma coincidência termos perdido a memória daquela noite?
Posso ter enlouquecido, mas não posso descartar nenhuma possibilidade.
Jessy: Pra ser sincera, não me lembro dos dias que fiquei desaparecida.
A Jessy não ficou desaparecida por tanto tempo, se não tivessem encontrado ela, não sei o que poderia ter acontecido...
Verônica: Foi como se tivessem apagado ela, sua memória.
Jessy: Exatamente. Precisamos falar com o policial, detalhes, precisamos de detalhes.
Verônica: Precisamos ir para a floresta.
Jessy: Isso é loucura.
Verônica: Sempre fomos lá, não vai ser agora que vamos desaparecer, sei lá.
Jessy: Lembrando que eu e a Andy desaparecemos lá... É perigoso.
Verônica: Fui lá ontem e estava tudo normal.
Jessy: Entenda! Nós três por algum motivos podemos ter sido alvos de alguém, você não lembra nem como chegou em casa, eu junto da Andy, desapareci, olhe só pra mim. ESTOU SEM PODER ANDAR. PODERIA ESTAR MORTA, MORTA.
Jessy começa a chorar.
Jessy: Estou me sentindo inútil por não poder andar, mas uma outra coisa que não faz sentido. Todos no hospital acham que né recuperei muito rápido, pra quem chegou no hospital na beira da morte, estou ótima. Verônica me ajuda a juntar as peças. Podemos estar loucas mesmo, mas acredito em criaturas sobrenaturais, espíritos, nessas coisas todas, e quando tudo isso aconteceu comigo, só me fez ter certeza. Entende?
Ela está totalmente certa.
Verônica: Podemos nos lembrar de algo ou encontrar algo. Vale a tentativa. Vamos para a floresta, mas sozinhas, antes de tudo, vamos esperar um pouco, tudo se acalmar
Jessy: Tudo bem.*Toque da campainha*
Jessy: Deve ser o Scott.
Quando abro a porta, ganho um grande abraço de Hannah.
Hannah: Verônica!!!
Verônica: Onde você esteve? Não respondeu minhas mensagens nem atendeu minhas ligações.
Hannah: Vou te contar tudinho! O Scott está lá fora. Ah, não vi que tinha visita. Oi Jessy.
Jessy: Oi Hannah.
Verônica: Entra Hannah, fiquem a vontade meninas, só vou ali na cozinha.
Preparo um lanche para as meninas e sirvo um suco.
Hannah: Hummm! Parece delicioso, obrigada.
Jessy: Realmente está muito saboroso. Obrigada Verônica.
Pela primeira vez na vida, não sinto raiva nem nojo da Jessy, foi como se essa tragédia totalmente maluca e sem nexo, tivesse nos unido, quase isso.
Verônica: Imagina! Vocês vão na festa do Peter hoje?
Jessy: Por enquanto não posso sair assim, na verdade não era pra eu ter vindo hoje, preciso de repouso.
Que pergunta idiota, claro que ela não tem condições de ir em uma festa.
Jessy: Falando nisso preciso ir!
Verônica: Vou passar na sua casa um dia desses ok?
Jessy: Pode almoçar lá se quiser! Scott poderá dar uma carona pra você, ele vai lá quase todo dia. Hannah, se quiser ir também!
Hannah parece desconfortável.Toc, toc...
Uns batem na porta, outros apertam a campainha e uns malucos gritam na porta. Loucura.
Jessy: Agora deve ser o Scott!
Ela estava certa, assim que os dois foram embora, ficou apenas eu e Hannah em casa.
Hannah: Já sabe o que vestir? Trouxe umas coisas minhas para me arrumar com você aqui.
Verônica: Ótimo.
Estranho a Hannah ainda não ter começado com os interrogatórios.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Consequências De Um Primeiro Amor
Roman pour AdolescentsO primeiro amor é de fato inesquecível, mas nem sempre é um conto de fadas, muito menos quando um dos dois pode ser considerado um verdadeiro demônio...