Loki
Eu tinha um sorrisinho no rosto quando ouço Beth desligar o telefone, mas não deixo de mandar o dedo do meio para Peter, que apenas dá de ombros, com outro sorrisinho em seu rosto. O bastardo estava sentado do outro lado do bar, com Hayley em seu colo.
Minha loirinha estava sentada em cima do balcão, como sempre fazia, virada para mim. Desse jeito, ela ficava mais ou menos da minha altura, e eu me enfio entre suas pernas, descansando meu rosto na curva entre seu pescoço e seu ombro.
Seus braços descansam em meus ombros, mas eu logo tenho que levantar o rosto quando escuto um barulho na entrada. Eu tinha mandado todos saírem hoje, apenas por não estar na vontade de lidar com ninguém. Mas, senti um pouco de alívio ao ver a pessoa passando pela porta.
Skull anda até nós e se senta no banco entre Clarke e Peter, como se nada tivesse acontecido. Como se ele não tivesse me assustado para caralho quando simplesmente sumiu.
Me afasto um pouquinho de minha loirinha e dou a volta pelo bar, meu rosto impassível, até parar atrás de meu Delta. Dou um soco em seu ombro, e ele não se mexe mais que uma polegada, apesar de eu ter visto uma centelha de dor.
"Vai se foder, seu dramático filho da puta. Mande uma mensagem na próxima vez." Digo para ele, que apenas concorda com a cabeça, sem nem se virar para mim.
Era a primeira vez que Skull saiu do trailer desde toda aquela merda, então eu só pude ficar bravo agora.
"Tudo bem, Alpha. Aliás, você tem um grupo interessante para falar com você na porta do bar." Pelo tom da sua voz, sei que não é ninguém para nós nos preocuparmos, mas fico curioso.
Olho para Peter, e meu Beta apenas dá de ombros enquanto Hayley sai de seu colo. Solto um suspiro.
"Tudo bem, Hayley, Pete e Skull, vocês vem comigo. Clarke, fique aqui com ela." Digo para a ruiva, apontando para a minha garota, que apenas rola os olhos.
Meu Delta e meu Beta obedecem, assim como Hayley, e nós caminhamos para fora. Sinto a minha sweetheart no bolso da jaqueta preta, me transmitindo conforto. Se fosse algo perigoso, Skull não teria falado desse jeito, e sim com a única expressão que ele demonstra... Raiva. Então, estava mais tranquilo.
Eu só não esperava, nem em um milhão de anos, encontrar as pessoas que fiz lá fora. Eu me perguntava o que diabos eles faziam aqui, mas relaxei um pouco, mesmo sem demonstrar. Esses caras não iam me causar problemas, eles sabiam melhor que isso.
Crow, Wolf e Ace. Três Flaming Reapers, a única gangue, ou MC, do país que não é subjugada a nós. Muitas das gangues que respondem a nós, também o fazem a eles, então nós temos uma espécie de trégua estranha.
Crow era o Prez a algum tempo, alguns anos, desde que seu velho morreu. Furry, seu pai, era amigo de Harold, então nossos caminhos já cruzaram algumas vezes. E eu o respeitava para caralho, mesmo que o filho da puta nunca fosse saber disso.
"Tem um tempo, Loki." Ele murmura, me encarando, um sorrisinho frio brincando em seus lábios. Eu tinha a mesma expressão no rosto.
"Crow... O que te trás a Wichita?" Pergunto, sem estranhar o fato que ele entrou na minha cidade sem eu saber. Se tinha um MC que era tão bizarro quanto a minha gangue, esses eram os Flaming Reapers.
Eu olho para os dois homens ao seu lado, não sendo a primeira vez que os vejo. Wolf, como era conhecido, era o VP do clube. E o outro menino, Ace.
Esse garoto, eu confesso, seria fodidamente assustador para uma pessoa normal. Não por causa de sua aparência, de jeito nenhum. Na verdade, apenas o vendo na rua, você iria o achar adorável. Com suas blusas de botão e gravatas borboletas alegres e cabelo sempre no lugar, o menino parecia ter acabado de sair de uma faculdade de direito.
Mas eu já o vi matando alguém. E, acredite... É de causar pesadelos. Em uma pessoa normal, eu repito. Em mim, apenas fez com que eu me divertisse um pouco.
"Eu preciso de uma coisa... Informações." O Prez diz, e eu volto meu olhar para ele.
Ouço Peter rosnar atrás de mim, e noto que Ace tinha seus olhos em Hayley. Em suas pernas, para ser mais específico. Um sorrisinho cresce em meus lábios, e eu apenas ignoro, deixando que Peter rosne o quanto quiser.
"Informações, ahn? Sabe que vai ficar me devendo um favor, Crow." Digo, deixando claro o jeito que as coisas funcionam. Ele concorda com a cabeça, sem demonstrar uma reação.
Noto as três Harleys atrás deles. Os caras devem ter vindo direto da estrada, provavelmente. Os Flaming Reapers se estabeleceram, principalmente, na Carolina do Norte, mas estavam sempre na estrada. Eu permitia que andassem em meu território, contanto que não causem problemas. É um longo acordo, desde a época que a gangue foi criada.
"Eu sei, Tate. Agora me diga o que quero saber, tudo bem?" Ele reforça, e eu concordo com a cabeça.
Me viro de volta para o bar e deixo a porta aberta quando entro, sinal para que eles me seguissem. Encontro Malia e Clarke conversando, no mesmo local que estavam alguns minutos atrás, mas elas se calam quando nós todos entramos.
Vejo o olhar questionador das duas sobre os três Flaming Reapers, mas não me importo em pedir para elas sairem. Clarke era da minha confiança, assim como Malia. Nenhum deles precisava saber que a minha loirinha não estava na gangue.
Mas eu me irrito quanto pego o olhar de Wolf, o VP, na minha garota.
"Só mantenha os olhos de seu VP fora da minha Old Lady, Crow, ou vamos ter um problema." Rosno para o Prez, e vejo Wolf obedecer no instante que a palavra Old Lady sai da minha boca.
Uma regra que todas as gangues e MCs tinham? Fiquem longe de nossas meninas. Se a mulher é uma Old Lady, ela está completamente fora dos limites. Ela é de outra pessoa, porra.
"Você queria informação, não é? Bem, o que quer saber?" Vou direto para o assunto, me acalmando. Crow me encara, seus olhos cinzas sérios.
"Quero que me diga tudo que sabe sobre os The Cured Souls"
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Aviso!
História de Crow é uma espécie de spin off e já está disponível no meu perfil :)
Esse capítulo foi mais uma introdução para o MC deles... Espero que gostem!
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Gamma- Death of Angels 3
RomanceIrritante. Pirralha. Vadia. E completamente minha. Quem é essa? Seu nome é Elizabeth Andrews, mas eu a chamo de Lizzie. A menina é como uma dor na bunda, literalmente. Eu a odeio quase tanto quanto eu a quero. Mas eu podia ignorar esse desejo. Quan...