Gamma- Death of Angels 3

Capítulo 35

Beth

A próxima semana passa rapidamente. Eu não via muito de Wade, agora que não estava mais ficando no trailer, e ele passava quase todo seu tempo no estúdio, e, quando estava no bar, não nos falamos muito. Por outro lado, porém, eu consegui conhecer Clarke, Hayley e Malia melhor, e vim a me tornar amiga das três meninas.

Loki, Peter e East também estavam por aí toda hora, e eu passava boa parte do meu tempo com os três. Skull quase nunca estava por aí, porém, o que eu confesso que me preocupava um pouco.

Voltei com os treinos, a maioria deles com Clarke e às vezes com Hayley. Chutei a menina Kahn uma vez, talvez forte demais, e nunca vi um olhar mais assassino no rosto de Peter. Levou alguns copos de Jack e algumas roladas de olhos de Hayley para ele falar comigo novamente.

E, agora, uma semana depois de voltar do México, eu estava me olhando no espelho, pronta para o meu primeiro dia de aula na escola, já que o período iria começar hoje. Solto um suspiro.

Eu usava um short jeans cinza escuro, um body também preto liso, a jaqueta da gangue, minha meia calça arrastão, um tênis preto no pé e um cordão e uma gargantilha no pescoço. Com minha mochila preta da Vans nas costas e um gorro cinza escuro, da mesma cor do short, na cabeça, eu estava pronta.

Solto um suspiro e boto as minhas coisas na mochila antes de sair do quarto. Desço as escadas rapidamente de dois em dois degraus e encontro Clarke lá em baixo. Tínhamos combinado em ir para a escola juntas, já que ela sempre estava aqui de manhã e íamos para o mesmo lugar.

"Pronta?" Ela me pergunta assim que paro ao seu lado, me fazendo rolar os olhos e sorrir, escondendo o nervosismo.

"Você fala como se estivéssemos caminhando pelo corredor da morte. Vamos acabar logo com isso." Respondo, e minha amiga suspira antes de caminhar comigo para fora.

Pego a chave da minha nova Harley na mochila e ando até a minha moto, que estava parada entre a de Peter e a de Clarke. Tiro o gorro da minha cabeça e boto dentro da mochila antes de montar no veículo, vendo minha amiga fazer o mesmo ao meu lado.

Damos partida na moto, arrancando ao mesmo tempo em direção a escola. Se tinha uma coisa que eu amei sobre estar de volta eram as motos... Porra, eu senti falta disso para caralho.

Meu coração batia forte em meu peito conforme eu paro a moto no estacionamento da minha antiga escola, observando o lugar. Pego o meu gorro novamente na mochila e boto na cabeça, suspirando.

"Disso eu não senti falta..." Sussurro, olhando enquanto os alunos cumprimentavam um aos outros no estacionamento. Líderes de torcida, jogadores de futebol americano, hippies...

"Como poderia?" Escuto a voz de Clarke e olho para a minha amiga, que para bem ao meu lado com um sorrisinho divertido no rosto.

Caminhamos juntas pelo estacionamento para dentro da escola em direção ao pátio, onde todos os alunos costumam esperar até o sinal bater.

No caminho, porém, vejo algo que me faz parar.

"Quem é aquele?" Pergunto para Clarke, olhando para a cena na minha frente.

Três meninos, todos eles com as jaquetas do time de futebol da escola, pressionavam outro garoto contra a parede. Esse era menor, bem magro, talvez um e setenta e oito, tinha sardinhas no rosto e um cabelo ruivo bagunçado.

"Aquele é Sebastian Stan. Veio da Inglaterra período passado. Outros alunos vem mexendo com ele desde que entrou." Minha amiga responde, e eu franzi a testa para a cena.

Um dos jogadores do time de futebol, o que tinha um braço contra o pescoço de Sebastian, tinha um sorriso no rosto e sussurrava algo baixinho. Se eu tivesse que adivinhar, diria que era um xingamento.

"Babacas." Resmungo, tirando a minha mochila das costas e estendendo para que Clarke segure, sem tirar os olhos da cena. Minha amiga obedece.

"Concordo, mas o que vai fazer?" Um sorrisinho aparece no meu rosto e eu começo a andar em direção a cena na nossa frente.

"Vou me divertir um pouco." Respondo, caminhando até os meninos.

Nenhum deles me nota quando eu paro apenas alguns passos de onde estão. Não até que eu limpe a garganta, pelo menos. Todos os olhos se voltam para mim, e eu cruzo os braços na frente do peito com uma expressão entediada. Percebo Clarke se aproximando e parando ao meu lado, e sei que ela tem as minhas costas.

"Porque vocês não param de ser cuzões e deixam o garoto em paz? Ou, se preferir, eu posso simplesmente chutar o traseiro dos três. Realmente não gosto de uma luta injusta." Digo, arqueando uma sombrancelha. Os quatro me olham em silêncio antes dos jogadores caírem na gargalhada. Rolo os olhos. Típico.

"Acho melhor você se afastar, querida. Estamos apenas tendo uma conversa aqui." Um dos jogadores, alto, pele escura, cabelos e olhos escuros murmura para mim.

Me aproximo alguns passos dele, lentamente, até parar entre dois jogadores, o que tinha acabado de falar comigo e o que estava com o braço contra a garganta de Sebastian.

"Você tem três segundos antes que eu quebre seus pulsos." Falo, minha voz baixa mas ameaçadora. Ele estava prestes a falar algo quando outro jogador abre a boca.

"Connor, pare... A jaqueta dela." Um dos outros jogadores murmura, e os olhos de Connor, o menino na minha frente, descem para a minha jaqueta.

Ele não conseguia ver o símbolo, mas desde que a gangue foi liberada a andar pela cidade, alguns meses atrás, e Loki, Peter, Wade, Hayley e Clarke apareceram com a jaqueta por aqui, toda a cidade andava alerta. E o menino raciocinou.

"Isso mesmo. Dê o fora daqui antes que eu acabe com esse rostinho bonito, quarterback." Murmuro, e os três garotos não pensam duas vezes antes de dar o fora.

Ouço Sebastian respirar pesadamente e me viro para encarar o menino, que me olhava como se eu fosse seu anjo da guarda.

"Por que mexiam com você desse jeito?" Pergunto, e o menino cora, dando de ombros.

"Porque eu sou gay." Tudo bem, isso me irritou. Não tem nada no mundo todo que me irrita tanto quanto a intolerância e ignorância de outras pessoas. Bufo.

"Bem, eles são idiotas. E eu sou sua nova amiga, ninguém vai mexer com você agora. Eu sou Beth, aliás. Essa é Clarke." Aponto para a minha amiga ao meu lado, que inclina o queixo em um cumprimento para o garoto.

Um sorriso se estende por seu rosto sardento, e eu sinto compaixão pelo garoto. Realmente vou cuidar dele... Sim, ninguém vai mexer com o menino. Vou fazer questão disso.

"Sou Sebastian. Mas pode me chamar de Bash."